O percurso do SL Benfica na Youth League 21-22

Se à partida, para os encarnados, era imperativo vencer esta final para acabar com todas as “maldições” (o Benfica já fora finalista vencido em 2014, 2017 e 2020), do outro lado encontrava ninguém menos que a equipa que os levara de vencidos em 2017, numa altura em que figuravam na equipa das águias nomes como Rúben Dias, João Félix e Gedson Fernandes, que mais tarde acabariam por vestir a camisola da seleção A.

No dia em que se assinalaram 48 anos da revolução dos cravos, os sub-19 do SL Benfica jogaram a final da maior competição europeia de escalões de formação, a UEFA Youth League, contra os austríacos do Red Bull Salzburgo.

O Benfica não começou bem a competição, sendo goleado na primeira jornada da fase de grupos pelo Dínamo de Kiev por 4-0, tendo na altura sido posta em causa a qualidade e o valor desta mais recente fornada de jovens jogadores encarnados, especialmente após duas épocas em que o projeto da equipa A ficara comprometido, com um gasto de cerca de 130 Milhões de euros que não deu nenhuns resultados visto que a equipa não venceu um único título. Desta forma as esperanças dos adeptos do clube da luz desvaneciam cada vez mais por julgarem que não haveria qualidade suficiente dentro da sua formação para colmatar as lacunas mais que evidentes do plantel sénior.

Mas o trabalho não parou, e os jogadores desta equipa foram crescendo de jogo para jogo, acreditados pelo treinador Luís Castro que já tinha levado a equipa à final anterior (derrota por 3-2 contra o Real Madrid orientado por Raúl Gonzalez). 

O resultado deste crescimento ficou bem patente ainda na fase de grupos, onde o Benfica acabou por passar em 1º, tendo levado de vencidas as equipas do Bayern de Munique (6-0 no conjunto dos 2 jogos) e do Barcelona (7-0 no conjunto dos 2 jogos), tendo ainda direito à sua “vingança”, vencendo na última jornada a equipa do Dínamo por 1-0 e conquistando o primeiro lugar do grupo E.

Por esta altura, começaram a destacar-se nomes na jovem equipa encarnada a quem se augura um futuro bastante promissor. Jogadores como António Silva, Martim Neto, Diego Moreira e Cher Ndour foram perfilando-se como pilares fundamentais desta equipa e nomes sonantes das gerações 2003 e 2004 do clube da luz. 

Quis o destino que o duelo dos quartos de final da competição fosse contra o eterno rival, o Sporting CP, que fazia a sua melhor campanha na competição até ao momento.

O duelo não teve grande história ao contrário do que se previa pelo simples facto de ser um derby em contexto europeu. O Benfica fez jus à história recente (desde 2017 que não perdia frente aos juniores do Sporting) e goleou em Alcochete o conjunto leonino por 4-0 com bis de Pedro Santos e Diego Moreira, garantindo o passaporte para a final four em Nyon.

Na meia-final o Benfica enfrentou a Juventus. O Benfica já vencia por 2-0 à passagem da meia hora de jogo quando o guarda-redes Samuel Soares foi expulso por falta fora da área. Com menos um desde essa altura o Benfica foi resistindo como podia, não conseguindo evitar o empate do conjunto de Turim, que levou a partida diretamente para o desempate por grandes penalidades. Ai quem brilhou foi André Gomes, guarda-redes de 17 anos que entrou após a expulsão de Samuel e defendeu dois pontapés da marca dos 11 metros para levar a equipa portuguesa à final.

Na final, o Benfica ia procurar vingar-se de uma equipa que já lhe negara o troféu no passado. Hugo Félix, jogador dos sub-19 que viu na altura o irmão, João Félix, ser derrotado pelo Salzburgo na final por 2-1 prometia nas redes sociais que a vingança iria acontecer, e aconteceu mesmo.

O Benfica, numa exibição a roçar a perfeição em todos os aspetos, reduziu um motivado Salzburgo (tinha vencido a meia-final por 5-0 frente ao Atlético Madrid e era favorito) a quase nada, goleando a equipa austríaca por 6-0, num resultado que começou a ser construído desde muito cedo (Martim Neto fez o 1-0 aos 2’) e que culminou no resultado mais díspar em finais da competição desde o seu surgimento, coroando a turma encarnada com o justo troféu europeu que há muito lhe fugia.

Este artigo de opinião é da pura responsabilidade do autor, não representando as posições do desacordo ou dos seus afiliados.

Escrito por: Igor Oliveira

Editado por: Filipe Ribeiro

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