Os universitários, estão sujeitos a uma série de fatores que podem afetar negativamente a sua saúde mental como por exemplo: o stress académico, pressão social, mudanças no ambiente, ajustes a novas responsabilidades e mudanças de papel. Para além disso, a Covid-19 trouxe, para estes jovens, um conjunto de novos desafios e incertezas.

A saúde mental tem enfoque no bem-estar emocional, psicológico e social de uma pessoa. Trata-se de uma combinação de fatores, incluindo o equilíbrio emocional, o autoconhecimento, a capacidade de lidar com o stress, a habilidade de formar relacionamentos saudáveis e a capacidade de enfrentar desafios e adaptar-se às mudanças na vida. A saúde mental é crucial para a qualidade de vida geral e ajuda a afetar positivamente outras áreas da vida.
Numa dissertação sobre a saúde mental dos estudantes, realizada pelos estudantes da Universidade Federal da Bahia, foi analisada a incidência de TMC (transtornos mentais comuns) e os seus fatores nos estudantes. Segundo o artigo do jornal NEXO, a pesquisa disponibilizou questionários e obtiveram 509 respostas. As conclusões da pesquisa foram que 78,6% é o valor de suspeita de TMC nos alunos.

Para encontrar possíveis soluções e medidas que possam afetar de forma positiva a saúde mental dos estudantes, é importante reconhecer os fatores que podem afeta-la negativamente. A pressão académica é uma das principais causas de ansiedade e de depressão entre os universitários, as faculdades podem ajudar a aliviar fornecendo orientação académica, recursos para ajudar com a gestão do tempo e programas de apoio para lidar com o stress. Estes também tendem a sentir-se solitários e desconectados dos seus colegas e amigos. É possível combater a falta de conexão social, criando oportunidades para os estudantes participem em atividades de grupo.
As preocupações financeiras podem ser uma fonte de stress para muitos universitários, mais concretamente, os problemas financeiros. As universidades podem fornecer recursos financeiros como bolsas de estudo, bem como a orientação sobre como gerenciar as despesas e o orçamento.

Para além dos problemas financeiros, existem também os problemas de saúde. Incluindo a falta de sono, uma dieta inadequada e o sedentarismo, também podem afetar negativamente a saúde mental dos estudantes, estes tendem a sentir-se perdidos e sem direção, muitas vezes sentem insegurança em relação ao seu futuro. A orientação vocacional por parte das faculdades é bastante pertinente neste aspeto, isto é, a criação de oportunidades para explorar diferentes carreiras e interesses.
É importante que as universidades proporcionem o apoio que os alunos necessitam para identificar as suas dificuldades e necessidades individuais e que forneçam apoio personalizado e adequado. As faculdades podem oferecer programas de treinamento de habilidades e resiliência e autocuidado aos estudantes e /ou ter terapeutas ou conselheiros disponíveis e acessíveis. Outra medida seria desenvolver e implantar politicas que permitam flexibilidade no horário de estudo para permitir que os estudantes possam equilibrar a sua carga de trabalho e saúde mental. Poderiam ainda oferecer sessões de grupo para tratar questões comuns de saúde mental, como a ansiedade e a depressão ou ajudar os estudantes a encontrar recursos externos como grupos de apoio ou terapia, por exemplo. Para terminar, é necessário promover atividades físicas, desportivas e programas de saúde alimentar para ajudar a melhorar o bem-estar mental e físico dos estudantes, tal como encorajar e apoiar a abertura de conversas sobre saúde mental na comunidade académica.

Estas são somente algumas propostas para possíveis soluções e é de extrema importância recordar que cada universitário pode enfrentar desafios únicos em relação à sua saúde mental, no entanto, as universidades podem assumir um papel protetor e “amigo” para com os estudantes. Proporcionando assim, um ambiente propicio para resultados académicos mais altos.

Escrito por: Bianca Carvalho
Editado por: Alexandre Guerreiro