
A desigualdade entre géneros é dos maiores desafios que o mundo enfrenta em matéria
de direitos humanos.
Embora tenhamos vindo a assistir a um positivo reconhecimento dos direitos das mulheres ao longo das últimas décadas, a verdade é que a sociedade patriarcal e machista continua a tolerar e a exaltar a violência contra as mulheres, que continuam a sofrer absurdas injustiças pelo simples facto de serem mulheres. Em linha com esta intrínseca desigualdade de géneros, a luta feminista ainda tem um longo caminho pela frente, caminho este que continua tristemente sem um fim à vista.
O Feminismo é um movimento social, político e filosófico cujo principal objetivo é reivindicar a igualdade dos direitos entre géneros. Ser feminista é ser ativista em prol dos movimentos que incentivam a igualdade jurídica, política e social entre homens e mulheres que deve estar presente no campo dos direitos e das oportunidades, envolvendo direitos políticos, liberdades civis, direito à educação, direitos reprodutivos, laborais, equiparação salarial, entre outros.
Além de atuar nesta vertente, o feminismo também se foca nas diversas formas de opressão que se manifestam cultural e socialmente, lutando pelo fim do assédio moral, psicológico, físico, pela violência física e sexual.
A luta pela igualdade já conta com mais de 200 anos de factos históricos marcantes que incitaram a mudança, mas que não foram suficientes para que esta fosse completamente determinante. Desde o feminismo na Europa, ao feminismo nos Estados Unidos, mas também feministas muçulmanas e judaicas. O feminismo vai mudando a sua intensidade de país para país como de cultura para cultura. Há quem lute por igualdade salarial, mas há ainda quem lute pela liberdade corporal.
Porém, mesmo nos países em que a luta feminista já teve um notório impacto, a opressão da mulher é um aspeto estrutural e a existência de uma desigualdade entre géneros é vista por muitos como algo do passado que não precisa mais de ser discutida.
Se hoje muitos direitos já foram atingidos na maior parte do mundo? Claro que sim, sem dúvida. Porém, falta ainda o que resta do mundo e os outros tantos direitos que ainda não foram alcançados e que perpetuam a situação de mulheres que sofrem de desigualdade. Assim, apesar de tudo o que já foi alcançado, o feminismo não se contenta, nem pode.
Todos os dias, o sexo feminino é ridicularizado, mulheres são acusadas de serem hormonais, frequentemente julgadas pela sua aparência, sujeitas a infinitos mitos e tabus sobre as funções naturais dos seus corpos, todos os dias mulheres e raparigas são confrontadas com sexismo e condescendência masculina. As mulheres ganham 77 cêntimos por cada dólar recebido pelos homens e, para além de que, cerca de 12 mil milhões de horas de trabalho são não remuneradas. Nas guerras que estão a decorrer no mundo, é possível estabelecer uma ligação direta entre a violência contra as mulheres, a opressão civil e os conflitos. Contudo, mesmo em sociedades pacíficas, as mulheres correm perigo dentro das suas próprias casas. Noutro prisma também, as mulheres são superadas em número, numa média de 3 para 1, nos parlamentos de todo o mundo.
Posto tudo isto e tudo o que ainda ficou por dizer, o feminismo é extremamente necessário e imprescindível para mudar, não só mentalidades, mas também os sistemas que impedem as mulheres de alcançar o seu total potencial.
Outras referências bibliográficas:
Guterres, A. (3 de Março de 2020). A (des)igualdade de género e o (des)equilíbrio de poder. Obtido de Expresso: https://expresso.pt/opiniao/2020-03-03-A–des-igualdade-de-genero-e-o–des-equilibrio-de-poder
Soares, R. (s.d.). Feminismo das Novas Gerações. Portugal: Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto.
Escrito por: Rafaela Monteiro
Editado por: Rafaela Boita