ISCSPoiler: The Suicide Squad, uma surpresa agradável

Em contraste com seu antecessor de mesmo nome, The Suicide Squad é um filme bastante sólido e interessante

Fonte: HBO

É impossível analisar esta obra do diretor James Gunn sem a compará-la com Suicide Squad (2016). Ainda que este novo filme não seja uma continuação direta ou um reboot do lançamento anterior ele corrige quase todos os seus defeitos imediatos. O diretor que tem no seu currículo ambos os filmes do franchise Guardians of the Galaxy mostra mais uma vez seu domínio do gênero de super heróis.

Canonicamente, este filme passa-se depois dos eventos ocorridos em Birds of Prey e Suicide Squad, porém não há quase nenhuma ligação tangível entre as narrativas, sendo perfeitamente possível ver o filme sem se ter assistido aos anteriores. 

A narrativa principal do filme é simples e direta, um esquadrão de anti-heróis são convocados para destruir uma arma secreta, numa ilha localizada na América do Sul, a fim de proteger interesses do governo americano após uma troca de regime nesta mesma ilha. Este esquadrão é “chantageado” com pequenas bombas implantadas nas suas cabeças que deverão ser acionadas caso se desviem da missão. Quem comanda o esquadrão é Amanda Waller, interpretada por Viola Davis, uma das poucas ligações com o filme de 2016.

Logo de início, duas equipas são enviadas para a ilha, com a primeira sendo derrotada pelas forças do novo regime antes mesmo dos créditos iniciais, deixando apenas dois sobreviventes, Harley Quinn, novamente interpretada por Margot Robbie, e o coronel Rick Flag, que conta com o retorno de Joel Kinnaman ao papel. A segunda equipa ao chegar à ilha conta com o restante elenco principal e é com este que a narrativa decorre.

Com o tempo o “esquadrão suicida” começa a formar laços de amizade e se deparar com os dilemas morais contidos na missão que eles devem cumprir. Apesar de não ser nada de especial ou inovador, o script do filme é sólido o suficiente para sustentar a história, que flui sem muitos problemas durante o longa, passando por momentos de ação e comédia que em sua maioria agradam.

Fonte: Warner Bros.

Uma grande surpresa do filme é a química entre o elenco principal, nomeadamente entre as personagens de John Cena e Idris Elba. A atriz portuguesa Daniela Melchior cumpre perfeitamente o seu papel, assumindo o papel da alma e do coração do grupo. Já Margot Robbie mostra-se cada vez mais confortável com o papel de Harley Quinn, ainda para mais com um script que trata a personagem com respeito e a desenvolve-a além de uma simples assassina banal, forma em que foi tratada no filme anterior. 

A cinematografia e a estilização do filme é um tanto interessante em comparação com os seus similares. A câmara mostra-se dinâmica, servindo perfeitamente ao tom do filme, com movimentos rápidos e zooms exagerados para captar reações e momentos impactantes. A parte estilística lembra em vários momentos o trabalho de Edgar Wright, com montagens e legendas que se misturam com o cenário. Pode ainda destacar-se a exagerada violência, que serve como ótimo elemento temático e é muito bem utilizada pelo diretor.

Em comparação com seu antecessor de 2016 e outros filmes da DC Comics, The Suicide Squad tem uma paleta de cores vívida e uma fotografia aceitável, um progresso enorme em relação aos anteriores. O filme também conta com uma trilha sonora que faz sentido em contexto, novamente em contraste com a versão de 2016 que contava com o que parecia uma playlist do Spotify de um homem de meia idade.

The Suicide Squad não é inovador, mas é criativo e interessante o suficiente para se destacar num mar de filmes medíocres que assombram o seu género. Tem um enredo sólido, personagens fáceis de se simpatizar e um pingo de estilo, tornando-se num filme suficientemente bom para qualquer um aproveitar.

Este artigo de opinião é da pura responsabilidade do autor, não representando as posições do desacordo ou dos seus afiliados.

Escrito por: Guilherme Alves de Freitas

Editado por: Inês Conde

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