Black Lives Matter – Lutaremos até ao fim dos tempos

Se há algum aspeto a destacar no Cinema e na Literatura são as boas mensagens abordadas, os temas sociais que nos tocam o coração, nos fazem pensar, pôr em causa o mundo em que vivemos e a forma como perspetivamos os outros.

Hoje falo-vos do maravilhoso filme “As Serviçais” (2011) que, sem sombra de dúvida, merece o nosso aplauso. Não me refiro a qualquer aspeto técnico como a fotografia, ou outro qualquer, mas sim ao tema abordado: o racismo e a desumana ostracização de que os afro-americanos foram alvos durante décadas e continuam a ser em pleno século XXI, e isso é ultrajante e completamente inaceitável. Tenhamos um pingo de humanidade e respeitemos as pessoas, porque se assim não for, não somos absolutamente nada, seremos até piores do que aqueles que criticamos e julgamos impiedosamente – e até matamos! – apenas porque nasceram com traços físicos distintos dos nossos!

Deixemo-nos de uma vez por todas de ilusões de superioridade étnica ou de mirabolantes sonhos de hegemonia genética. É na diversidade que está a riqueza do mundo, não nos esqueçamos de que precisamos uns dos outros – sabemos desde há muito que só evoluímos enquanto espécie graças à cooperação. O que interessa se o nosso colaborador é branco ou negro? É ridículo, e se é certo que no tempo de “As Serviçais”, nos anos 60, o racismo estava na moda, tal já não se aplica aos dias de hoje. Não, o racismo não está na moda e sim é ridículo defendê-lo! Nenhuma sociedade se poderá considerar verdadeiramente evoluída enquanto na sua base perdurarem preconceitos tão infundados como este, e é por isso que a luta continua e não apenas nos Estados Unidos da América, mas no mundo inteiro. São inúmeras as manifestações e reivindicações de todo o tipo; e exigem o quê? Exigem algo simples e basilar pelo qual já Martin Luther King lutava nas décadas de 50 e 60: que todos os Homens fossem tratados por igual não olhando à cor da sua pele, o que de facto ainda não se verifica em 2021.

O caminho é longo, é. O caminho é duro, é. Ainda assim não cruzaremos os braços e eu, enquanto escritor comprometido com o meu tempo , escreverei quantos manifestos forem precisos para apoiar a causa dos direitos civis. Enquanto a tinta correr sobre o assunto, o movimento #BlackLivesMatter não morrerá e não cairá no esquecimento, nem permitiremos que seja ignorado. Assim sendo, congratulo uma vez mais Hollywood por trabalhos como este que vêm provar que estas duas formas de Arte, o Cinema e a Literatura, não são “mero” Entretenimento ou Cultura para quem tem tempo, mas sim, veículos de denúncia de toda a espécie de abuso e maus tratos. Para aqueles que ainda defendem regimes obsoletos, que se retire daqui a conclusão de que livros são perigosos, artigos de jornal são perigosos, filmes são perigosos! A Arte faz a revolução, acorda espíritos e incendeia corações! Esse é o seu fim último.

Este artigo de opinião é da pura responsabilidade do autor, não representando as posições do desacordo ou dos seus afiliados.

Escrito por: Bernardo de Sottomayor

Editado por: Inês Conde

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