Uma falha no hospital Amadora-Sintra, derivada de uma sobrecarga da rede de oxigénio, levou à transferência de pacientes com Covid-19 desse hospital para outras unidades hospitalares. O combate a esta situação contou “com recurso a garrafas de oxigénio portáteis e mobilização de profissionais internos”, afirmou Rui Dias Santos, membro do Conselho de Administração. Apesar de nenhum paciente ter ficado sem oxigénio, este momento de sobrecarga despertou a minha atenção. Será que estamos todos a fazer o necessário para evitar o agravamento da situação pandémica?

Estamos no meio de uma guerra mundial contra um inimigo invisível. Efetivamente, algumas conquistas foram positivas, desde a diminuição dos índices de poluição à menor degradação ambiental, mas nada supera o caos instalado. A maior vítima é a humanidade.
Já não existem abraços, já não existem beijinhos, já não existe aproximação e afeto pelos outros. Hoje, parecemos pertencer à corte real com os acenar de mãos à distância. Hoje, vivemos impostos por fronteiras e limitações. Hoje, sentimo-nos reféns, quando outrora eramos donos do Mundo.
Os interesses pessoais continuam a sobrepor-se à saúde comum. Todos os dias perdem-se vidas, famílias passam fome ou perdem-se consultas de prevenção de outras doenças. Mesmo assim, as atenções parecem estar muitas vezes viradas para temáticas secundárias: atribuem-se culpas aos países que decidem excluir outros da lista de destinos seguros; desenvolvem-se teorias da conspiração sobre o aparecimento do vírus, entre outros problemas que parecem desviar-se do mais importante. O egoísmo está e parece continuar a ser visível no futuro.
Estamos fechados física e psicologicamente em nós próprios. Porém, não podemos desanimar. É importante consciencializarmo-nos que estamos todos no mesmo barco. Se, por um lado, os países se encarregam de implementar estratégias de combate ao vírus, por outro, todos nós temos a responsabilidade e dever de seguir as normas que nos são pedidas, adotando os comportamentos corretos.
Os médicos e profissionais de saúde lutam todos os dias por nós. Será assim tão complicado retribuir com respeito? “É tempo de prudência, não de pânico. De ciência, não de estigma. De factos, não de medo. Juntos venceremos o vírus”, afirma a Organização Mundial das Nações Unidas (ONU) em março de 2020.
Uma certeza hoje, amanhã pode já não o ser. Fiquem em casa.
Este artigo de opinião é da pura responsabilidade do autor, não representando as posições do desacordo ou dos seus afiliados.
Escrito por: Maria Santos
Editado por: Mariana Mateus