Pedro Gonçalves e Diogo Costa marcaram presença no Rock in Rio no passado domingo, onde cantaram para o público covers e os seus originais no Super Bock Digital Space. O Jornal desacordo esteve à conversa com eles.

Tanto Pedro Gonçalves como Diogo Costa viram as suas carreiras crescer através da presença no digital e ambos têm caminhos ligaos à música. Assim, no passado domingo, marcaram presença no Super Bock Digital Stage do Rock in Rio Lisboa, onde fizeram um medley com músicas de vários artistas, nacionais e internacionais, que se encontram em cartaz para a 9ª edição do evento.
Pedro Gonçalves começou com covers no Youtube em 2012 e desde aí foi sempre crescendo, lançando o primeiro single em 2018 “Beija-me” com a participação de David Carreira. O jovem cantor já passou pelo programa The Voice Portugal e já apresentou um original para o Festival da Canção, contando ainda com dois Discos de Ouro. No último ano o cantor tem sido muito ativo na rede social Instagram, com reels de contéudo variado, sem nunca esquecer a música, tendo incluisve lançado em janiero deste ano “Volta”, o seu mais recente single.
Já Diogo Costa é conhecido no Youtube pelos vlogs que realiza, juntamente com outros Youtubers reconhecidos, mas começou o seu percurso musical com maior impacto no programa Fator X da SIC, com a banda X For You, e a música nunca ficou adormecida para si. Após o programa continuou a explorar a música em grupo, passando como X For You, depois como a banda Os NOVA, da qual acabou por sair, e agora voltou ao processo musical com o single lançado há um ano “Sem Dormir”, algo que promete uma continuação da criação musical.
Os jovens conversaram com o Jornal desacordo sobre o digital e as suas carreiras e ao serem confrontados com o papel do digital para as suas carreiras, Pedro começou por responder que foi onde começou e que por essa razão tem sido a sua casa, tal como afirma “tem sido a melhor forma que eu arranjo de promover o meu trabalho, comunicar aquilo que eu faço e por isso neste momento é a minha casa e vai ser até fazer sentido”.
Já Diogo Costa confessou andar um pouco à deriva, estando ainda à procura e tentando conciliar várias paixões ao mesmo tempo, desde a música, o Youtube, ao qual pensa voltar, e um novo desafio, as tatuagens. O youtuber e cantor afirma que gosta de “receber o apoio dos fãs”, que gosta de “receber o calor das pessoas” e tal como afirma é algo que o faz “sentir feliz, realizado e que o meu trabalho está realmente a valer a pena”.
O digital acaba por ter um papel nesta descoberta do que os artistas gostam mais de fazer e dos seus talentos ao expor-se às pessoas. No seguimento disto, Pedro Gonçalves afirma que o digital ajuda-o na “parte do feedback das pessoas” explicando que isso pode ajudar a perceber o que o público quer, “criares conteúdo que podes achar que é o que as pessoas querem e depois com o feedback tu percebes e consegues-te moldar”, porque pode se gostar de um certo tipo de conteúdo “mas secalhar as pessoas gostam mais daquilo, então vou começar a adaptar – me e depois é giro tu perceberes dentro do que tu fazes as mil e uma coisas que tu podes ser criativo e podes encaixar-te dentro de uma área que às vezes as pessoas nem estavam à espera e depois é aí que te vais começando a destacar e as pessoas vão começando a achar interessante os teus conteúdos por causa disso”.
A descoberta de Diogo Costa no digital foi muito “à base da experiência”, tal como afirma “fui tentando também com o feedback das pessoas que fui recebendo e ia moldando um bocadinho ao que as pessoas iam querendo, também claro que sempre fiz que eu realmente gostasse, nunca fui obrigado a fazer nada porque as outras pessoas assim o disseram ou por outras opiniões”. No entanto, o jovem youtuber diz que “ainda me estou a descobrir, ainda estou a perceber as coisas que eu gosto, as coisas que as pessoas me gostam de ver fazer, pronto ainda é tudo um longo caminho a percorrer”.
Pedro sempre esteve envolvido no mundo digital em conjunto com o mundo da música, mas há cerca de um ano a sua atividade no Instagram tem se intensificado com os conteúdos mais variados, usando a ferramenta reels da rede social. O Jornal desacordo quis saber de onde vinha a inspiração para esses conteúdos e Pedro Gonçalves afirmou que “sempre fiz covers e fazia versões minhas das músicas”, mas também fazia brincadeiras, como “pegar numa música e dar um género que não tem nada a ver e ás vezes nem publicava, fazia porque achava engraçado”. Depois Pedro começou a publicar, as pessoas começaram a fazer pedidos e o cantor começou a perceber que quem o seguia estava a gostar, começando a explorar cada vez mais os reels e sendo aquilo que mais faz agora.
