A temporada 2021 da Fórmula 1 começa este fim de semana, no Bahrein, com o primeiro GP do ano, este domingo, dia 28. Confira os principais destaques para a categoria auge no automobilismo neste ano.

Em 2021 três novatos chegam ao desporto. O primeiro rookie (novato) é o alemão Mick Schumacher. O filho do sete vezes campeão Michael Schumacher foi o campeão da Fórmula 2 2020 pela equipa da Prema. Com o apoio da Ferrari, o jovem alemão gera grandes expectativas muito por culpa do seu apelido, mesmo que a pilotar pela Haas, que pode ser o pior carro do grid esse ano. O segundo rookie é colega de Schumacher na Haas, o russo Nikita Mazepin. Rodeado de controvérsias, Mazepin é certamente um piloto com grande potencial. Terminou em quarto na Fórmula 2 do ano passado, mas o seu estilo perigoso na pista acabou por gerar uma reputação de piloto “sujo”. Podem agora levantar-se questões sobre se este é merecedor de lugar na equipa da Haas, uma vez que o seu pai, dono da empresa russa Uralchem, assumiu o patrocínio da equipa americana, ao pintar o carro com as cores da bandeira russa.
O terceiro rookie, e provavelmente o mais promissor, é o japonês Yuki Tsunoda, que vai correr pelo equipa satélite da Red Bull, Alpha Tauri. Tsunoda terminou a temporada da Fórmula 2 do ano passado em terceiro lugar, resultado bastante impressionante, considerando que foi o seu primeiro ano a correr não só na categoria, como no continente europeu, mostrando uma adaptabilidade admirável. Yuki tem o carro mais rápido entre os três novatos, e pode ser o destaque entre eles.
As transferências entre as equipas são um ponto interessante nesta temporada. O tetracampeão Sebastian Vettel trocou a Scuderia Ferrari pela recém chegada Aston Martin, substituindo Sergio Pérez, que por sua vez conseguiu o segundo carro da Red Bull.
O australiano Daniel Ricciardo deixou a Renault para rumar à McLaren, substituindo o espanhol Carlos Sainz, que agarrou o lugar de Vettel na Ferrari. Chega outro espanhol ao grid, com o regresso de Fernando Alonso. O bicampeão chega assim para a vaga deixada por Ricciardo, que acaba por ser um grande ponto de interesse observar como o veterano, após dois anos longe da categoria, se vai comparar ao jovem pelotão de 2021.
Este ano também marca o regresso da Aston Martin à Fórmula 1 e a estreia da Alpine. Na teoria são novas equipas, mas na prática a Aston Martin é a continuação do projeto da Racing Point, enquanto a francesa Alpine representa uma Renault, com novas cores. Ambas as equipas disputaram a terceira posição na temporada passada, perdendo para a McLaren. Este ano a história deve repetir-se, disputando o posto de “melhor dos restantes”, ou seja, a melhor entre as que não vão disputar o título com a Mercedes e a Red Bull.
Tudo aponta para outro título dominante da Mercedes. Os alemães dominam a categoria desde 2014, e com a falta de concorrência da Ferrari desde a utilização do motor ilegal em 2019, a única oposição aparente aos atuais campeões será a austríaca, Red Bull. Os testes da equipa austríaca mostraram-se extremamente promissores e até tiveram o carro mais rápido durante o teste no Bahrein. O título do campeonato de pilotos deve ficar nas mãos de Lewis Hamilton, que pode vir a conquistar o seu oitavo título, um recorde na modalidade. O parceiro finlandês de Hamilton não demonstra grande oposição ao inglês. Valtteri Bottas não conseguiu lutar pelo título em 2020, quando era o único com carro capaz de trazer esta luta. Desde que chegou a Mercedes nunca representou real perigo para Lewis. Resta a Max Verstappen tentar fazer frente a Lewis, se os problemas da Mercedes nos testes de inverno persistirem durante a temporada. Verstappen tem aqui a sua melhor chance para lutar pelo título desde que chegou ao desporto.
Sobre o calendário dá para dizer que, mesmo com a continuidade do Grande Prémio de Portugal e de Imola da temporada passada, e com o novo circuito de rua na Arábia Saudita, o calendário volta um pouco à normalidade, após a imprevisibilidade causada pela pandemia. Temos ainda o regresso de provas habituais como Mónaco ou Interlagos. Uma novidade é a temporada começar no Bahrein pela primeira vez, depois do adiamento do Grande Prémio da Austrália pelo segundo ano consecutivo. Outra novidade são as corridas de “sprint” que ocorreram em determinadas provas nos sábados. As corridas de “sprint” são corridas mais curtas, que devem ser utilizadas para definir a ordem de saída na corrida, de domingo.
Com toda a certeza, a temporada deste ano promete bastante, apesar da previsibilidade na disputa pelo título, que assombra a era híbrida da Formula 1. A batalha no meio da tabela deve ser, ainda assim, muito interessante. O último ano do atual regulamento de carros, com restrições aplicadas aos gastos das equipas e a constante incerteza por conta da pandemia deve trazer uma temporada tão interessante quanto a anterior.
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Escrito por: Guilherme Freitas
Editado por: Gabriel Reis