ISCSPoiler – Spider-Man: No Way Home – Uma montanha-russa cinematográfica

Depois de meses de espera chegou o aguardado momento de ver Spider-Man: No Way Home, um filme cercado por teorias e expetativas que nos deixam ansiosos até ao momento em que nos sentamos finalmente na cadeira da sala de cinema.

Fonte: Desert News

Spider-Man: No Way Home, com a realização de Jon Watts, é um filme que promete ser uma montanha-russa de emoções, desde choros a sorrisos, e até espantos. É realmente um misto de emoções, principalmente para aqueles que são fãs da personagem.

O filme começa mais ou menos onde fomos deixados em Spider-Man: Far From Home, com a revelação da identidade de Peter Parker (Tom Holland) por Mysterio (Jake Gyllenhaal) ao mundo, antes de morrer devido aos drones da Stark Industries. As circunstâncias da morte do vilão levam a que Peter seja acusado de o ter morto, algo que faz com que a vida do herói dê uma volta de 360 graus, numa primeira parte do filme envolta em muito humor e com uma dinâmica que envolve o espetador.

No entanto, este reconhecimento por parte de todos os que o rodeiam e as diferentes opiniões quanto ao facto de ser ou não culpado da morte de Mysterio, levam a que o jovem tenha muitas consequências na sua vida, não só ele como os amigos, o que o faz procurar uma solução. Assim, Parker procura Doctor Strange (Benedict Cumberbatch), que lhe apresenta uma opção que poderá contornar a situação e que passa por um feitiço que faça o mundo esquecer-se dele. No entanto, durante o feitiço, Peter começa a pensar nas exceções e acaba por desconcentrar Strange e danificar o feitiço. Será que terá grandes repercussões no futuro? Acompanhamos essas consequências que advêm do facto do nosso friendly neighborhood Spider-Man estar a tentar viver duas vidas diferentes.

Todo o elenco contribui para um bom filme, com as boas atuações a que já estamos acostumados, tendo talvez a melhor representação de Tom Holland como Spider-Man.

Há erros, naturalmente, nomeadamente em certos aspetos do CGI que não me conquistaram tanto, como é o caso do Lizard (Rhys Ifans). Não vi grande evolução desde The Amazing Spider-Man (2012)e estava à espera de algo diferente, já que tenho confiança nas capacidades da Marvel. Além disso, a própria personagem não se enquadra bem, tendo uma participação muito mais secundária do que os outros vilões.

É muito difícil fazer uma crítica ao filme sem dar quaisquer spoilers, por isso passarei agora à parte da crítica em que darei spoilers, ao destacar os momentos que mais me impactaram no filme.

A partir daqui a crítica contém SPOILERS.

Como já tinha referido, este filme é uma montanha russa de emoções desde o ínicio ao fim. Mas reforço. Todas as expetativas são correspondidas e pelo meio ainda temos algumas surpresas de que podemos gostar, mais ou menos, mas que temos de reconhecer o seu valor. Vou apenas mencionar os momentos que me deixaram mais emocionada e desenvolver alguns aspetos que não pude na parte sem spoilers.

Daredevil “a really good lawyer”

A primeira vez que saltei na cadeira foi ao ver o regresso de Charlie Cox como DareDevil. Mesmo sendo durante pouco tempo, encheu-me o coração. Tenho de deixar aqui bem claro que sou fã da personagem, algo que nem se nota não é?

Fonte: Game Rant

Esta versão de DareDevil foi introduzida na série da Netflix com o nome do herói em 2015, tendo sido cancelada mais tarde em 2018. É já do nosso conhecimento que a personagem terá um futuro no MCU, sendo a sua aparição no filme mais uma confirmação. Será que teremos num filme futuro uma aparição da Team Red? Isto é, Spider-Man, Daredevil e Deapool? Talvez. Eu cá sei que mal posso esperar por ver Charlie Cox como Daredevil novamente, “he’s a really good lawyer”.

“With great power comes great responsability”

As palavras não foram ditas exatamente como nos lembramos delas, mas o princípio está lá e temos toda a moralidade característica do universo da Marvel e deste herói em específico. A situação que envolve esta premissa começa com o incentivo da tia May (Marisa Tomei) em ajudar os vilões de outros universos a serem diferentes, dando-lhes uma segunda oportunidade, pois ao regressarem ao seu universo iriam voltar para um momento em que morreriam de seguida. As palavras da tia acabam por tocar Peter e ele escolhe fazer o que sente ser correto e não envia os vilões para os seus universos, procurando dar uma segunda hipótese, com recurso à tecnologia da Stark Industries e à sua inteligência.

Fonte: Nerdist

Isto acaba por me conquistar pelo lado humano de Peter, e por ser incutido um sentido de responsabilidade, ao estar agora envolvido na vida dos vilões de outros universos que enviará para a morte.

