No quarto e último dia de Web Summit, os pés estão já calejados de tanto passear entre a Altice Arena e os pavilhões da FIL, mas nem isso diminui a vontade de assistir a todas as conferências.
Num dos palcos novos para este último dia da Web Summit – MusicNotes – decorreu a palestra “Sometimes you can’t make it on your own“, com Andy Valey, da Insanity Group, Cassandra Gracey, da Sony Music UK e Ben Beaumont-Thomas, do The Guardian. Argumentaram que as maiores gravadoras têm as melhores infraestruturas para criar um artista. Às vezes, é possível criar um ambiente no exterior, mas as empresas providenciam materiais que, de outra maneira, não existiriam.
Ainda neste palco, Christopher Leacock, mais conhecido como Jillionaire (ou por fazer parte dos Major Lazer) explicou de que forma a tecnologia tem evoluído, modificando também a cultura atual.
Depois da conferência de imprensa com Paddy Cosgrave, no Central Stage decorreu “Modernising traditional brands“, com Daniel Grieder (Tommy Hilfiger Global e PVH Europe), Nadja Swarovski (Swarovski), Jim Lanzone (CBS Corporation) e Karen Tso (CNBC). Daniel Grieder apresentou uma inovação na Tommy Hilfiger, que consiste num showroom digital. Confessa que, inicialmente, nem toda a gente confiava, uma vez que, no mundo da moda, o consumidor quer tocar na roupa, senti-la. No entanto, já se habituaram a comprá-la digitalmente, sendo que é mais rápido, mais barato e mais sustentável. Os restantes afirmaram que, ainda assim, continua a existir uma necessidade de ter a experiência completa, e a verdade é que, por vezes, o produto vende melhor se o comprador lhe puder tocar.
Logo de seguida, “Can we battle against tech addiction“, conferência dada por Sairah Ashman, da Wolff Olins, Dame Til Wykes, um professor de psicologia clínica e reabilitação, Michael Acton Smith, da Calm e Louise Matsakis, da Wired. Concordaram que os nossos telefones podem ser usados de maneira negativa ou de maneira positiva, só temos de aprender a usá-los a nosso favor e não contra nós.
Conversaram também sobre aplicações de saúde, devido ao elevado crescimento destas. Apesar dos utilizadores aprovarem estas aplicações, deviam ser feitos estudos que comprovem realmente que estas apps estão a ajudar os consumidores.
Numa corrida para voltar ao palco MusicNotes, ainda houve tempo para assistir à masterclass de produção musical com Jonas Blue, que comprovou a complexidade da música eletrónica, com a quantidade de samples diferentes que são utilizados e todas as técnicas de edição para que fiquem agradáveis ao ouvido.
Depois de um pequeno passeio por algumas das startups instaladas pela FIL, era tempo de regressar ao Central Stage, onde o Presidente Marcelo iria, para tristeza dos presentes, encerrar oficialmente o evento.
Foi aplaudido de pé pela audiência e pediu a todos os presentes que “ajudassem a criar um mundo melhor”. Alertou também para a crise de refugiados que ainda se vive na Europa, pedindo que não fosse deixado ninguém para trás.
E foi assim que decorreu mais uma edição da grande cimeira de tecnologia em Lisboa, onde irá permanecer, pelo menos, por mais 10 anos.
Escrito por: Daniela Carvalho
Fotografias de: Daniela Carvalho