Ser voluntário no Banco Alimentar

Comecei a fazer voluntariado no Banco Alimentar Contra a Fome em outubro do ano passado e desde então ajudo em trabalho de armazém uma vez por semana. Neste artigo, vou falar da minha experiência enquanto voluntária e explicar em que consiste a missão da organização.

Fonte: Smooth FM

O que é o Banco Alimentar Contra a Fome?
O Banco Alimentar Contra a Fome é uma organização sem fins lucrativos criada em 1991 e dirigida por Isabel Jonet que se assume como “uma resposta provisória” ao direito previsto no artigo 25° da Declaração Universal dos Direitos do Homem – que, entre outras coisas, indica que toda e qualquer pessoa deve ser assegurada uma alimentação digna – uma “vocação para a luta contra o desperdício”, “uma ética” assente na dádiva, no mecenato e no voluntariado, e “um compromisso” para com todos os indivíduos comprovadamente carenciados que dele beneficiam. Estima-se que, atualmente, ajude cerca de 390 000 pessoas em situação de pobreza.
A 23 de fevereiro de 1999, foi criada a Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares contra a fome que engloba, atualmente, 21 Bancos Alimentares espalhados por Portugal Continental e pelas regiões autónomas dos Açores e da Madeira, sendo eles: Abrantes, Algarve, Aveiro, Beja, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Cova da Beira, Évora, Leiria-Fátima, Lisboa, Madeira, Oeste, Portalegre, Porto, Santarém, São Miguel, Setúbal, Terceira, Viana do Castelo e Viseu.
Para além do seu trabalho regular faz, todos os anos, uma campanha recolha de alimentos nos supermercados nacionais tendo, em 2021, colaborado com cerca de 2700 instituições.

O que faz um voluntário do Banco Alimentar Contra a Fome?
O trabalho voluntário no Banco Alimentar passa, essencialmente, por trabalho de armazém e por participação nas campanhas de recolha de alimentos.
Nos armazéns, o mais comum é os voluntários juntarem, em caixas (as chamadas boxes) vários alimentos solicitados por instituições de caridade de modo a formar cabazes ou refeições. Guiamo-nos através de uma lista, que nos é dada, de produtos necessários e respetivas quantidades ou pesos que devem estar na box. O peso total das quantidades varia muito – pode ter 100kg e também pode ter 3000kg. Uma box de peso menor pode ser feita por um só voluntário, enquanto as boxes a partir de 300kg convêm ser feitas por duas ou mais pessoas.
Já para as campanhas de recolha de alimentos, os voluntários devem estar nas superfícies comerciais em turnos de quatro ou cinco horas – manhã, tarde e noite – e o seu trabalho gira à volta dos sacos, que têm de ser entregues a potenciais ajudantes, recolhidos quando cheios e postos em camiões.

Como é a experiência de voluntariado?
De momento, faço trabalho de armazém no Banco Alimentar uma vez por semana (durante três ou quatro horas) e já participei numa campanha de recolha de alimentos. Gosto imenso de ambas as experiências, embora prefira a primeira.
Gosto de muito de construir cabazes, talvez porque, pessoalmente, me agrade bastante organizar objetos. Às vezes é como um jogo de tetris – os produtos devem ficar encaixados uns nos outros e, muitas vezes, batemo-nos para caber tudo em apenas uma box. Estando concentrada no trabalho que estou a fazer, é mais fácil não pensar em coisas que me deixam mal e também é uma forma de passar umas horas sem estar no telemóvel. De certo modo, é uma forma de limpar a mente. Penso que seja muito recomendável a pessoas com problemas de depressão ou ansiedade. Além disso, é ótima a sensação de saber que estou a ajudar alguém e que o meu trabalho está a ser útil à sociedade e a fazer a diferença na vida de muitas pessoas necessitadas. O trabalho de armazém também é bom para quem goste de exercício, principalmente de braços – alguns produtos são muito pesados e transportá-los pode ser equivalente a uma sessão de levantamento de pesos no ginásio!
A sessão de recolha de alimentos que fiz, num Continente, também foi muito enriquecedora. Porém, preferi recolher os sacos cheios do que entregá-los vazios. Muitas pessoas recusaram contribuir para a campanha e, embora reconheça que muitas delas possam ter bons motivos para isso, é quase sempre constrangedor obter um “não” como resposta ou, pior, não obter resposta. Contudo, é interessante a quantidade de pessoas com quem nos cruzamos numa só tarde.

Onde e como me posso inscrever como voluntário?
Quem quiser ser voluntário no Banco Alimentar pode candidatar-se de maneira muito simples, basta preencher este formulário. Feito isto, um funcionário enviará um e-mail a dar mais informações.

Contamos contigo!

Este artigo de opinião é da pura responsabilidade do autor, não representando as posições do desacordo ou dos seus afiliados.

Escrito por: Beatriz Gouveia Santos

Editado por: Renato Soares

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