Faleceu na passada quinta-feira, dia 16 de março de 2020, um dos maiores escritores da literatura latina-americana, Luís Sepúlveda. O escritor chileno faleceu aos 70 anos vítima de infeção pelo novo coronavírus deixando uma vasta obra literária marcando gerações através das suas fábulas, que o autor considerava o melhor género literário para conhecer o ser humano.
Luis Sepúlveda Calfucura era romancista, novelista, contista, argumentista, cineasta, jornalista e ativista político e ambiental, e a sua obra assentava em temas como preservação da natureza, a luta contra a injustiça, na amizade e na lealdade. O escritor tinha todas as suas obras publicadas em português, algumas delas presentes no Plano Nacional de Leitura.
O escritor chileno Luis Sepúlveda estreou-se nas obras literárias em 1969, com “Crónicas de Piedro Nadie” (em português “Crónicas de Pedro Ninguém”), dando início a um conjunto de mais de 20 obras, que inclui obras como “O Velho que Lia Romances de Amor” e “História de Uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar”. Ao longo deste artigo vão ser apresentadas algumas das suas maiores obras:
História de uma Gaivota e do Gato Que a Ensinou a Voar é a história de Zorbas, uma gato grande, preto e gordo que um dia encontra uma gaivota apanhada numa maré negra de petróleo; Zorbas fica a tomar conta da gaivota que, momentos antes de morrer põe um ovo. Como Zorbas é um gato de palavra, cumprirá as duas promessas que nesse momento dramático lhe é obrigado a fazer: não só criará a pequena gaivota, como também a ensinará a voar.
Patagônia Express é uma homenagem a um comboio que já não existe, mas que continua a viajar na memória dos homens e mulheres da Patagônia. Estes “apontamentos de viagem” como lhes chamou Luis Sepúlveda tornaram-se um dos livros de referência do grande autor chileno. Ao longo do livro, encontramos um extenso conjunto de personagens inesquecíveis e com um conjunto de histórias magníficas. O escritor e comentador politico, Miguel Sousa Tavares, descreve este livro como inesquecível e o melhor modelo de cronicas de viagens.
Publicado em 1989, O Velho que Lia Romances, conta a história de António José Bolívar Proaño que vivia em El Idilio, um lugar na região amazónica dominada por índios com quem aprendeu a conhecer a selva e as suas leis, a respeitar os animais que a povoam, mas também a caçar e descobrir os trilhos mais complicados.
Nome de Toureiro conta a história do desaparecimento de um conjunto extremamente valiosos de moedas de ouro da prisão de Spandau durante os sombrios anos do nazismo. Quase cinquenta anos depois, caído o muro de Berlim, duas personagens obscuras mas poderosas contratam, cada um por seu lado, dois “antigos combatentes”, desempregados profissional e ideologicamente, para que partam em busca do tesouro roubado. Com está obra, Luís Sepúlveda afirma-se como um admirável “contador de histórias” através de um romance obscuro com um fundo baseado em ideologias autoritárias.
Outras grandes obras do escritor chileno são por exemplo, “História de um cão chamado Leal”, “Encontro de Amor num país de guerra” ou “História de um gato e de um rato que se tornaram amigos” entre outras.
Escrito por: Miguel Costa
Editado por: João Rego