Bárbara Matias, de apenas 11 anos, lançou o seu primeiro livro – O livro da B – em dezembro. Neste artigo, procurei dar a conhecer esta escritora, de pequena idade, mas com uma grande determinação.
O livro da B, publicado pela Tomba Livros, chancela da Editora d’Ideias, é um conjunto de contos que, embora aconteçam no mundo da fantasia, são também um espelho da realidade.
Conheci a Bárbara quando trouxeram o seu livro cá para casa. Até veio autografado. Disseram-me que a escritora tinha 11 anos. Fiquei curiosa e logo me apressei a ler o livro. Não me desiludiu, e, por isso, quis conhecer quem o escreveu.

Fonte: Facebook
Como é descobriste que querias ser escritora?
No terceiro ano [com oito anos], escrevi os primeiros textos, com mais ou menos cinco ou seis linhas e depois comecei a gostar de escrever.
Quais são as tuas inspirações para os teus textos?
Eu vejo algumas ideias em livros e depois invento mais alguma coisas.
Qual é a primeira pessoa a quem mostras os teus textos finalizados?
À minha mãe.
A mãe é uma personagem bastante frequente neste primeiro livro da Bárbara, portanto, seria de esperar que esta fosse a primeira apreciadora dos seus textos.
Já tens ideias para o teu próximo livro?
Já (risos).
A pequena B não quis revelar mais pormenores das suas obras, mas nós aguardamos ansiosamente pelo próximo lançamento.
Falámos também com António Silva, responsável pelo marketing da editora, que escreveu o prefácio deste livro:

Fonte: Facebook
No mundo digitalizado em que vivemos, o que pensa do facto de uma criança, que já nasceu numa geração imersa em tecnologia, lhe ter enviado textos manuscritos?
Achei muito bonito ver um texto manuscrito. O texto manuscrito revela bem a vontade de escrever. Aquilo era um caderno onde ela tem os seus textos e vai compilando e criando e já tem mais textos para além dos já publicados.
Como foi o processo de tornar os manuscritos da B em um livro?
Ela própria passou o texto de manuscrito para o texto em computador, mas não queríamos que se tornasse uma obsessão, uma coisa rápida, então estabelecemos prazos: ela só podia mandar um texto por semana, nas férias podiam mandar dois textos, para não estar só centrada naquilo. A Bárbara não deixa de ser uma criança e tem de continuar a brincar, pode continuar a escrever, mas tem de continuar a brincar e a estudar. Não queríamos que o sonho dela se sobrepusesse ao que é primeiro: a escola e o brincar.
Qual a sua opinião acerca dos textos da Bárbara?
Temos de pensar que são texto de uma criança de 10 anos, aliás, os primeiros são de uma criança de 8 anos, e é com esse olhar que têm de ser lidos. De qualquer forma todos os textos tinham sentido, tinham uma história por trás, tinham um princípio, um meio e um fim.
O que representou a publicação d’O Livro da B para a editora?
Comoveu-nos o facto de ela ter tentado noutros sítios e não ter tido sequer resposta, o que eu acho muito mau não se dar uma resposta a uma criança, que tinha na altura 10 anos, que pelos seus próprios meios procurou alguém na internet para publicar os textos. (…) Nós já publicámos muitos livros na editora e noutro contextos, mas este marcou nos profundamente, porque era uma criança de 11 anos a concretizar um sonho e isso é incrível.
Querida Bárbara, continua a deixar em nós a urgência de perseguir os nossos sonhos, assim como tu fizeste.
Aos pais, um agradecimento por ajudarem a B a realizar o seu sonho de ser escritora. São um grande exemplo para os pais do presente e do futuro.
Fica também o agradecimento à editora pela dedicação aos pequenos escritores em início de percurso.
O livro da B encontra-se disponível para compra aqui.
Este artigo de opinião é da pura responsabilidade do autor, não representando as posições do desacordo ou dos seus afiliados.
Escrito por: Marta Ricardo
Editado por: Joana Matos