Pente Fino: Adriana Gomes é a Presidente do NCP

Fica a conhecer a Presidente do Núcleo de Estudantes de Ciência Política (NCP), Adriana Gomes. Diretamente do Norte para Cascais, foi ganhando o apoio e motivação para ocupar este cargo. É apaixonada por cavalos e filosofia e dá-nos a conhecer um pouco dos seus pensamentos sobre o futuro.

Quem és? Como te descreves?

Dou pelo nome de Adriana Afonso Gomes, só tenho uma vaga ideia de quem sou, porque considero que responder a uma pergunta tão direta quanto essa é uma tarefa impossível de acertar. Mas aqui estão os meus alicerces, algumas coisas que sei: tenho 21 anos, nasci em Algés, morei em Bragança e de lá são as minhas raízes maternas, mas depois vim parar a Cascais e por cá continuo. O local onde me sinto mesmo em casa é em Montesinho, Bragança. O fim do mundo, muitos dizem, mas é o melhor fim do mundo que conheço, pois mesmo identificando todos os cantos e recantos, continuo a espantar-me com cada micro contorno do mais banal paralelo. 

Descrevo-me como uma sonhadora que vive quase sempre frustrada por perceber que a realidade não ganha asas. Sou uma menina das avós, são as minhas mulheres, os meus exemplos e a minha força! Quem me conhece sabe do meu lado otimista e extrovertido, mas depressa também me refugio em mim e nos meus amigos e família. Ser advogada do diabo é um dos meus defeitos de fabrico, mas tenham-me uma vez como amiga e podem contar sempre comigo.

Porquê este curso? Foi a tua primeira opção?

Foi sim! ISCSP, Ciência Política, foi a primeira das únicas duas opções que utilizei. Antes de descobrir Ciência Política o foco era Direito, mas durante todo o secundário debati-me entre Ciência Política ou Filosofia, no fim a escolha acabou por ser fácil, se bem que, atualmente e futuramente, gostava de ter alguma formação em Filosofia.

Foi no ISCSP que ganhaste o gosto pelo associativismo ou no secundário já participavas em projetos semelhantes, como na associação de estudantes?

Pode-se dizer que sim. No entanto, sempre ocupei o lugar de delegada pelas turmas que passei, mas, tirando uma tentativa, nunca ocupei mais nenhum cargo no associativismo. Foi no ISCSP que essa confiança e motivação surgiu!

O que é que os alunos podem esperar de ti enquanto presidente do Núcleo de Ciência de Política?

EnquantoPresidente podem esperar o mesmo que como amiga, presente, preocupada e capaz de vários sacrifícios pelo que acredito ser correto! Conto com todos os estudantes de Ciência Política (CP) para saber o que é esse correto, saber defender os seus interesses e lutar pelos seus direitos. Quero estar próxima daqueles que represento, quero que saibam que quando têm um problema todo o núcleo também o tem e preocupa-se em resolvê-lo! Penso que a atuação do NCP tem refletido isso mesmo, escolhemos ser um núcleo de mudanças e inovação, temos conseguido e exigimos sempre mais de nós para nos considerarmos capazes de ser a voz dos estudantes de CP.

Sempre foi um cargo que ambicionaste?

Não, de todo!! Estava bem longe de mim a ideia de me candidatar a Presidente do NCP, mas conversa após conversa e com o apoio, motivação e força de muitos amigos e de conhecidos, que também acabaram por se tornar amigos, aqui acabei.

Ambição parece-me completamente errada, espero que todos os Presidentes estejam nos seus cargos por entrega e devoção aos estudantes que representam e não pela sua agenda pessoal, caso contrário não faz sentido nenhum ocupar cargos partidários, associativos ou de qualquer outra espécie.

Quais são as características que fazem de ti uma boa presidente?