Por outro lado, irrita-me em simultâneo, porque leva à morte de uma personagem muito querida, a tia May, pela parte de Norman Osborn (Willem Dafoe), o Green Goblin, que finge querer mudar. Além disso, a situação assenta no princípio de segundas oportunidades, mas acaba por nos fazer refletir sobre a mensagem passada ao darmos por nós a pensar se as pessoas podem mudar, mudam só se quiserem ou se são assim só porque querem. Mas no final as oportunidades ganham, porque Peter não se vinga do Green Goblin e acaba por lhe administrar um antídoto.

Esta moralidade pode irritar-nos, mas é essencial. Leva a um acontecimento fulcral à personagem de Peter Parker: a perda, neste caso, da sua tia May, na ausência de tio Bem nesta versão. Todos os Spider-Mans passam pela perda e era algo que faltava ao Spider-Man de Tom Holland. Devo ressalvar que a cena da morte da tia May está muito bem realizada, tendo em conta que não acontece de repente e que o espetador fica na dúvida. Depois é quase impossível não deitar uma lágrima.

Tobey Maguire e Andrew Garfield estão de volta

Um dos momentos mais emocionantes para os fãs é indiscutivelmente o momento em que aparecem os Spider-Mans que já conhecemos. Envolvidos num universo que dá liberdade à comédia, o MCU, Tobey Maguire e Andrew Garfield puderam fazer parte de momentos cómicos, Maguire sem nunca sair do registo do seu Spider-Man e Garfield, aproveitando-se de estar de novo no lugar de Spider-Ma, diverte-se claramente no papel.

Fonte: Screen Rant

No filme, Andrew Garfield mostra nitidamente o amor pela personagem. O ator soltou-se completamente e mostrou, a meu ver, ser um dos melhores Spider-Mans em termos de representação de sempre, tendo a oportunidade que não lhe foi dada com os guiões dos filmes de The Amazing Spiderman. Era impossível não amar todos os momentos em que aparecia, estava simplesmente fantástico e foi um grande destaque no trio.

Pelas redes sociais o carinho pelo ator não passa indiferente a ninguém. Torna-se claro que Garfield trouxe um sentimento nostálgico e relembrou o quão bom era a interpretar o papel, mesmo que os filmes não fossem os melhores.

No Twitter já é utilizado o hashtag #MakeTASM3, isto é, “Make The Amazing Spider-Man 3”, pedindo a trilogia que o ator merece. Resta-nos aguardar por ver, pelo menos, mais participações de Andrew Garfield.

Para além da grande interpretação de Garfield podemos ver o Peter Parker de The Amazing Spider-Man a salvar a MJ de Tom Holland, vendo no momento uma espécie de redenção de tempos passados e evita que o Spider-Man de Tom Holland sinta o sofrimento que sente, emocionando a personagem que não conseguira salvar a sua amada no seu universo. No entanto, a cena é muito rápida. Esperava um maior enfoque para a sua dimensão emocional.

Regresso de William Dafoe como Green Goblin

Fonte: ComicBook.com

É impossível não falar de William Dafoe como Green Goblin, que se destaca com uma interpretação do vilão ainda mais lunático do que nos filmes anteriores. É incrível, depois de tantos anos, poder ver o ator novamente no grande ecrã a dar tudo de si à perosnagem.

Ned e os anéis de Strange

A certo ponto do filme, Ned (Jacob Batalon) meciona que a sua avó falou de antepassados ligados à magia na sua família e não é que mais à frente, com os anéis de Strange, Ned descobre que afinal é verdade. Foi uma agradável surpresa e muito engraçado ver a sua preocupação em não se tornar no amigo vilão como aconteceu com Harry e Peter Parker do universo de Tobey Maguire.

Fonte: The Direct

Agora com o esquecimento do amigo, Peter Parker de Tom Holland, não sabemos ao certo como ficou a memória de Ned quanto ao seu contacto com a magia, mas seria muito interessante explorar esta faceta da personagem que começou quase como uma piada e acabou por impressionar o Doctor Strange.

Por fim, na luta final, o feitiço danificado é solto e brechas para outros universos começam a abrir e, perante a situação, Peter Parker aceita terminar o feitiço como única solução, fazendo com que todos se esquecem de Peter Parker.

Um novo começo da personagem é aguardado no próximo filme, levando muitas questões às nossas cabeças. Será que vemos Zendaya e Ned novamente? Qual será o futuro de Peter Parker? Teremos um novo Venom?

Acredito que todos os atores principais irão voltar, mas não tenho muitas suposições quanto ao futuro do herói. Teremos de esperar. No entanto, uma coisa é certa: espero ver Andrew Garfield novamente como Spider-Man e anseio por ver o futuro do Spider-Man de Tom Holland, membro da banda Avengers, se é que me entendem.

Nota: 9/10

Este artigo de opinião é da pura responsabilidade do autor, não representando as posições do desacordo ou dos seus afiliados.

Escrito por: Rafaela Boita

Editado por: Filipe Ribeiro

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