Já Diogo Costa, no ano passado, regressou à música com o tema “Sem Dormir” e afirma que já tem outro, que poderá sair já no próximo mês ou em setembro, confessando que tem ainda muitas músicas guardadas que poderão fazer parte de um álbum!
Quanto ao single já lançado, Diogo afirma que acha “que correu bem”, mas que “Sem Dormir” não é o seu bebé, explicando que “gosto muito da música acho que está incrível, mas não é o meu bebé no meio das músicas todas, ainda está por mostrar o meu bebé”. O youtuber e cantor afirmou ainda que “nunca é uma coisa muito difícil” voltar ao processo musical, já que “como é uma coisa que eu gosto de fazer, não me cansa, não sinto que estou a perder tempo sinto que todos os minutos compensam todo o trabalho que está a ser feito, portanto é uma ótima profissão”.
Confrontados quanto ao surgimento da amizade de ambos, Pedro Gonçalves começou desde logo por dizer “Boa pergunta acho que já falamos disto “buéda” vezes não sei quando é que nos conhecemos”. No entanto, ambos chegaram à conclusão que já se conheciam da zona onde cresceram, na Maia, no distrito do Porto, e depois foram se conhecendo gradualmente através de oportunidades em que estiveram juntos, como encontros do Youtube, de vezes que visitaram Coimbra, assim como oportunidades de estar em estúdio juntos.
A colaboração de ambos surgiu por conviverem e por estarem muito tempo em estúdio. “Fazermos vídeos juntos e criarmos música juntos, originais, acaba por ser depois isso, ou seja, estamos tanto tempo juntos e fazemos a música e há estas oportunidades em que podemos ir cantar juntos. Faz todo o sentido” como afirmou Pedro Gonçalves. Diogo concorda que faz sentido também porque “o Pedro já está mais à vontade nisto, o Pedro já tem mais tempo de palco do que eu, pelo menos sozinho, mas é sempre bom ter tipo uma pessoa amiga em quem confio musicalmente e mesmo em amizade, sinto-me mais à vontade de estar em palco e estar sozinho em palco é uma agonia”.
Confrontados quanto ao melhor aspeto de trabalharem juntos, ambos consideraram a facilidade de ligação e de perceber os gostos um do outro, tendo ainda uma conexão musical, ou seja, um já consegue “antever o que o outro quer essa é a parte engraçada de trabalhar na música”, tal como observou Diogo.
Quanto a novidades, Pedro Gonçalves afirmou que “por experiência própria não se deve de dizer datas, não se deve de prometer nada porque vai sempre sair tudo ao lado”, acabando por deixar tudo no ar dizendo apenas que “Estamos a fazer música”. Diogo Costa concordou com o facto de não dever de se comprometer com datas e apenas acrescentou que há “aquela sede de querer lançar por já ter as coisas quase prontas, então achamos que está quase, mas ainda falta um longo caminho a percorrer, os videoclips, mesmo o marketing todo para lançar o álbum, dá tudo buéda trabalho e demora tudo muito tempo”. Pedro terminou dizendo que “É estarem atentos às redes sociais”.
Para terminar, os dois jovens deram conselhos para quem procura desenvolver o seu percurso no digital, começando por Pedro Gonçalves que afirmou que o seu conselho “é encontrar a vocação, perceber que é aquilo que eu quero fazer e descobrir o porquê de o querer fazer e estudar muito, ou seja do género, como é que eu posso fazer isto, qual é a melhor maneira de fazer, aprender melhores maneiras de fazer isso e ter a certeza que é isso que nós queremos, porque quando começamos a pensar eu queria isto, mas tenho de arranjar plano B, plano C vai sair tudo furado, porque quando temos apenas um plano, nós focamos a 100% naquilo [e] vamos fazer coisas incríveis. Quando não temos essa capacidade ou inseguranças vai ser muito difícil e vai estar sempre a autosabotar-nos e a dizer eu já sabia que não ia correr bem. Portanto, agarrar aquilo que nós sabemos que é a nossa vocação claro e dar o nosso melhor sempre”.
Já Diogo Costa sentiu que Pedro disse maioria das coisas, mas quis acrecentar que “a consistência para mim é das coisas mais essenciais no meio do Youtube e no meio das redes sociais e no meio de criadores de conteúdos. Acho que manter a consistência, criar sempre conteúdos novos, diferenciar-se, acho que é tipo o fator mais crucial para o sucesso”.
Podem ver a entrevista completa no backstage do Super Bock Digital Stage abaixo:
Escrito por: Rafaela Boita
Editado por: Renato Soares