Os 85 anos da morte de Fernando Pessoa

Assinalou-se, no passado dia 30 de novembro, os 85 anos da morte de Fernando Pessoa, um dos mais influentes e importantes nomes da cultura literária. Os seus célebres heterónimos e a sua poesia lírica com reflexões sobre as suas inquietações, tédio e solidão continuam a marcar todos os portugueses.

Nascido em 1888, em Lisboa, Fernando Pessoa viveu uma infância conturbada. Desde pequeno que começou a escrever os primeiros versos, mas é apenas em 1912 que inicia a sua carreira literária. Primeiramente enquanto crítico na revista Águia e, posteriormente, como poeta em A Renascença. Dois anos depois, em 1915, juntamente com outros autores, como Mário de Sá Carneiro ou Almada Negreiros, fundou a revista Orpheu, que pelos seus ideais futuristas, chocantes para a sociedade conservadora da época, conheceu pouco tempo de vida.

Ao longo do seu percurso escreveu uma imensa obra em nome próprio, desde pequenos poemas como A Lavadeira no Tanque, a grandes obras como Mensagem, única publicada em vida. Para além das obras em nome próprio, o trabalho de Fernando Pessoa ficará para sempre marcado pela sua a heteronímia – Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Álvaro Campos e Bernardo Soares (semi-heterónimo) – a par da genialidade da sua sensibilidade poética.

Quando falamos de Fernando Pessoa é impossível ficar indiferente à sua fragmentação e indefinição. A verdade é que nunca chegou a ter verdadeiramente a certeza de quem era, mas devido a essa dúvida é que nós, leitores, vamos conseguindo saber um pouco mais quem somos, através da sua obra.

Atualmente, o mundo enfrenta uma assustadora pandemia e, durante o primeiro confinamento em Portugal, foi transmitido nas televisões portuguesas o poema O Mostrengo. Terá sido ao acaso? Certamente não. A intemporalidade e a inesgotabilidade do poeta ultrapassam fronteiras e arrastam consigo grandes contributos para a sociedade, por vezes até respostas aos problemas da mesma.

Tal como a determinação e firmeza de El-Rei D. João II derrubaram a força aterrorizante do Mostrengo, fica a esperança do mesmo acontecer com a atual situação pandémica.

«Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um Povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo;
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!»

Fernando Pessoa foi um dos maiores criadores da cultura europeia e talvez o maior numa escala nacional. A Casa Fernando Pessoa – casa onde o escritor habitou nos últimos 15 anos de vida – contém a biblioteca particular do autor e encontra-se aberta para visita.

Escrito por: Maria Santos

Editado por: Rafaela Boita

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