O filme “Uma Mente Brilhante” (“A Beautiful Mind”), realizado por Ron Howard, foi lançado em Portugal no ano de 2002. O filme é uma adaptação ao cinema da biografia, com o mesmo título, escrita por Sylvia Nasar sobre a vida do matemático John F. Nash Jr.

O ator Russell Crowe dá vida ao conceituado matemático num clássico cinematográfico que explora a vida de John F. Nash Jr. desde a sua carreira aos desafios que surgiram após os primeiros sinais de esquizofrenia.

Numa parte inicial do filme, John ingressa na Universidade de Princeton para tirar uma pós-graduação em matemática. John dá por si rodeado de estudiosos, empenhados em desenvolver diversos estudos que, para si, não são ideias inovadoras. Ao contrário dos colegas, John empenha-se em atingir um estudo inovador no campo matemático que lhe dê a sua grande chance de destacar-se de entre tantos outros matemáticos.

É no contexto de todo o stress à volta da pressão colocada em si próprio para se destacar dos colegas que surgem os primeiros sinais da doença: somos então apresentados à primeira alucinação de John, Charles Herman, companheiro de quarto de Nash. Charles assume um papel de companheiro e apoio de Nash para que consiga ultrapassar as suas frustrações associadas à vida universitária, Charles é inclusive como um espelho para as dificuldades de John em relacionar-se com o mundo exterior.

À medida em que o filme se vai desenrolando, a cada experiência desafiante que sucede, vão surgindo novas alucinações na vida de John, com histórias cada vez mais complexas. Numa das várias aulas que lecionava, John conhece a sua futura esposa e mãe do seu filho, Alicia. A relação vai-se desenrolando com naturalidade até que as alucinações de John começam a impactar o bem-estar do casal.

No decorrer do filme, o espetador é confrontado com o sofrimento que a doença causa a Alicia, que, apesar de procurar sempre apoiar o marido (que se recusava a aceitar o diagnóstico), era inevitável não sucumbir à angústia de vê-lo condicionado pela sua própria mente.

Após a consciencialização de que necessitava de ajuda psiquiátrica, vemos a personagem principal a adaptar-se à sua nova realidade, sempre acompanhado pela mulher.

No fim do filme somos remetidos para o ano de 1994, para a cerimónia em que John F. Nash Jr. é distinguido com um prémio nobel, tanto pela sua dedicação à sua área de estudos, como pela superação da doença.

“Uma Mente Brilhante” é uma obra fascinante que não só retrata a vida de uma figura incontornável da Matemática, como incentiva uma conversa aberta e honesta sobre saúde mental e, em particular, a esquizofrenia, uma doença psiquiátrica grave, crónica e incapacitante.

É um filme que vale a pena ver e rever, com um elenco de excelência, uma obra que arrecadou múltiplas nomeações para os principais prémios de destaque no cinema, tais como o Óscar na categoria de Melhor filme no ano de 2002.

O filme encontra-se disponível para assistir na plataforma de streaming Netflix.

Nota: 9/10.

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Escrito por: Marta Oliveira.

Editado por: Marta Ricardo.