O Mundial de Futebol 2022 terá lugar no Qatar, país onde a homossexualidade é ilegal, as mulheres têm uma posição condicionada e o valor da vida humana é relativo. Esta questão tem levantado controvérsia, pois a FIFA presa pela igualdade nos direitos das mulheres bem como de toda a comunidade LGBT+ no desporto.
Apesar das reservas de um evento desta índole num país extremista, foi prometido, pelo emir do Qatar perante as Nações Unidas, um Mundial inclusivo e sem descriminação. Todavia, recentemente um dos embaixadores do Mundial no Qatar, veio acrescentar que todos serão aceites, mas é necessário o cumprimento das regras do país no que diz respeito à homossexualidade, referindo-se a esta como um distúrbio mental, conforme avançado pelo Público. Também tem estado na berlinda dos ativistas, a construção dos 8 estádios para acolher o evento, que custou cerca de 6 mil vidas de migrantes.
Um evento disfarçado de igualdade e inclusão desportiva, que no fundo apenas revela uma profunda ambição económica pelos recursos deste país de terceiro mundo: petróleo e gás natural.
Não se olharam a meios para atingir os fins, e apesar de todas as controvérsias, já vindas de 2010, ano em que inesperadamente foi selecionado o Qatar como palco para este evento, o Mundial vai prosseguir, tendo início já no dia 20 de novembro.
Mas, como sempre, o futebol serve de areia para muitos olhos, e uma vez mais vai distrair os olhares do mundo para um evento escoltado pela igualdade de direitos, num país desigual, empurrando para debaixo do tapete questões que todos condenamos no mundo ocidental.
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Escrito por: Ana Miranda
Editado por: Diana Rebelo Trigueiro