Acredito piamente que da mesma maneira que se ama uma pessoa, também é possível amar perdidamente uma terra. E para os que amam as grandes cidades, a Lisboa menina e moça, Porto cidade invicta, Coimbra dos amores, apresento-vos Seixo da Beira, uma pequena aldeia.
Seixo da Beira, Oliveira do Hospital, Coimbra: apaixonarem-se por uma pequena aldeia é amar e apreciar a simplicidade que o Interior oferece. É poder andar de bicicleta por todas as ruelas e becos sem terem medo de ser atropelados, apenas ter medo de partir os dentes da frente quando se leva um passageiro a mais. É sair alegremente para a rua quando está sol e encontrar um velhote na escadaria de sua casa, que nos dirá sempre bom dia, mesmo que passemos duas vezes por ele em cinco minutos. É ver, da janela do quarto, um rebanho a passar na rua principal (honestamente, o único trânsito existente).

É saber que todos os dias de semana, às 7:15/8:15/13:15 em ponto, o autocarro parte para a cidade (este não é da Carris, graças a deus). É poder comer fruta diretamente das árvores e buscar água a um tanque, não esquecendo as cervejas que lá se afogaram, para arrefecerem. É nadar na lagoa das minas (meio que de forma ilegal, creio eu). É poder ir às festas da terrinha, dançar a noite toda e ir a pé para casa (descalços de preferência, não há pés que aguentem). É poder deixar a chave na porta, porque ninguém rouba (até um dia, diz a minha mãe). É em dias de festas religiosas poder ir à feira de manhã, ver a procissão da varanda, atirar pétalas aos andores e acertar nos membros da banda, e comer pão de ló com queijo da Serra o resto da tarde. E isto são tudo experiências.
Para ver, fotografar, lembrar e partilhar, todos os recantos têm algo bonito. Mas visitar a Anta da Arcainha, à saída da terra e o novo Baloiço d’As Antas P’ro Mondego, que não tem nada que enganar, é só seguir caminho pela estrada que vos vai estragar o carro todo são as minhas sugestões para estes tempos que não permitem festividades. Portanto, em jeito de conclusão, é pedir que quando tudo melhorar venham amar a minha terra e tudo o que ela oferece.
Este artigo de opinião é da pura responsabilidade do autor, não representando as posições do desacordo ou dos seus afiliados.
Escrito por: Rita Tavares
Editado por: Miguel Brejo da Costa
É verdade o Seixo da Beira é um local encantado todos os dias são diferentes, sempre acolhedor na espera de voltarmos para os passeios de bicicleta e fotografar a paisagem fantástica.
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