Daniela Trigo é licenciada em Serviço Social (SS) e durante o seu percurso académico já foi Representante do seu curso na praxe. A Veterana é Presidente da Comissão de Praxe do ISCSP (CPISCSP), fica a conhecê-la neste artigo!
Quem és? Como te descreves?
Sou uma pessoa muito apaixonada por tudo o que faço, entrego-me de corpo e alma, dedico-me a 200% com um nível de exigência tanto comigo como com os outros bastante elevado, às vezes até demais.
Porquê este curso? Foi a tua primeira opção?
Na realidade a minha primeira opção foi Gestão de Recursos Humanos (GRH), também no ISCSP, mas na altura não consegui entrar. Pensei inscrever-me em SS e depois trocar, mas gostei tanto de tudo que acabei por ficar. Optei por depois realizar o mestrado em GRH.
Porquê entrar na praxe? Foi algo que sempre quiseste para o teu percurso académico?
Nunca tinha ouvido falar,na realidade, como venho de uma aldeia muito pequena acabava por não ter tanta noção. Lembro-me de no dia das matrículas o núcleo ter falado comigo sobre isso e como sempre aceitei o desafio, desde então nunca mais consegui parar.

Como descreves o sentimento de pertença à Praxe?
Este é claramente um tema difícil de descrever porque para mim a praxe é tanta coisa… A praxe é o lugar que nos deixa sermos nós próprios, sem qualquer tipo de julgamento, estamos todos juntos com um só objetivo, vestidos de igual, a representar aquilo que para nós são os valores e as tradições académicas que devem ser passadas ao longo dos anos. É aquilo que nos faz gritar pelo nosso curso mais alto do que alguma vez iriamos gritar, é enquanto caloiros fazermos coisas ridículas que nunca pensámos fazer e chegar ao final do ano e percebermos que o verdadeiro sentido de tudo aquilo foi abrirmo-nos sem qualquer tipo de condicionantes, com as pessoas que mais vão marcar o nosso percurso. É partilharmos alegrias, muita choradeira, um misto de emoções que nos torna mais fortes enquanto pessoas individuais e enquanto grupo. É ir ao chão com toda a garra em conjunto, mostrar o sacrifício de grupo porque somos um, porque quando um não está bem nenhum está. É o espírito de comunidade e entreajuda. Nunca vou conseguir ter este sentimento de pertença, com esta intensidade provavelmente por mais nada, a praxe não é para todos, infelizmente nem todos se identificam, tenho pena porque só gostava que todos pudessem sentir o mesmo que eu sinto cada vez que se fala de praxe, mas quem lá está e sente nunca mais esquece.
Como foi assumir este cargo?
Foi um grande desafio, principalmente em plena pandemia, num ano normal já seria complicado porque é necessário manter presente diversos valores que podem condicionar todas as tuas decisões e também é necessário termos a capacidade de nos adaptarmos a cada curso, mas ter de reerguer a praxe após um ano de estagnação é complicado, sente-se uma rutura bastante elevada, uma queda na exigência e um relativismo que é bem mais difícil de controlar.
Que características consideras essenciais para se poder assumir um cargo de chefia, neste caso na Comissão de Praxe?
É importante que este cargo seja ocupado por alguém que tenha acima de tudo amor à praxe, que tenha a experiência de ter estado à frente de um curso com todas as dificuldades que isso acarreta, todo o planeamento e gestão de pessoas é bem mais difícil do que aparenta e que esteja disposto a ser o mais imparcial possível tendo como objetivo máximo o respeito ao código que é desenvolvido ao longo dos anos por todos nós e querer proporcionar as melhores experiências aos caloiros, sempre na base do respeito mútuo. Que tenha autoridade e se faça ouvir, mas que ao mesmo tempo trabalhe sempre em equipa com as representações.

Como é que ocupas o teu tempo?
Feliz ou infelizmente tenho o problema de me meter em todos os projetos que me são propostos e devido a isso, com o mestrado e o trabalho, acaba por me sobrar pouco tempo para o resto. Por isso acho que a resposta a isso é claramente a trabalhar.
Onde te vês daqui a cinco anos?
Com o mestrado finalizado e de preferência a trabalhar na área. Mas com tudo o que tem sido estes últimos tempos tento evitar ao máximo fazer grandes planos para um futuro tão longínquo.
Qual foi o momento que viveste, no teu percurso académico, que recordarás para sempre?
Isto é deveras complicado, aproveitei ao máximo e fiz tudo o que podia durante todo o percurso então identificar apenas um momento é difícil. Mas o melhor ano foi sem dúvida o terceiro ano da Licenciatura, apesar de metade dele ter sido em casa, já em pandemia, a outra metade valeu tanto a pena. Foi o ano em que fui representante de SS e posso dizer com toda a certeza que não há melhor cargo que ser representante. Sentirmos que estamos realmente a fazer a diferença na vida dos caloiros e que podemos marcar o seu percurso académico diretamente é algo inexplicável.
Dentro do contexto de Praxe, que momento guardas com mais carinho?
Tudo o que eu levo da praxe são momentos inesquecíveis. Ter que idenficar um dos momentos que levo com mais carinho, talvez seria relacionado com as minhas afilhadas e com os mestres deste ano. Quando retomámos a praxe fiquei muito emocionada quando vi as minhas afilhadas a gritar pela primeira vez na praxe. Ver o quanto todos eles estão a fazer um bom trabalho, isso sim para mim é muito especial porque fui eu que os ensinei e mesmo só tendo tido um semestre de praxe transborda-me de orgulho terem aprendido tanto e esforçarem se todos os dias para fazer mais e melhor.

Qual a mensagem que gostarias de deixar a futuros caloiros?
Aproveitem toda a experiência académica ao máximo, principalmente o ano de caloiro que só se vive uma vez e é algo que vai ficar marcado para sempre na vossa vida. Aproveitem tudo o que a praxe tem para vos dar, a alegria, as figuras tristes que vos vão fazer passar que também faz parte, as amizades para a vida… Tudo. E façam-nos com entrega e dedicação.

Escrito por: Rita Tavares
Editado por: Rafaela Boita