Ui, sinto que não sei responder a essa questão… Acho que sou a minha maior crítica e, por ventura, essa será a minha melhor característica enquanto Presidente. A verdade é que estaria a ser hipócrita se dissesse que não houve vários testes, próprios do cargo e outros provocados por pessoas com outras motivações, ao meu carácter. Orgulho-me de achar que perante esses testes mostrei resiliência, muita dela devo àqueles que sempre me apoiaram e que tiveram as minhas costas quando mais ninguém tinha.

As minhas melhores características são a exigência que faço a mim própria e que não me permite falsidade, a transparência com que penso e falo frente a todos e também, um pau de dois bicos em alguns momentos, a confiança que escolho dar a todos até que me provém o contrário. Sinto que a equipa do NCP sabe disso, penso que os estudantes de CP também veem isso, se alguma vez houve ou se houver dúvidas serei a primeira a estar aberta para falar! Penso serem estas as minhas boas características enquanto pessoa e depois enquanto Presidente, pois não é o cargo que nos faz diferentes, o cargo será só uma ampliação dos nossos bons e maus traços.

Quais são os teus maiores interesses? Como é que ocupas o teu tempo?

Tenho vários, sempre tentei ser uma pessoa polivalente e procurar manter o corpo e a mente sã, tal como os gregos. Algumas das minhas maiores paixões são, sem dúvida, os cavalos, a Equitação, mas ao mesmo tempo a Filosofia e especificamente a Filosofia e Teoria Política. Fascinam-me, algumas vezes até me dão boas dores de cabeça. Livros e ar livre sempre foram a minha onda, adoro passeios com o meu cão na serra com um bom livro para os intervalos das caminhadas! Se não me encontrarem em casa a ver um documentário, a escrever ou ler, é porque estou na rua, provavelmente a passear o Balu (o meu “pequeno” cão), por caminhos que nenhum conhece, ou com cavalos!

Sendo o teu último ano de licenciatura, o que queres fazer quando acabares este ano?

Vou me desviar um pouco do caminho que tinha idealizado primeiramente. Pretendo parar os estudos e começar a trabalhar com cavalos a tempo inteiro. Quem sabe mais tarde continuar os estudos com um mestrado. Mas antes disso quero explorar as minhas capacidades, talvez até viajar o máximo que conseguir e ir trabalhando por aí.

Onde te vês daqui a 5 anos?

Não faço ideia e acho que isso torna toda a situação mais bela, se bem que às vezes assustadora. Até à licenciatura sempre tive certezas sobre qual seria o meu percurso, no entanto, acho que o meu crescimento pessoal fez-me viver um dia de cada vez, procurar experimentar várias coisas e tentar saciar a perpétua vontade de descobrir, conhecer e viver! Por isso, não faço ideia, poderei estar a trabalhar com cavalos aqui ou na Islândia, poderei ter regressado para realizar o mestrado, a trabalhar na área em que me formei ou só a vaguear por aí, quem sabe, eu não faço ideia.

Qual foi o momento que viveste, nestes últimos três anos, que recordarás para sempre?

Estes últimos três anos foram muito importantes, marcados por muitos momentos de mudança… Mas se tiver mesmo de escolher apenas um, seria este: um fim de tarde na esplanada de Monsanto à sombra, onde conheci uma pessoa que viria a não me dar descanso e a ela devo-lhe um mundo, por me ter ensinado milhares de coisas que espero poder partilhar com ela durante muitos e muitos anos. Mas não posso esquecer também, a quantidade de vezes que, à saída do ISCSP, ali na entrada, um último cumprimento aos meus amigos que partem para o outro lado da margem, para Erasmus ou para mais perto de minha casa, a minha mente encheu-se da ideia de que sem eles estes três anos não teriam valido de nada, nem sei se tinha finalizado a licenciatura sem eles.

A Ela e a Eles o meu profundo agradecimento, por me terem dado tantos momentos que recordarei para o resto da minha vida, que me fizeram uma pessoa maior, que me deram tantas alegrias e ao mesmo tempo tantas lágrimas. Um brinde a esses momentos, um deles marcado com um profundo e acentuado aroma a café num carro verde! If you know what I mean.

Escrito por: Maria Santos

Editado por: Rafaela Boita

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