Cinco dias… Cinco dias com quase tanta cobardia e hipocrisia como nos últimos quatro anos.
Cinco dias, de um julgamento que tinha como intenção julgar, do ponto de vista legal, um presidente que incitou à insurreição no dia 6 de janeiro, mas que se ficou pelo julgamento moral…
Foram 57 os senadores que votaram a favor da condenação e 43 contra, faltaram 10 para a destituição. No entanto, os Democratas dizem que este julgamento, embora falhado, teve bastante importância, pois serviu para mostrar ao povo americano que Trump foi responsável pela invasão ao Capitólio.
Tudo bem. Mas qual povo? Há dois povos na América, um deles que já estava convencido de que Trump é um sociopata ignorante e corrupto, desde que apareceu na esfera política, e outro, que o idolatra, que tem acreditado em todas as suas mentiras e apoiado todas as suas trafulhices, aliás, foi esse povo que invadiu o Capitólio.
Não se esqueçam que contra Trump e os seus “Minions” a frase “Contra factos não há argumentos” não se aplica, há sempre argumentos, factos é que nunca! Portanto, o que muda? Os bons continuam bons, os maus continuam maus… Apenas a destituição teria tido algum efeito, ao menos teriam proibido os maus de voltarem a ser maus, assim continua tudo na mesma…
… Ou talvez não… Mas, antes, vamos dar uma olhadela a alguns dos argumentos da defesa de Trump e dos Republicanos sem testículos metafóricos (metafóricos, devido há existência de mulheres na bancada do Partido Republicano), para terem votado contra a destituição do seu “Líder Supremo”.
O principal argumento foi o da inconstitucionalidade, argumentaram que como Donald Trump já não está em funções como Presidente, não é da competência do Senado julgá-lo. Argumento facilmente derrubado pelos Democratas, dizendo que se assim fosse, qualquer presidente dos Estados Unidos da América, quando chegasse aos últimos dias do exercício do cargo, poderia fazer o que quisesse e nada lhe aconteceria. Mas, quer acreditem quer não, os Republicanos continuaram com este argumento até ao fim…
A dada altura, quando os Democratas bombardeavam provas atrás de provas, factos atrás de factos, onde mostravam que Trump incitou, sem dúvida nenhuma, à insurreição, a sua defesa argumentou algo como: Os Democratas têm motivações políticas para este julgamento, eles têm é medo que o nosso cliente se volte a candidatar e ganhe!
Pois… Deixem ver se percebi, os Democratas estão a fazer um julgamento político, humm… Não sei, posso estar com demência, mas pareceu-me que do outro lado estavam uns senhores e umas senhoras que votaram contra a destituição, argumentando questões técnicas sem sentido, com a real razão, por trás, de estarem reféns de um bebé chorão para a sua sobrevivência política, e, por isso, terem de ignorar tudo o que faz de mal e dizer que não foi por mal, é só uma criança! O teu Martim nunca partiu um prato? Mas, sim! Têm razão, os democratas é que têm motivações políticas…
Meus caros, lembram-se quando disse que, talvez não vá continuar tudo na mesma? Pois é, há esperança!
Isto, porque, temos de tirar o chapéu ao senhor Trump, pois tinha razão quando dizia que havia fraude eleitoral… O ex-Presidente pediu ao Secretário de Estado da Georgia que inventasse cerca de 11 mil votos, para que pudesse ganhar o Estado, e poderá agora ser julgado pelo crime de Fraude Eleitoral. Isto, certamente, já vos aconteceu a jogar damas, quando o vosso adversário começa a gritar, por nenhuma razão, que estão a fazer batota, e enquanto isso come-vos duas peças… Um bom jogador pode passar despercebido e ganhar o jogo, fazendo todos cair na sua manobra de distração, mas Trump não, porque tem mãos de “elefante” …
Mas, não é só isso! Há mais! O “homem cor de laranja” pode ainda apanhar com a 14.ª Emenda, crimes fiscais, uma suspeita de que é um “ativo” Russo, entre outras que podem aparecer com o tempo. O mais provável é que Donald acabe exilado na Rússia e não volte a pôr os pés nos Estados Unidos da América. Por isso, em princípio, não nos temos de preocupar mais com este “Trump”, temos de nos preocupar com o próximo…
Este artigo de opinião é da pura responsabilidade do autor, não representando as posições do desacordo ou dos seus afiliados.
Escrito por: Afonso Alturas
Editado por: Rafaela Boita