
A guerra entre a Ucrânia e a Rússia está a tornar-se cada vez mais preocupante, tem afetado a nossa economia de várias formas, mas, o mais importante, é que tem afetado a vida de várias famílias que fogem em procura de abrigo e as vidas de várias crianças que perderam toda a sua estabilidade.
Recentemente, aconteceu algo que possivelmente a grande maioria das pessoas acreditava que nunca fosse acontecer, a Rússia atacou a Ucrânia. Com este ataque vieram todas as consequências que são historicamente conhecidas em todas as guerras, problemas económicos, não só nos países envolvidos, como também nos países que os rodeiam e que estão de alguma forma dependentes deles, instabilidade política, mas a guerra é muito mais do que os problemas sistémicos que toda a Europa irá sofrer, a guerra são vidas de pessoas inocentes em risco. A guerra é a fome, o medo, o desespero, a devastação, destruição e morte.
Não há ninguém que esteja a fugir da Ucrânia e que esteja bem, e todos aqueles que vêm ao longe, nas suas televisões, nos seus telemóveis, portáteis, leem nos jornais, ouvem nos rádios, têm medo que, a guerra, se aproxime cada vez mais. Mas como é que a guerra está a afetar as crianças? Como é que esta situação afeta as crianças que só estão a ver a situação a acontecer? E como é que afeta as crianças que estão a vivenciá-la em primeira mão?
De acordo com o Observador, as escolas portuguesas estão a oferecer apoio às crianças que sofrem com as imagens da guerra, os professores e os psicólogos pedem aos pais para terem em atenção o tipo de informação que é recebida pelos seus filhos acerca da guerra de forma a prevenir mau estar psicológico. Foi notado em várias crianças que, as reações mais comuns, têm sido as mesmas do início da pandemia, maior irritabilidade, ansiedade e vários alunos chegam ao ponto de procurar ajuda. O psicólogo Tiago Pereira afirma que estas reações são normais e só mostra que os jovens são sensíveis àquilo que os rodeia e que estão dispostos a lutar por um mundo melhor.
O psicólogo também alerta que se deve ter em atenção as mudanças de comportamento das crianças e dos jovens, se tiverem problemas em dormir, se perderem o apetite, se começarem a perder gosto em fazer coisas que lhes davam prazer, estas mudanças são motivos de preocupação.
O jornal brasileiro UOL Noticias conta-nos como as famílias ucranianas têm explicado a guerra aos seus filhos e como os mais pequenos têm reagido à situação. Os pais têm costurado pequenos crachás nas roupas dos filhos com os seus tipos sanguíneos, têm ensinado às crianças as suas moradas e o nome completo dos pais para caso se separem se consigam voltar a encontrar. Os pais também se mantêm em contacto com os professores dos seus filhos para arranjarem diferentes maneiras de explicar a guerra às crianças.
Estas crianças têm de fugir das suas casas, abandonarem as suas vidas para países que não conhecem e não conhecem a língua. Ou então passam o seu tempo em bunkers subterrâneos a ouvir as bombas e os tiros dos soldados. Estas crianças veem as suas casas ser destruídas, as suas famílias a serem mortas e elas próprias perdem a sua vida. Casos de violação, exploração e violência a crianças e a mulheres também são frequentes, como podemos ler no Noticias ao Minuto.
Apesar dos esforços feitos pelos soldados ucranianos, a paz ainda está longe de ser conseguida e os desafios tornam-se cada vez maiores.
Este artigo de opinião é da pura responsabilidade do autor, não representando as posições do desacordo ou dos seus afiliados.
Escrito por: Laura Galvão
Editado por: Renato Soares