ISCSPoiler – Doctor Strange e um filme estranhamente bom

O Mundo Cinematográfico da Marvel faz-nos voltar às salas de cinema com Doctor Strange in the Multiverse of Madness, uma obra que promete levar este universo a outro nível, com ninguém melhor para o fazer do que dois feiticeiros, Dr. Strange (Benedicy Cumberbatch) e Scarlet Witch (Elizabeth Olsen), num filme cheio de ação e surpresas.

Fonte: Facebook Marvel Studios

O filme tem o nome de Doctor Strange, e é certo que se foca nele, explorando muito o Stephen Strange em vários universos, com um enfoque na exploração da sua arrogância nas suas diferentes versões, algumas delas até capazes de coisas que surpreenderão Stephen, o que acaba por ser muito importante para a reflexão do protagonista e para o seu futuro no MCU. No entanto, o filme introduz também uma nova personagem, cuja proteção está encarregue de Strange, que é o caso de America Chavez (Xochitl Gomez), uma rapariga que consegue viajar por vários universos e que não consegue controlar o seu poder. Ela está a ser perseguida e, pelo bem do universo, alguém a tem de proteger para que os seus poderes não caiam nas mãos erradas, tarefa de Strange.

Os filmes que a Marvel lança de momento apresentam-se na sua maioria como apostas arriscadas, expandindo cada vez mais as possibilidades e indo cada vez mais ao encontro das histórias mais alucinantes das bandas desenhadas, o que tem tudo para correr bem se for bem feito e tudo para correr mal se não o for. Porém, mesmo com coisas que nos intrigam, Doctor Strange in the Multiverse of Madness até consegue fazer uma subtil introdução do multiuniverso com a ajuda de America e através de feitiços, de modo a ser mais percetível para os espetadores e o menos confuso possível. A presença do multiuniverso torna também toda a parte visual do filme muito interessante e importante, estando sempre novas coisas a surgir, sejam as típicas ilusões de Strange ou a passagem por universos muito diferentes.

A cinematografia sob a direção de Sam Raimi merece também elogios, John Mathieson conseguiu a expressão e a visão criativa característica do diretor de Evil Dead e que se casou com a proposta do filme de ter um lado mais macabro, que pode até contar com alguns jump scares, mas nada de exagerado. Porém, é importante dizer que este tom macabro e sombrio que dá uma experiência diferente ao espetador do MCU pode não ser tão apropriado para o público mais jovem, numa obra que parece ter tido mais alguma liberdade nesse aspeto.

As atuações estavam como sempre boas, esperadas de atores com o nível de Benedict Cumberbatch e Elizabeth Olsen, que merece um destaque especial. A atriz que dá vida a Feiticeira Escarlate, conseguiu superar-se ao trazer uma nova carga dramática, dando continuidade ao visto na série WandaVision. Poderemos ver uma personagem que ainda não está totalmente resolvida com os seus fantasmas passados e que está muito mais poderosa.

O filme tem apenas duas horas e, apesar de conseguir transmitir a pressa que, tanto o protagonista como a antagonista possuem, e de introduzir razoavelmente todos os novos conceitos, talvez meia hora a mais não faria mal, pois poderiam ter-se desenvolvido algumas questões, mesmo tendo em conta que é tradição do MCU não aprofundar demasiado, ou de forma tão explicita, deixando caminhos em aberto.

Os efeitos especiais estavam bem-feitos, com algumas exceções. Parece que tem havido cada vez menos cuidado, na qualidade dos efeitos utilizados, seja por falta de tempo ou por outra razão, porque se sente que há certas cenas, onde os movimentos poderiam estar mais fluídos e melhor trabalhados, comparando com outras, mais complexas, que estão muito bem conseguidas.

Doctor Strange in the Multinverse of Madness mostra-se assim como um dos filmes mais estranhos da Marvel até agora, digno de Doctor Strange, de tudo o que envolve os seus poderes e do conceito de multiverso.

Nota: 7.5

Este artigo de opinião é da pura responsabilidade do autor, não representando as posições do desacordo ou dos seus afiliados.

Escrito por: Henrique Carvalho e Rafaela Boita

Editado por: Joana Horta Lopes

Deixe uma Resposta

Preencha os seus detalhes abaixo ou clique num ícone para iniciar sessão:

Logótipo da WordPress.com

Está a comentar usando a sua conta WordPress.com Terminar Sessão /  Alterar )

Imagem do Twitter

Está a comentar usando a sua conta Twitter Terminar Sessão /  Alterar )

Facebook photo

Está a comentar usando a sua conta Facebook Terminar Sessão /  Alterar )

Connecting to %s