Desde o regresso do futebol, Benfica e Porto ganharam apenas um dos três jogos disputados. Exibições fracas são a imagem de marca de águias e dragões, levando alguns a perguntar “quem quer ser campeão?”

Começando pelo FC Porto: recomeçou com uma derrota na visita ao reduto do Famalicão (2-1) que, como já dissemos por algumas vezes neste espaço, tem sido a equipa “sensação” da presente temporada. Na jornada seguinte iria receber e vencer o Marítimo no Estádio do Dragão (1-0), com um golo madrugador (e com alguma sorte à mistura) de Jesús Corona: um jogador completamente “à parte” na equipa de Sérgio Conceição, destacando-se pela positiva.

Na semana seguinte os azuis e brancos não iriam marcar qualquer golo: empate a 0 na deslocação ao reduto do “lanterna vermelha” Desportivo das Aves, claramente desesperado por pontos para sair da zona de despromoção. Mais uma vez, exibição desapontante dos dragões, que inclusive desperdiçaram uma grande penalidade.

Relativamente ao Benfica: empate caseiro (0-0) frente ao Tondela, desperdiçando a oportunidade de assumir a liderança isolada da Primeira Liga. No entanto, se neste jogo a equipa de Bruno Lage foi acusada de falta de ambição e de praticar um mau futebol, a primeira parte do jogo seguinte, em Portimão, ditou o contrário: as águias venciam a equipa algarvia por 0-2 ao intervalo, numa exibição que fazia recordar a chegada de Lage ao comando técnico dos encarnados na época transata.

Mas se os benfiquistas achavam que a situação estava a melhorar estavam bem enganados. Falta de ritmo, de intensidade e erros defensivos infantis permitiram que o Portimonense marcasse dois golos e, assim, alcançasse o empate. De destacar o segundo golo algarvio marcado por Júnior Tavares que garantiu 1 ponto que será muito útil, certamente, na fuga à despromoção.

Nesta semana, deslocação sempre difícil a Vila do Conde. O Benfica enfrentava um Rio Ave de Carlos Carvalhal cujo ponte forte prende-se na sua excelente organização defensiva. O resultado era completamente desfavorável ao intervalo (os da casa venciam por 1-0) e a aposta em Dyego Sousa revelava-se um fracasso (sendo substituído ao intervalo pelo suíço Seferovic).

Numa segunda parte marcada por duas expulsões para a equipa de Vila do Conde, as águias conseguiram a reviravolta no marcador, vencendo o seu segundo jogo nos últimos 11 disputados. Todavia, a qualidade de jogo ainda está distante do futebol praticado até meio da presente temporada e, por isso, bem longe de convencer os adeptos encarnados.

Em suma, os dois rivais que lideram o campeonato com os mesmos pontos apresentam fortes debilidades no seu futebol. A falta de ritmo, de criatividade e de intensidade são bastante evidentes, o que resulta em tentativas sucessivas e falhadas de assumir isoladamente a liderança. A qualidade do futebol praticado por ambas as equipas é de tal maneira má que nos leva a questionar (em tom irónico) se alguma delas estará realmente interessada em ser campeã.