A época de 2019/2020 foi sem sombra de dúvidas uma das melhores temporadas de sempre para a equipa de Bergamo. Conquistou o terceiro lugar do campeonato Italiano e chegou aos quartos de final da Liga dos Campeões, naquela que foi a primeira participação do clube na liga milionária. Mas continuará a época de 2020/21 a sorrir-lhes também?
Após conquistar o terceiro lugar na liga Italiana e, consequentemente, o direito de jogar às terças e quartas na época de 19/20, a equipa liderada por Gian Piero Gasperini renovou o seu estatuto de equipa sensação, maravilhando os fãs do “bom futebol” com um estilo de jogo ofensivo e que apenas tinha um propósito: marcar golos.

À disposição do treinador Italiano estava um plantel jovem, com uma média de idades a rondar os 26 anos (dados do Transfermarkt), mas que misturava a juventude e vontade, dos mais novos, de se darem a conhecer ao mundo, com a experiência e qualidade de jogadores mais velhos como o capitão Papu Gómez e Josip Ilicíc (ambos com 32 anos).

Com o final da temporada a aproximar-se e o objetivo na série A cada vez mais próximo de se realizar (e com grande destaque, diga-se de passagem, muito por culpa dos extraordinários 98 golos marcados), as atenções viravam-se para outra competição: a “Champions League”. La Dea ia deixando a Europa de boca aberta, apesar de ter perdido os três primeiros jogos da fase de grupos. Nos oitavos de final a Atalanta cilindrou o Valencia com um resultado agregado de 8-4, chegando assim à inédita “final a oito” realizada em Lisboa. Esta campanha ia fazendo sonhar a cidade de Bergamo e os seus 120 mil habitantes de que uma vitória na maior competição de clubes era possível, mas para isso tinham de ultrapassar o “Super” PSG de Neymar e Mbappé.

Num jogo equilibrado e muito disputado, os parisienses acabaram por levar a melhor com 2 golos nos descontos, já depois dos Italianos se terem colocado em vantagem à passagem do minuto 27. Apesar da derrota, os I Nerazzurri conquistaram o respeito do mundo do futebol e deixaram um recado para a época de 2020/2021 acabando a temporada como o quarto melhor ataque da Europa com 115 golos marcados (atrás de Manchester City com 148, Bayern Munique com 147 e PSG com 131).

Chegados agora à nova temporada, os comandados de Gasperini vêm reafirmando o seu estatuto enquanto equipa goleadora, com 24 golos em apenas 10 jogos. Contudo, depois de uma análise mais aprofundada, salta à vista um problema inexistente nos anos anteriores. A excecional época de 2019/20 fez com que a equipa Italiana merecesse mais atenção e preparação por parte dos adversários, e como consequência, aqueles cuja preparação é bem feita e sucedida parecem acabar por ter muitas facilidades em anular o seu jogo e lhes marcar golos. É de realçar que nestes primeiros 10 jogos da temporada a Atalanta perdeu 3, sofrendo nada mais nada menos do que uns inacreditáveis 12 golos. Note-se, ainda, que mesmo nos restantes jogos onde ganhou ou empatou, a Atalanta sofreu 9 golos, fazendo um total de 21 golos sofridos neste inicio de época. Um verdadeiro problema, não?
Gasperini e os seus jogadores estão perante um grande desafio e só a eles cabe resolvê-lo. Quanto a nós, cá estaremos no final da temporada para descobrir como correu.

Este artigo de opinião é da pura responsabilidade do autor, não representando as posições do Desacordo ou dos seus afiliados.
Escrito por: Renato Soares
Editado por: Mariana Rodrigues
Um pensamento sobre “Atalanta BC: Uma máquina de marcar e sofrer golos?”