Dia Mundial da Rádio: A rádio em Portugal

Dia 13 de fevereiro assinala-se o Dia Mundial da Rádio, este que é um meio de comunicação ímpar pela forma, pela mensagem e pela capacidade de provocar mudanças sociais.

O Dia Mundial da Rádio faz este ano o seu 10º aniversário desde a sua implementação pela UNESCO, em 2011. Tem por objetivo reconhecer o valor deste meio de comunicação de massa uma vez que a sua importância e longevidade provam que é um meio essencial no nosso dia-a-dia. Como nota a UNESCO, a rádio continua a ser o meio de comunicação mais consumido a nível mundial, o que atesta da sua forte capacidade para atingir públicos nos mais diferentes contextos e geografias.

À semelhança das edições passadas este dia é dedicado a questões de relevância social como a igualdade de género (2014), a juventude (2015), o desporto (2018), a diversidade (2020). Este ano o tema “Novo Mundo, Nova Rádio”, está voltado para a capacidade da rádio em evoluir, inovar e conectar.

Fonte: Youtube – UNESCO

A rádio existe há cerca de 110 anos, em Portugal as primeiras experiências datam 1914 com o surgimento da Rádio Hertz, criada por Fernando Gardelho Medeiros, em Lisboa. Em 1923 foi criada a Sociedade Portuguesa de Amadores de Telefonia sem Fio, precursora das rádios de hoje, como, a Rádio Clube Português (atual Grupo Media Capital) em 1931, a Emissora Nacional de Radiodifusão (atual Antena 1) em 1935 e um ano mais tarde a Rádio Renascença.

Fonte: Museu RTP

Os chamados anos de ouro da rádio, entre 1930 e 1950, traduziram-se num fenómeno de radiodifusão, que procurava reconstruir a realidade dentro do estúdio com dramatizações, espetáculos e rubricas humorísticas que, entre outros propósitos, permitia realizar críticas ao regime. Cientes das potencialidades da rádio, o regime ditatorial instaurado em Portugal, o Estado Novo, utilizou este aparelho técnico e discursivo ao serviço dos interesses do poder, como um instrumento para a legitimação da ditadura.

Em Portugal podemos afirmar, com toda a certeza, que a rádio é um dos pilares da democracia, pois foi através dela que foram transmitidas as “senhas” que puseram em marcha o movimento das Forças Armadas, que despoletaram a Revolução dos Cravos de 1974.

Fonte: Museu RTP

Desde então, muito se fez pela rádio, que hoje em dia continua a ser vital para uma grande parte da população. O surgimento da Internet alterou o paradigma da comunicação, e a rádio não foi exceção. Hoje podemos ouvir rádio online e assistir em formato audiovisual a alguns programas emitidos pela rádio em qualquer parte do globo.

Certamente já se riu sozinho no seu carro enquanto se deslocava para o trabalho. A rádio não são apenas sons, músicas, vozes e notícias. É uma companhia que nos embala quando estamos sozinhos, transmitindo uma narrativa “incompleta”, pela ausência visual, mas que nos permite viajar sem sair do lugar. Foi e continuará a ser um meio de excelência de cariz popular e de fácil acesso mesmo às populações mais pobres, desempenhando um papel fundamental a nível local.

Por fim faço-lhe duas recomendações, uma delas é a visualização do vídeo lançado nas redes sociais do Núcleo de Ciências da Comunicação do ISCSP com alunos da licenciatura em Ciências da Comunicação que já dão os primeiros passos na rádio. Contam-nos o trabalho e todas as aventuras vividas em estúdio de rádios como a Cidade FM, Smooth FM e On FM.

Fonte: Instagram – NCCISCSP

E a segunda e última recomendação, que é a visualização do Museu Virtual da RTP que contêm trechos da rádio que fizeram a sensação nas várias décadas.

Este artigo de opinião é da pura responsabilidade do autor, não representando as posições do desacordo ou dos seus afiliados.

Escrito por: André Nogueira

Editado por: Gabriel Reis

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