A Rússia não vai participar na 66.º edição do Festival da Eurovisão da Canção, que será realizado no mês de maio, em Turim, na Itália. Este anúncio foi feito na sexta-feira passada pela União Europeia da Rádiodiusão (EBU), a promotora do concurso.

Segundo a EBU, os concorrentes da Eurovisão devem representar as bases do mesmo, sendo estas as regras e principalmente os valores. Tendo em conta, que a Rússia é a autora dos ataques à Ucrânia, “seria um ultraje deixar a Rússia”, que iniciou um conflito bélico, participar.

A emissora pública da Ucrânia escreveu uma carta à EBU e pediu que a Rússia fosse excluída da estação pública da União Europeia da Radiofusão. Antes da decisão ser tomada, a EBU consultou os seus membros, entre eles a RTP.

“A EBU é uma organização apolítica de emissoras comprometidas com a defesa dos valores do serviço público. Continuamos dedicados a proteger os valores de uma competição cultural, que promove o intercâmbio e a compreensão internacional, aproxima públicos, celebra a diversidade através da música e une a Europa num palco”

Contudo, os desentendimentos entre a Rússia e a Ucrânia já são de longa data. A cantora e vencedora do festival em 2019, Maruv, confessou que recebeu uma proposta para assinar um contrato pela UA:PBC (A Public Broadcasting Company of Ukraine).

Este dizia que a cantora não podia atuar na Rússia e que devia ser cuidadosa quando mencionasse a integridade territorial da Ucrânia e fizesse anúncios públicos que pudessem difamar a imagem do país internacionalmente. Maruv recusou.

Em 2015 a Ucrânia também anunciou que Alina Pash já não seria a sua representante, devido aos protestos que se sucederam em consequência da sua atuação na Crimeia, na Rússia.

Escrito por: Bianca Carvalho

Editado por: Rafaela Boita