Ao aproximarem-se os 43 anos da estreia de “Febre de Sábado à Noite”, realizado por John Badham , é tempo de recordar aquele que foi um dos maiores sucessos de bilheteira da História do Cinema.
O protagonista, John Travolta, deve o lançamento da sua longa e brilhante carreira de hollywood a este filme, que no início, o próprio nem queria fazer por achar não saber dançar suficientemente bem. Para além disso, não pensava que viesse a ter o enorme impacto cultural que se verificou, marcando uma era na música e na moda, fazendo renascer o fenómeno Disco.
Nova Iorque, janeiro de 1977. A Disco é considerado um fenómeno underground, maioritariamente afro-americano, onde a sociedade, em geral, não apreciava. No entanto, dentro de poucos meses, tudo isso mudaria graças à persistência de Robert Stigwood, o produtor, e ao genial talento de Travolta. Juntos são a força motriz duma obra-prima que encantou todos os que o viram. É importante notar, que este não é um filme apenas sobre dança, é um brilhante retrato de uma época, um lugar e protagonistas que vivem realidades pesadas e envoltas em dramas reais.
Esta é a história de Tony Manero (Travolta), um jovem de 19 anos que vive em Brooklyn e trabalha numa loja de tintas, o que não o preenche, de todo. Tony tem dois irmãos e é constantemente comparado ao mais velho, que é padre. Manero é retratado como a ovelha negra da família.
Tony é realmente bom a dançar. Os ritmos loucos da 2001 Odyssey, mítica discoteca de Brooklyn, eternizada pelo filme, atualmente não existente. É aqui que Tony mostra o que vale, conquistando todas as mulheres, fazendo aos restantes homens.

Ao longo do filme vive-se o ambiente em Brooklyn, com as desventuras do grupo de amigos delinquentes de Tony. A determinada altura entra uma mulher na história, que encanta Tony. A mulher tem o propósito de mostrar, à personagem principal, a ambição de deixar o decadente bairro e rumar à florescente Manhattan. É aqui que há um ponto de viragem e Tony começa a pôr tudo em causa, entrando numa profunda crise existencial e já não sabendo quem é, a que lugar pertence e qual o seu propósito na vida.
Este é um drama que retrata de forma magistral uma geração de jovens precários e sem objetivos que conta com um acontecimento profundamente trágico que marca definitivamente a narrativa e a maneira como o protagonista encara a vida. Para ver e refletir, o filme conta ainda com brilhantes interpretações por parte de Donna Pescow, no papel de Anette, e Karen Lynn Gorney no papel de Stephanie.
Estreou em dezembro de 1977 nas salas americanas, o filme que veio reavivar a música Disco e transformá-la numa verdadeira febre, uma onda que invadiu os Estados Unidos no final da conturbada década de 70 e que se prolongaria até ao início dos anos 80. Marcou uma geração deixando um legado que se estende até hoje, estando na categoria dos grandes clássicos do Cinema.
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Escrito por: Bernardo Maria de Sottomayor
Editado por: Mariana Rodrigues