Foi no The Voice em 2018 que conquistou o público português, apesar de não ter virado nenhuma das cadeiras, Bárbara Tinoco é hoje uma das vozes mais celebradas da música portuguesa. Os seus singles Antes Dela Dizer que Sim, Sei Lá, Fugir de Ser, Outras Línguas, e Passe-Partout são presença constante nas rádios e na cabeça dos portugueses.
Com apenas 22 anos sabe muito bem como a sua paixão pela música começou, “o meu avô tinha uma loja de instrumentos musicais e eu passei a minha infância toda a ir lá. Depois a loja ficou do meu pai e eu ia trabalhar com ele nos dias que não havia escola e desde pequenina que gostava de brincar com as guitarras e os pianos”. Já quanto à composição afirma “desde que soube escrever que adoro poesia e escrevo poemas, e aos 13 anos comecei a escrever canções quase intuitivamente”. Se não fosse cantora faria algo que a fizesse feliz desde que pudesse mandar.
A pandemia afetou todos e a vida profissional da Bárbara não foi exceção: “ era a primeira vez que ia tocar em festivais, tinha imensos concertos marcados, era o primeiro ano da minha tour, ia lançar o meu álbum e ficou tudo atrasado por causa da pandemia”. No entanto admite que, apesar dos seus planos terem sido alterados, tem a sorte de não ter uma profissão que está na linha da frente no combate ao vírus e também por nem ela, nem ninguém da sua família ter ficado doente e não ter sofrido de consequências graves. “Sinto-me muito privilegiada dentro das coisas que mudaram os meus planos e acho que as coisas acontecem quando têm de acontecer e se não era aquele ano há de ser este ou o próximo, tenho muitas coisas para fazer”.
Quanto ao programa The Voice, se todas as cadeiras virassem na sua prova cega escolheria como mentora a Marisa porque “era a única que fazia o mesmo tipo de música que eu fazia”, no entanto admite que também aprenderia muito com os outros mentores, concluindo que a escolha mais inteligente seria sair da sua “caixinha”. Sobre uma hipotética participação como jurada neste programa televisivo, Bárbara Tinoco conta-nos a sua recente experiência no The Voice Kids: “fui convidada para entrar na fase das batalhas, para ajudar o Fernando Daniel e o Carlão a ensaiar com os concorrentes e adorei”. Confessa que se participasse enquanto mentora teria de ser no The Voice Kids, porque “nunca há nada de mal a dizer às crianças”.

A sua cover de Devias Ir dos Wet Bed Gang tem mais de 300 mil visualizações no Youtube. Bárbara admite ser grande fã de hip-hop e que foi o facto de não ter canções suficientes no concerto que a levou a criar esta versão: “o meu guitarrista João sugeriu esta canção, ele fez uns acordes novos e eu cantei por cima e fizemos uma versão incrível”.
Se pudesse escolher um artista para colaborar escolheria alguém do hip-pop como Plutónio ou Wet Bed Gang, o Miguel Araújo por ser o seu compositor favorito e a nível internacional Finneas O’Connell ou Julia Michaels.
E das suas músicas qual a sua favorita? A artista responde: “normalmente a minha favorita é sempre a última que escrevi, a que gosto menos talvez a Fugir de Ser, por ter uma escrita mais imatura, mas gosto muito da rítmica e é uma canção muito divertida de cantar em público”.
Quanto ao seu futuro Bárbara admite que neste momento tem muitas ideias, muitos projetos e planos a acontecer e espetáculos a serem planeados e marcados, e por isso daqui a 5 anos espera “estar exatamente no mesmo sítio, com muita coisa a acontecer e espero já ter lançado o meu segundo álbum mais um EP com colaborações e espero estar a pensar em alguma coisa nova para fazer”.
Por enquanto, dia 29 de Abril lança o seu primeiro EP que conta com colaborações de António Zambujo, Carolina Deslandes, Diana Martinez, Tyoz, Carlão e Bárbara Bandeira, “é um EP que tem uma linguagem de verão, tem alguns beats, linguagem mais feliz e não são historias retrospetivas como as minhas outras canções, mas sim histórias que estão a ser contadas enquanto estão a ser vividas”. Revela, por fim, que “um facto engraçado é que em todas as canções existe qualquer coisa que diz “não faças isto”, a primeira diz “não desalinhes as estrelas”, a outra “não quero ficar contigo”, a outra a seguir “não me olhes assim”, todas elas dizem para não fazermos coisas e que no fundo acho que fiz todas”. Os bilhetes para o concerto de apresentação no Casino do Estoril já estão à venda aqui.
Escrito por: Isabel Sousa
Editado por: Miguel Brejo da Costa