Conhece o Presidente do Núcleo de Estudantes de Relações Internacionais, Miguel Ferreira do Rosário. De Leiria para o mundo, este estudante do 3ºano conta-nos um pouco da sua história, das suas conquistas e das suas aventuras pelo mundo académico.
Quem és? Como te descreves?
O meu nome é Miguel Ferreira do Rosário, vivi em Paris, França, durante 3 anos da minha adolescência, mas essas não são as minhas origens, foram apenas uma circunstância. Sou felizmente português, venho das Serras de Aire e Candeeiros, do concelho de Porto de Mós, no distrito de Leiria, mais concretamente de Alvados, terra da qual sou orgulhosamente filho.
Sou alguém que não nega ajuda, que trata os amigos como família e as iniciativas em que participa como uma honra. Todavia, sou também o chato da equipa, o que apresenta as ideias mais idiotas, o amigo que faz as piores piadas desta vida e que não sabe contar uma história sem dar voltas desnecessárias, por conversas sem fim.
Porquê este curso? Foi a tua primeira opção?
Ao contrário da maioria, a minha primeira escolha não foi a Nova em Ciência Política e Relações Internacionais, nem Direito na Clássica. A minha primeira opção foi aqui, onde entrei, fiz amigos e sou feliz, Relações Internacionais no ISCSP. Estive indeciso entre 3 cursos durante o meu secundário: Direito, Relações Internacionais e Ciência Política (ocasionalmente Geografia).
Embora tenha sido incentivado para isso, não me via a estudar Direito, algo comprovado mal tive a primeira cadeira de Direito na faculdade. Os programas de Ciência Política não me pareciam suficientemente abrangentes e acabei por perder parte do interesse académico que tinha na área. Relações Internacionais parecia ser o curso mais interessante e que me conseguiria ensinar e fazer perceber o que é o mundo, quem somos e por/para onde vamos. Cadeira a cadeira, de faculdade em faculdade, analisei todas as licenciaturas em RI e em CP-RI, tendo chegado à conclusão (que mantenho) de que o ISCSP era a melhor escolha: tem o melhor plano de estudos e alguns dos melhores professores, das suas diferentes áreas, a nível nacional.

Foi no ISCSP que ganhaste o gosto pelo associativismo ou no secundário já participavas em projetos semelhantes, como na associação de estudantes?
De todo, esse bichinho é anterior, muito anterior. De 2013 a 2019, entre Delegado, Representante Concelho, Porta-voz Distrital, Representante a Nível Nacional, Vice-presidente de duas Associações de Estudantes, Conselheiro, Vogal, quando cheguei à faculdade já tinha o gosto pelo associativismo bem marcado. Achei que na faculdade não me iria meter em nada disso, achei que já tinha fechado esse capítulo, mas posteriormente descobri que afinal não, afinal é mais forte que eu… e aqui estou.
O que é que os alunos podem esperar de ti enquanto presidente do Núcleo de RI?
Podem esperar alguém presente, dinâmico, próximo, que repudia formalismos entre pares e não aceita injustiças de forma leviana, alguém que os tenta representar sempre da melhor forma possível, que gosta da comunidade onde está inserido e que aceita críticas sempre que as acharem necessárias. Fora isso, enfim, sou eu, esperem também abraços, palestras e fotos de grupo, gosto.
Sempre foi um cargo que ambicionaste?
Sempre soube que o NERI dava muito trabalho, vi os exemplos da Mariana Afonso, do Simão Pedro, posteriormente da Patrícia Santos e da Inês Milheiras. Exatamente por não vir iludido quanto à carga horária, ou responsabilidade, nem motivado pela ganância de construir currículo, demorei algum tempo a decidir, aliás, a equacionar, ser presidente do NERI. Eu tenho uma visão para a comunidade de RI, tenho-a porque a criei em conjunto com as minhas Vice-Presidentes, porque a debatemos, porque antes de pensarmos em avançar para a presidência do Núcleo já sabíamos e falávamos sobre o que não estava bem, o que estava óptimo e o que podia ser ainda melhor. Inicialmente eram conversas de amigos, gradualmente começaram a ganhar forma, até ao dia em que dissemos (eu, a Maria Leonor Pereira e a Tânia Ribeiro) que sim ao desafio. Posteriormente, um a um, começaram a ser cada vez mais a trabalhar connosco e a pensar em voz alta o que poderíamos fazer e como é que íamos melhorar, ajudar, a nossa comunidade.
Dito isto, foi pelo trabalho que todos nos candidatamos, por aquilo que queríamos fazer, os cargos foram apenas instrumentos que nos davam a possibilidade de proceder às mudanças que queríamos, fora isso não houve grandes ambições de cargos, nem nossas, nem da nossa equipa que todos os dias se multiplica em trabalho árduo.

