Era uma vez…. um caloiro em tempo de pandemia

Em outubro de 2020, milhares de estudantes esperavam começar uma das melhores e mais decisivas etapas das suas vidas. Contudo, nesse mesmo ano, o trabalho malévolo de um “bichinho” que obrigou a que fosse declarada uma pandemia, levou à morte e hospitalização de milhões de pessoas.

O ano letivo começou a meio gás: o ensino online passa a ser o novo normal, sendo que o regime presencial, a que estávamos habituados, se apresenta agora como uma realidade longínqua. Para trás ficaram os convívios, a praxe e todas as experiências que a vida académica arrasta consigo. Possivelmente, até hoje muitos não se conhecem e ficam surpreendidos quando alguém baixa a máscara (e interiormente pensam “Ah, é a cara que eu idealizava”). 

Confesso que a ansiedade, o medo e a solidão foram dificuldades sentidas. As constantes alterações, o adiamento de recursos e melhorias, a falta de vida social, a sensação de uma expectativa falhada… Sim, quando fiz a minha candidatura ao ensino superior sabia que não ia ser fácil, mas de longe pensei que fosse tão psicologicamente desafiante.

Mas nem tudo é mau. Foi necessário adaptar e reinventar face à situação que atravessamos. Trocar as festas de receção ao caloiro por uma roda de cadeiras ao ar livre não é a experiência mais agradável, mas foi certamente um esforço extra entre caloiros no meio de uma pandemia. 

Daqui a uns anos, estarei a recordar junto dos meus que o meu primeiro contacto com pessoas do curso enquanto caloira foi através do programa de mentoring. Através das características de cada um foi atribuído aos alunos de 1º ano um mentor, o qual desempenhou um papel importante na integração no mundo universitário. Pelo menos eu, jamais esquecerei a minha mentora e afirmo que, no meio de toda a inevitável desmotivação, transmitiu-me força e vontade para continuar.

O fim do primeiro ano de licenciatura está a chegar. Como assim? Uma dicotomia entre sonho e pesadelo que passou à velocidade do vento. Espero vivamente que no próximo ano a minha rotina de acordar, lavar a cara, ligar o computador e ficar em frente a uma videochamada Zoom, termine e que seja substituída pela rotina de acordar, ir à faculdade e terminar o dia com uma típica saída à noite.

Apesar de tudo, continua a ser uma história cliché de um “Era uma vez…”. Temos pelo menos mais dois anos pela frente no ensino superior. Pode não ter começado da melhor maneira, mas esperemos terminar no “E foram felizes para sempre”!

Este artigo de opinião é da pura responsabilidade do autor, não representando as posições do desacordo ou dos seus afiliados.

Escrito por: Maria Santos

Editado por: Mariana Mateus 

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