O 4° e último dia da Comic Con Portugal 2021

O dia 12 de dezembro foi o último dia da Comic Con Portugal de 2021 e acolheu imensas conferências e competições.

No The One Theatre, às 11:30, ocorreu o concurso “Heróis do Cosplay“, no qual vários jovens apresentaram as suas caracterizações de personagens ficcionais. Houve duas categorias: a individual e a de grupo, nas quais os prémios incluíram uma consola Nintendo Switch, uma máquina de costura Bernina, vales de oferta para lojas PlayStation Store, FNAC e PopStore e caixas com produtos Cosplay. O público também teve direito a algumas ofertas, como posters, t-shirts, porta chaves e bonecos Pop, oferecidas pelos animadores do concurso – cosplayers vestidos de Dr. Strange, Harley Quinn, Spiderman e Venom.

Quanto à competição propriamente dita, os jurados destacados para avaliar os concorrentes foram os cosplayers Raul Batista, Kurokaren, Ju Tsukino e Pretzl. A vencedora da categoria individual foi Mariana Rocha, pela sua encenação de “Alice no País das Maravilhas” e na categoria de grupos o prémio foi para Miss Makibono e Shibe, que exibiram coreografias ao som de bandas sonoras de filmes e séries icónicas como “Star Wars” e “La Casa de Papel”.

Jurados do concurso “Heróis do Cosplay” – KuroKaren, Raul Batista, Ju Tsukino e Pretzl. Fotografia: Beatriz Gouveia Santos
Participantes da categoria individual do concurso “Heróis do Cosplay”. Fotografia: Beatriz Gouveia Santos
Participantes da categoria de grupos do concurso “Heróis do Cosplay”. Fotografia: Beatriz Gouveia Santos
Participantes da categoria de grupos do concurso “Heróis do Cosplay”. Fotografia: Beatriz Gouveia Santos
Vencedora da categoria individual do concurso “Heróis do Cosplay”. Fotografia: Beatriz Gouveia Santos
Vencedoras da categoria de grupos do concurso “Heróis do Cosplay”. Fotografia: Beatriz Gouveia Santos

Também às 11:30, no Golden Theatre, esteve presente o célebre youtuber e influencer que foi capa da revista “Men’s Health”, o português Diogo Figueiras, mais conhecido por Windoh, no painel “Transformação de Windoh para a Men’s Health” .

O youtuber afirmou que não tinha um estilo de vida saudável até então e que a idade do seu corpo não coincidia com a verdadeira.  No entanto, agora que adotou esse estilo de vida mais saudável, praticando mais exercício físico e tendo uma alimentação mais equilibrada e saudável, afirma ter muito mais energia. Este processo justificou o facto de se ter ausentado durante cinco meses das redes sociais.

Diogo contou com o apoio e ajuda de um nutricionista e um personal trainer e também confessou que por ser magro não encontrava um motivo para treinar, mas que apesar de não ter excesso de peso, não queria dizer que fosse saudável.

O youtuber afirma também que passou a dar uma maior importância ao seu sono -”Eu dormia muito tarde e acordava muito tarde, com certeza acordar cedo e dormir cedo foi um dos hábitos mais difíceis de adotar”.

O influencer informa também que pretende descobrir o próximo quadro de conteúdo que vai produzir. Ao longo dos anos o seu canal foi evoluindo, não permanecendo igual, e Windoh tem como objetivo ser sempre genuíno e criativo no seu conteúdo.

Pedro Lucas foi uma pessoa muito importante e ativa no processo de transformação de Windoh para ser a capa da “Men’s Health”, processo do qual se orgulha. A melhor motivação foi mudar o estilo de vida, tendo essa vontade e pouco a pouco começou a repara nas diferenças. Uma dessas diferenças foi a de não se sentir tão cansado como antes.

“A Men’s Health não trabalha com quem não conhece bem, Windoh era a pessoa a certa, uma pessoa que as pessoas queriam ouvir. O Windoh é um embaixador para a vida da revista ”- concluiu Pedro Lucas.

Painel “Transformação de Windoh para a Men’s Health”. Fotografia: Bianca Carvalho

Às 13:45, no Golden Theatre, estiveram presentes atores como Victoria Guerra, Adriano Luz, Lúcia Moniz, Gonçalo Waddington, Afonso Pimentel, Paula Lobo Antunes, no Painel “De Lisboa para o Mundo – As series Internacionais da RTP”. Como anfitrião contámos com Vasco Palmeirim e José Fragoso, o Diretor de Programas RTP1.

Todos estes atores fizeram ou fazem parte de projetos internacionais como “Glória”, “Crimes Submersos”, “Auga Seca” E “Operação Maré Negra”, respetivamente, e foram feitas questões relacionadas com a sua adaptação no estrangeiro e sobre o alcance dos seus projetos. Lúcia Moniz foi questionada quanto à sua opinião, sendo lhe perguntado se acha que Portugal está ao mesmo nível, em termos de entretenimento que outros países, como USA.

