Iémen levado à realidade

Ocorreu no dia 30 de dezembro duas explosões no aeroporto de Aden, em Iémen, que resultaram em vários mortos, feridos e danos no local. Porém, o que dificilmente esquecemos (até porque tudo isto dura há mais tempo do que possamos imaginar), é a crise humanitária que levou a Organização das Nações Unidas a declarar “a maior crise humanitária do mundo”.

Neste caso, fala-se de uma explosão de origem incerta que colocou fim à vida de pelo menos 20 pessoas e que ocorreu quando o novo governo chegou à capital provisória do país, onde se previa que esta mudança de poder pudesse restabelecesse alguma estabilidade para o país. Tudo isto deixa em evidência e revela a instabilidade que o país atravessa, no qual, as consequências de uma Guerra Civil (e não só), que dura desde 2015, são seguramente mais amplas.

O Iémen lida com as tensões e pressões políticas que chegam do outro lado da fronteira, nomeadamente pela vizinha Arábia Saudita que exerce pressão para deter petróleo e impor a sua influência em aeroportos, fronteiras e portos marítimos. Enquanto antes seria certamente um destino de eleição para muitas pessoas e sinónimo de tranquilidade para os seus habitantes, hoje este país asiático está sujeito a epidemias, surtos de doenças e bombardeamentos.

Fonte: Nabil Hassan // Getty Images

Do lado de cá, as ajudas internacionais que chegam ao país são uma lufada de ar fresco para uma população que sente diariamente a escassez de recursos. No entanto, estas não parecem ser suficientes quando dados do Movimento Internacional da Cruz Vermelha deixam a descoberto os números avassaladores da realidade iemenita. De facto, considerando uma população total de 28,5 milhões de habitantes em 2018, um total de 17,8 não tem acesso a água potável e mais de 80% do total da população depende de ajuda humanitária. A falta de cuidados de saúde e acesso a água potável estão na base destes números.

O que também prevalece escondido, aparentemente por não ser dos assuntos mais falados, é a discrepância entre géneros em que, mesmo nas desigualdades que o Iémen enfrenta, estas ainda acrescem quando se fala da diferença entre homens e mulheres. A falta de representatividade na política, a taxa de alfabetização e as diferenças de tratamento entre ambos os géneros colocam as mulheres em inferioridade. Portanto, além de todos os problemas que enfrenta derivados da guerra, esperemos que esta seja outra situação a ultrapassar rapidamente.

Escrito por: Carolina Antunes

Editado por: Rafaela Boita

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