Nas últimas horas, as redes socias têm sido invadidas por fotografias e vídeos onde homens e mulheres pintam os lábios com batom vermelho. O movimento “#VermelhoemBelem” começou como forma de protesto face as declarações do líder partidário e candidato à presidência da República, André Ventura, contra Marisa Matias.
“Não está muito bem em termos de imagem, com aquele batom muito vermelho, como se fosse uma coisa de brincar” foram as palavras ditas por André Ventura, que rapidamente geraram críticas e contestações.

Acima de redatora e aluna universitária, sou uma cidadã. Uma cidadã preocupada com os golpes dados à democracia, escandalizada com o desrespeito, com o abuso dado à palavra. Uma cidadã que não compreende como é que os avós lutaram tanto para conquistar a liberdade e, com um simples estalar de dedos, a extrema-direita volta a ganhar protagonismo em Portugal e noutros países europeus.
Se outrora o Lápis Azul foi símbolo de repressão, poder e autoridade, hoje, em oposição, assume-se o Batom Vermelho como símbolo de luta, emancipação e liberdade. Não faz sentido viver num país onde existe o medo de sermos nós mesmos. Não faz sentido viver num país onde a exclusão, discriminação e desrespeito são palavras correntes no dicionário da sociedade e das autoridades governantes.
Como seria de esperar, o líder partidário, André Ventura, afirma que não defende ideais fascistas. Recuando ao passado histórico, importa relembrar que, efetivamente, nenhum partido se afirmou como fascista quando nasceu. No entanto, o poder conferiu-lhe automaticamente esse título.
É num tom de desabafo que questiono, sem compreender, como é que André Ventura fica satisfeito com o alvoroço que instalou? Agora, num tom de esperança, dia 24 de janeiro é importante que todos os cidadãos exerçam o seu direito de voto, uma liberdade e dever que é concedida a todos nós, que vivemos em democracia.
Este artigo de opinião é da pura responsabilidade do autor, não representando as posições do Desacordo ou dos seus afiliados.
Escrito por: Maria Santos
Editado por: Inês Conde