Rodrigo Soares, de apenas 18 anos, é fotógrafo nos seus tempos livres e já conta com mais de 100 mil seguidores no seu perfil de Instagram. A sua mais recente iniciativa de fotografar desconhecidos está a ter muito sucesso.
Conheci o trabalho do Rodrigo através de um amigo. Numa conversa, disse-lhe que queria começar a fazer entrevistas e este mostrou-me o perfil do Rodrigo. Tal foi há apenas dois meses. Na altura, tinha 10 mil seguidores e nós comentávamos, surpreendidos, o quão rápido estes cresciam. Mal sabíamos nós que no lançamento desta entrevista já estaria com mais, muito mais, seguidores.
Como surgiu o teu gosto pela fotografia?
A minha família é muito ligada às artes, ao design e à fotografia. Quando era pequenino, ia viajava muito com o meu tio, que tem uma câmara. Entretanto, ele ofereceu uma câmara à minha irmã e comecei a experimentar. Depois, o meu pai ofereceu-me uma câmara, pequenina, ainda de objetiva fixa, e comecei a fotografar e a gostar, cada vez mais. Comecei pela natureza e mais tarde, com o meu dinheiro, comprei uma câmara (antes da atual) e comecei a fotografar mais profissionalmente, com o modo manual e aprendi algumas coisas. Mais tarde, entrei num curso profissional: fiz do décimo ao décimo segundo ano o curso de fotografia e audiovisual e aprendi ainda mais coisas que não sabia. A partir daí, comecei a fotografar algumas pessoas, desconhecidos, não ainda com este projeto. Fiz umas viagens, à Itália e à Alemanha, e lá também fotografei desconhecidos. Entretanto, criei uma conta para começar a publicar as minhas fotos, mas não foi com o objetivo de ter uma conta “séria”, era só para postar as fotos que eu gostava e para a minha família ver.
Como surgiu o projeto de fotografar desconhecidos?
Quis fazer alguma coisa nova, diferente, que tocasse as pessoas, que as fizesse sorrir e que eu também gostasse. Vi o David, que é americano, a fazer vídeos a fotografar desconhecidos e pensei “porque não fazer o mesmo cá em Portugal, aqui em torres Vedras, para dar a conhecer as pessoas que vivem aqui e a suas culturas?”. E comecei. Mais tarde, comprei outra câmara, com o meu primeiro ordenado, porque esta tem foco automático e é melhor para este projeto.
Qual foi a pessoa que fotografaste que te marcou mais?
Foram duas. A dona Manuela, pela forma de falar, foi muito simpática comigo. E as senhoras da Associação Incluir Mais, porque me contaram as suas histórias e até queriam beijinhos.
Preferes fotografar pessoas ou paisagens?
As paisagens são fixas e não se mexem, é melhor para fotografar. Mas gosto mais de pessoas em termos de conteúdo e pela expressão. Também gosto de animais.
A fotografia é para ti um hobbie ou é o que futuramente te vai pagar as contas?
É um hobbie que me vai ajudar a pagar as contas. A página não é só uma forma de entreter, mas também de dar a conhecer o meu trabalho fotográfico. O objetivo é também fazer algumas sessões. Mas gostava de ser operador de câmara. De exteriores, porque consegues ter mais criatividade e fazer o que quiseres. E gosto de adrenalina: gostava de ir para os incêndios e para a guerra.
Aqui fica um agradecimento ao Rodrigo pela disponibilidade, simpatia e pelas fotografias. Fica também um agradecimento ao Miguel, que, ao me ter mostrado o trabalho do Rodrigo, fez com que esta entrevista fosse concretizável.
O trabalho do Rodrigo encontra-se disponível aqui.
Este artigo de opinião é da pura responsabilidade do autor, não representando as posições do desacordo ou dos seus afiliados.
Escrito por: Marta Ricardo
Editado por: Joana Matos
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