A mesma respondeu que não acha que Portugal seja amador em termos de profissionalismo, mas que acaba por não ter os mesmos materiais ou o mesmo prestígio de outros projetos internacionais, devido às condições de trabalho que são fornecidas. Felizmente a série “Glória”, que está disponível na Netflix, já foi vista em 180 países, trazendo alguma relevância e dando algum destaque a Portugal.

Também foi mencionada a produção de séries em tempos de COVID-19 e José Fragoso referiu que apesar de estarem a passar por uma pandemia, a realização de projetos foi uma libertação do que se estava a passar.

Painel “De Lisboa para o Mundo – As series Internacionais da RTP” com Victoria Guerra, Adriano Luz, Lúcia Moniz, Gonçalo Waddington, Afonso Pimentel, Paula Lobo Antunes e Vasco Palmeirim. Fotografia: Bianca Carvalho

No Prime Theatre, às 14:15, decorreu uma conversa, em videoconferência, com o escritor britânico de fantasia Joe Abercombie, autor da trilogia “A Primeira Lei”, entre muitos outros livros. Abercombie explicou o seu método de escrita, indicando que, antes de executar a tarefa propriamente dita, a planeia e estrutura minuciosamente. Confessou que o livro que teve mais dificuldade em escrever foi “Best Served Cold”, devido às altas expetativa, sendo complicado lidar com as críticas numa primeira fase, embora atualmente viva bem com elas e lhe seja extremamente importante saber os pareceres da sua família em relação ao seu trabalho.

O escritor destacou também a importância da pesquisa – sendo que escreve livros que não se passam na atualidade – dos nomes das personagens – que diz espelharem a sua identidade e cultura – e de criar enredos diferentes e dinâmicos, a fim de manter os leitores interessados e a querer ler mais. Saindo da escrita, falou de mais duas paixões suas: o rugby e o gaming.

Painel “A Vingança serve-se fria” com Joe Abercrombie. Fotografia: Beatriz Gouveia Santos

Às 15:00 o Golden Theatre encheu com o Painel “O Outro Lado de Noah Schnapp”, o ator que dá vida à personagem Will na famosa série “Stranger Things”.

No meio de muita euforia do público, Schnapp começou por dar uma breve entrevista a Inês Mendes e Tiago David, na qual afirmou que nunca esperou que “Stranger Things” tivesse tanta repercussão e que considera a próxima temporada, ainda por estrear, a melhor da série. O ator afirmou ainda que é interessante interpretar um enredo passado nos anos 80, visto que se aprende bastante sobre as vivências da época.

Em seguida, as perguntas passaram a ser feitas pela plateia. Nas suas respostas, o jovem de 17 anos revelou que gostava de trabalhar com Tom Holland e que, caso não fosse ator, gostaria de ser médico, astronauta ou assistente de Zendaya – atriz da qual é um confesso admirador. Noah falou da sua amizade com Millie Bobby Brown, com quem trabalha em “Stranger Things”, citou Tom Hanks como a sua maior inspiração, ator com quem contracenou em “A Ponte dos Espiões”.

Além disso, o jovem ator deu conselhos a aspirantes atores, explicou algumas das suas técnicas de atuação e afirmou que as season finales costumam ser os episódios mais difíceis de gravar. Perto do final, deu os parabéns a uma fã e ofereceu presentes a alguns membros da audiência, nomeadamente àqueles que considerou terem trazido o melhor poster ou o melhor disfarce ou ainda terem realizado a melhor dança para o TikTok.

Plateia do Golden Theatre para ver Noah Schnapp. Fotografia: Beatriz Gouveia Santos
Painel “O outro lado de Noah Schnapp”. Fotografia: Bianca Carvalho

No Prime Theatre, às 16:45, teve lugar a apresentação do projeto “Os demónios do meu avô”, primeiro filme português de animação stop-motion que se prevê chegar ao grande ecrã em setembro de 2022, num painel com Nuno Beato, Joana Brandão, Ana Sofia, Victoria Guerra, Alejandro Díaz, Débora Gil da Costa, Ana Oliveira.

Nuno Beato e Joana Brandão começaram por explicar o processo de criação do filme ao longo de sete anos, falando da elaboração do seu storyboard, da realização de estudos de luz e da inspiração para os ditos “demónios”, que, neste caso, foram esculturas feitas pela artista Rosa Ramalho.

Em seguida, Victoria Guerra e Ana Sofia falaram um pouco das personagens a que dão voz. Victoria Guerra interpreta Rosa, uma mulher irritadiça que tem um burnout e decide mudar-se da cidade para o campo, mais praticamente para Vale de Sarronco, uma localidade inspirada na aldeia de Montesinho, no distrito de Bragança. Já Ana Sofia interpreta Laura, que considera uma “mulher cheia de força” e afirmou que a sua participação na longa-metragem a fez descobrir muitas coisas sobre si e a tornar-se mais contemplativa.

