ISCSPoiler – Thor: Amor, Trovão e Comédia

Thor: Love and Thunder chega às salas de cinema com uma procura pela paz interior do herói e com uma comédia que deixa a desejar.

Fonte: IGN Brasil

Thor: Love and Thunder é um filme que faz um dos Avengers originais voltar às salas com muita comédia e puro entretenimento, num filme que pode representar um novo rumo para a personagem que andava um pouco perdida pelo universo cinematográfico da Marvel.

A trama começa com a apresentação do vilão do filme, Gor (Christian Bale), um mortal desiludido com o seu Deus e que se torna num chacinador de Deuses ao se apoderar de uma espada com a habilidade de os matar. Gor cruzará o seu caminho com o nosso herói, Thor (Chris Hemsworth), que naquele momento se encontra numa jornada para voltar a encontrar-se a si mesmo. Assim, Thor deixa os Guardiões da Galáxia para trás e vai para Nova Asgard, no planeta terra, para combater a nova ameaça com Valkyrie (Tessa Thompson), que é agora quem está à frente de Nova Asgard, mas que não diz que não a uma luta, com Korg (interpretado pelo próprio Taika Waititi, o realizador) e com Jane Foster (Natalie Portman), que se intitula de Mighty Thor…sim, exatamente, Jane Foster e o Mjolnir. Como é que ela chegou aqui? Vão perceber quando forem ver às salas e acompanharem as personagens na luta contra Gor que pretende exterminar os Deuses, Deuses esses que não se parecem muito com heróis nesta narrativa.

Fui um pouco sem saber o que esperar. Vi alguns dos trailers, mas senti que mesmo assim não havia muitas peças que se encaixavam entre eles (o que é bom porque acabamos por ter um efeito surpresa maior na sala de cinema). Assim, considero que o filme foi bom no geral, uma pura peça de entretenimento e um filme para se passar um bom momento na sala, mas não passou muito daí.

A comédia está lá, conquista-nos e até é um dos elementos em que o filme mais se apoia, com piadas, momentos constrangedores e certas personagens cuja função é só ser insólitas. Basicamente, personagens essas que até me fizeram lembrar um famoso meme dos tempos em que o falecido Vine ainda era muito utilizado. Porém, o filme no seu todo não me conseguiu conquistar totalmente, não mexeu com as minhas emoções, talvez pela narrativa se desenrolar de uma maneira tão rápida, pelas personagens não se destacarem particularmente e por certos aspetos emocionais não serem bem explorados.

É sempre um prazer ver Natalie Portman de novo nos ecrãs num filme do Thor, mas o regresso de Jane não me impactou como esperava, o que muda de figura quando falamos no Mjolnir, que volta diferente, algo que me entusiasmou, assim como o seu encontro com Thor. Tessa Thompson está de regresso como Valkery, assumindo um novo papel estando à frente da comunidade, mas acaba por passar um pouco despercebida e nem o próprio vilão interpretado por Christian Bale se destaca muito, mesmo tendo uma boa interpretação do ator e um visual sinistro que me agradou.

A linha da história de Thor continua com uma ridicularizarão do herói que chegou ao máximo em Avengers:Endgame (2019) e teve a sua piada. No entanto, vir de uma narrativa de um herói mítico e épico para um Deus que mal sabe o que faz, exibicionista e descredibilizado, começa a cansar um pouco e o filme começa a reduzir-se à comédia e aos seus efeitos especiais. No entanto, admito que isso pode acontecer devido ao herói estar perdido e que o futuro pode-lhe reservar outra abordagem, conseguindo ter um maior equilíbrio.

Todavia Thor é diferenciado de todos os outros Deuses pela componente moral (característica dos filmes da Marvel) e o final não me desiludiu, não sendo previsível e mostrando novas possibilidades. O filme acaba ainda por respirar um pouco da sucessiva introdução de personagens de outros universos, consequência dos novos negócios da Disney e da presença do multiverse nas últimas produções, não deixando de ter os seus cameos.

Além disso, é importante apontar que, ao contrário do que aconteceu nas mais recentes produções da Marvel, não houve erros de CGI (pelo menos erros graves). A maioria dos efeitos estavam bem feitos e fluídos e esse é um ponto positivo, já que a Marvel tem desiludido nesse aspeto.

Os cenários estão bem feitos, o filme tem muita cor (típica de uma narrativa galáctica da Marvel) e faz um contraste interessante com a ausência dela também associada ao vilão, como se houvesse um “dark side” da narrativa.

A banda sonora é ótima, com temas dos anos 70, 80 e 90 que se associam ao sentimento de ação e aventura, como “Sweet Child Of Mine” de Guns N’ Roses, uma banda com vários dos seus temas nesta soundtrack.

Thor: Love and Thunder é um filme que se encaixa na nova fase do mundo cinematográfico da Marvel e acaba por marcar uma mudança de rumo no caminho do herói, numa produção onde o espetador pode encontrar um bom momento de entretenimento, com boa comédia, muita cor e efeitos especiais.

Nota: 7

Este artigo de opinião é da pura responsabilidade do autor, não representando as posições do desacordo ou dos seus afiliados.

Escrito por: Rafaela Boita

Editado por: Filipe Ribeiro

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