Nos dias em que vivemos, são muitas as pessoas que acabam por dar ouvidos às ideias que guardaram durante anos e aproveitam para colocá-las em prática. Exemplo disso é SrBuba, um projeto criado por Bruno Miguel Almeida, de 43 anos.
Natural de Lisboa, atualmente, encontra-se no distrito de Coimbra enquanto for possível. “Se estivesse nas minhas mãos, seria para sempre. Os ares da aldeia fazem-me bem”.
O líder do projeto aceitou falar com o Desacordo e partilha a génese e razão de ser desta aventura musical que sempre o acompanhou ao longo dos anos.
Como e quando surge este projeto?
Nos dias em que vivemos, aproveitei para vir passar uns dias com os meus pais à aldeia e esses “dias” transformaram-se em 4 meses, para já. Todo este ambiente de paz que me rodeia, influenciou-me a voltar a compor e aconteceu tudo muito naturalmente. Simplesmente peguei na guitarra e comecei a gravar. A música sempre esteve na minha vida, e já tinha algumas músicas iniciadas, mas que sempre ficavam na gaveta, porque não conseguia fazer a parte vocal. Desta vez, decidi focar-me na escrita das letras e a coisa começou a fluir. Foi só adaptar as letras e ver como soava.
Mostrei a duas ou três pessoas que me deram força para avançar (os meus pais não contam para a estatística, porque para os nossos pais somos sempre os melhores) e assim foi: gravei, publiquei, tive boas reações e continuei. Quando o dia de teletrabalho termina, dedico-me à música. Percebi que, para fazer algo que gostava, bastava-me o computador, guitarra e baixo e foi assim que comecei a gravar.
Porquê o nome “SrBuba”?
(Risos) Desde os 15 anos que me tratam por Buba. Agora, com a idade a aumentar, passei a SrBuba. Ainda andei um dia a pensar que nome podia dar a este projeto, mas um amigo meu disse-me que podia ser simplesmente SrBuba, que é como me conhecem, e assim foi.
Quais são as tuas maiores influências (musicais ou não)?
Sempre gostei de rock. Oiço U2 desde sempre e a sonoridade deles sempre me fascinou, e por isso são a minha maior influência musical. Mas oiço de tudo. Toquei numa banda de reggae durante quase 15 anos, os SKAZOOMBA. É um estilo completamente diferente do que estou a fazer agora, mas contribuiu para o meu conhecimento musical (por isso estarei sempre grato) e onde fiz amigos para a vida.

O que esperas alcançar com o projeto?
(Risos) Os 1000 seguidores no Facebook.
Tens perspetivas de gravar um disco em breve?
Continuo a gravar músicas e irei continuar a publicá-las. Se vai resultar num disco, ainda não sei. Só o tempo o dirá. Quando comecei a fazer isto não era esse o objetivo, mas nunca se sabe o dia de amanhã.
A pandemia ajudou a desenvolver o projeto SrBuba? Ou já era uma ideia pré-COVID?
A pandemia foi sem dúvida a razão de tudo isto acontecer. Os dias que vim passar com os meus pais estão a fazer com que esteja a passar uma das melhores fases da minha vida, quer musicalmente, quer emocionalmente.
Vês-te como um “one man show” ou pensas em integrar mais elementos?
Será um caso a pensar no futuro. Ainda não pensei muito sobre isso.
Este projeto não seria possível sem…?
Sem todo o bem-estar que me rodeia e as pessoas certas ao meu lado para me darem força. A vida é para aproveitar ao máximo e é isso que tenho andado a fazer, dentro das limitações a que todos estamos a ser sujeitos.
Em jeito de lema de toda esta aventura que se traduz no projeto SrBuba, temos agora a oportunidade de ouvir o mais recente trabalho. “É preciso lutar pelo que queremos e acreditamos”.
Também disponível no Spotify:
Escrito por: Lígia Martins
Editado por: Inês Conde