Através de videoconferência, Alejandro Diaz falou da questão da animação – o filme começa em 2D e passa para stop-motion a partir do momento em que Rosa vai para o campo. Por fim, Ana Oliveira e Débora Gil da Costa explicaram as etapas de criação das figuras e dos cenários que dão forma à peça cinematográfica – que contou com 32 personagens, primeiro feitas em pasta de modelar e depois tornadas em marionetas de silicone, e 46 cenários.

O filme conta com uma banda sonora com música dos Gaiteiros de Lisboa e envolve financiamentos provenientes de Portugal, Espanha e França. Todas as apresentações foram enriquecidas com vídeos que retratavam aquilo que os oradores estavam a falar.

Painel “Os Demónios do meu avô” com Victória Guerra, Ana Sofia, Joana Brandão, Débora Gil da Costa, Ana Oliveira, Alejandro Diaz e Nuno Beato. Fotografia: Beatriz Gouveia Santos

Às 18:00, também no Prime Theatre, deu-se uma gravação, ao vivo, de um episódio do podcast “Femina”, no qual Vanessa Augusto costuma convidar mulheres artistas para uma conversa mais pessoal e introspetiva. Desta vez, as convidadas foram a blogger e comediante Joana Gama, que trouxe consigo a sua filha Irene, as cantoras Isaura e Surma, a radialista Filipa Galrão e a tatuadora Mariza Seita, pessoas que Vanessa Augusto considera como muito inspiradoras. Falaram das suas conquistas pessoais, de amor próprio, do que se orgulham mais, de superação, de decisões difíceis e de saúde mental. Filipa Galrão mencionou, ainda, o poder que o podcast tem, enquanto ferramenta, de passar mensagens relevantes somente através de áudio.

Podcast “FEMINA: ao vivo” com Vanessa Augusto, Joana Gama, Isaura, Mariza Seita, Filipa Galrão e Surma. Fotografia: Beatriz Gouveia Santos

A Comic Com Portugal de 2021 fechou com uma conversa sobre o futuro do YouTube com Wuant e Windoh, que, de acordo com a Forbes, são os youtubers mais influentes de Portugal.

Os jovens, de 26 e 25 anos, começaram por falar do que os levou a criar os seus canais no YouTube, com Wuant a citar PewDiePie como a sua maior inspiração e abordando o seu crescimento na era da internet e dos jogos online. Os youtubers falou ainda da sua estadia na “Casa dos Youtubers” – na qual viveram com os seus colegas D4rkFrame, Pi, Gato Galático, SirKazzio e Nuno Moura – e de como ficaram, nos últimos dois anos, afastados da rede social, com Wuant a dedicar-se a música, experiência à qual se referiu como uma aprendizagem pessoal positiva, e Windoh à capa da “Men’s Health”.

Sobre o futuro do YouTube, Wuant considera que este se encontra numa situação crítica para inspirar novos criadores de conteúdo a dar o primeiro passo e citou Diogo Batáguas, Pedro Teixeira da Mota, Carlos Coutinho Vilhena e Ric Fazeres como bons exemplos de youtubers portugueses inovadores. Já Windoh também mencionou a inovação, afirmando que esta pode ser a chave para o YouTube não perder visibilidade e falou da importância que pode ter a criação de conteúdos mais profissionais. Ambos referiram que o conteúdo que gostam mais de realizar para o YouTube, sendo que Windoh prefere vlogs e Wuant diz gostar bastante de fazer vídeos nos quais responde a perguntas ou recebe cartas de fãs.

Houve, ainda, espaço para falar em questões como o Metaverse, o duelo YouTubeTikTok e o futuro das redes sociais e para perguntas do público.

Painel “O futuro do Youtube” com Wuant e Windoh. Fotografia: Beatriz Gouveia Santos

Para além destas conferências, o último dia da Comic Con Portugal 2021 contou com diversos workshops, competições de gaming e de Lego e sessões de autógrafos.

Construções Lego. Fotografia: Beatriz Gouveia Santos
Cosplayers prontos a tirar uma fotografia de grupo. Fotografia: Bianca Carvalho
Zona de gaming proporcionada pela Delta. Fotografia: Beatriz Gouveia Santos
Estatueta de “The Flash”. Fotografia: Beatriz Gouveia Santos
Estatuetas de Dragon Ball. Fotografia: Beatriz Gouveia Santos
Estatueta de Baby Yoda. Fotografia: Beatriz Gouveia Santos
Recinto à saída. Fotografia: Beatriz Gouveia Santos

Assim chegou ao fim mais uma edição de Comic Con Portugal cheia de convidados incríveis e experiências inesquecíveis. Agora é esperar até 2022 e ver o que a Comic Con terá para nos dar no próximo ano!

Escrito por: Beatriz Gouveia Santos e Bianca Carvalho

Editado por: Rafaela Boita

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