Quais são as características que fazem de ti um bom presidente?
As que eu acho importantes, são: paciência, dedicação, compaixão, respeito pelo outro e amor pelo trabalho, pela causa. Acho muito cedo para dizer que sou um bom ou mau presidente, isso só se sabe no fim. Os nomes que disse anteriormente foram efetivamente bons Presidentes/Vice-Presidentes, mas nunca me colocarei em comparação, nem quero. Quando o mandato acabar, quando a minha equipa sair de funções, aí sim, aí podemos ver se correu bem… agora ainda falta metade do mandato, temos muito para fazer ainda.
Quais são os teus maiores interesses? Como é que ocupas o teu tempo?
Os meus maiores interesses são política, curiosidades históricas, associativismo.
O meu tempo é dividido entre as minhas responsabilidades políticas, o associativismo, marcado fortemente pelo NERI, os meus amigos, as minhas madrinhas e afilhados da faculdade, e a minha família, fora ler, ver filmes e séries, mas isso é o habitual, quando há tempo, claro.
Sendo o teu último ano de licenciatura, o que queres fazer quando acabares este ano?
Mestrado, em princípio. Não sei onde, nem sei se será isso, tudo a seu tempo que o ano letivo é grande!

Onde te vês daqui a 5 anos?
Como podem ter verificado anteriormente, tenho alguma dificuldade em fazer planos a longo prazo, confesso. Se tivesse mesmo que fazer apostas sobre o meu futuro, diria que existem duas possibilidades distintas. Ficar em Lisboa e seguir a área dentro das Relações Internacionais que achar mais adequada a mim, ou, porque é difícil cortar as raízes, voltar para o meu concelho e de alguma forma prosseguir as Relações Internacionais, nem que tenha de criar o meu próprio emprego para isso. As duas possibilidades têm uma coisa em comum, a política, através do associativismo, de iniciativas partidárias ou outras formas de cidadania ativa. Pretendo manter-me informado, capaz e prestável na /e para com a comunidade que integro.
Qual foi o momento que viveste, nestes últimos 3 anos, que recordarás para sempre?
Tantos, não têm como ser resumidos. O momento em que o Filipe Custódio, logo na primeira semana, me salva a vida nos transportes públicos, após o Rally Tascas da Magna Tuna ApocalISCSPiana e sem me conhecer de lado nenhum; a mensagem da Tânia Ribeiro, amiga de longa data, mas que antes da faculdade raramente tinha visto, em que diz “entrámos no mesmo curso, no mesmo regime” – e a minha alegria; uma praxe em que magoei o pé e, pela primeira vez, percebi que fazia parte da Família de RI, a preocupação e a simpatia de todos, enfim, estão no coração; a aula fantasma do meu ano de caloiro, icónica, e mais recentemente termos feito uma aos novos caloiros; o dia em que pela primeira vez a Professora Teresa de Almeida e Silva me tratou pelo nome durante uma aula; o piquenique, a sesta, diga-se, que eu e a Maria Leonor Pereira fizemos no Campo Pequeno; o primeiro Colloquium, um sonho tornado em realidade; o dia em que gravámos o primeiro vídeo do NERI deste ano; quando precisei e as minhas madrinhas estavam lá, como espero estar para os meus.
A lista é infindável, portanto, se tivesse que escolher um, diria o primeiro dia de aulas, às quais faltamos, fomos à praxe, o sol na cara, a minha t-shirt azul que agora é roxa, os meus amigos e a minha primeira interação com a Família de RI.

Escrito por: Rita Tavares
Editado por: Rafaela Boita