A 42° edição do Rally Dakar acabou esta sexta, dia 17, após 12 intensos dias de competição.
Ao contrário das anteriores edições, que abarcaram percursos entre a Europa e África – por exemplo, o célebre Paris-Dakar – e, nos anos mais recentes, na América Latina, o evento deste ano teve lugar somente na Arábia Saudita, sendo que os participantes tiveram de enfrentar 12 etapas, entre as localidade de Jeddah e Al-Qiddiya, enquanto pilotavam automóveis, motos, camiões, quads e SSV.
Vencedores
Na categoria “Automóveis”, o vencedor foi Carlos Sainz, aos comandos de um Mini. O célebre piloto espanhol de 57 anos terminou os cinco mil quilómetros da prova em 42:59:17 horas, ficando assim com 6.21 quilómetros de vantagem sobre Nasser Al-Attiyah, que, apesar de ter ganho a última etapa, não conseguiu a vitória.
Sainz apontou, assim, o seu terceiro título na competição, depois de ter vencido as edições de 2010 (Buenos Aires – Antofagasta – Buenos Aires) e de 2018 (Lima – La Paz – Córdoba), ao volante de um Volkswagen Touareg e de um Peugeot 3008 DKR, respetivamente.
Nas motos, quem triunfou foi o norte-americano Ricky Brabec – primeiro da sua nacionalidade a conseguir tal feito – que concorreu pela Honda, destronando assim a supremacia da KTM, que tinha vindo a vencer na categoria desde 2001. Conseguiu cumprir o percurso em 40:02:36 horas, ficando a mais de 16 minutos de distância do segundo classificado, o chileno Pablo Quintanilla.

A categoria dos camiões, por sua vez, teve como vencedores a tripla russa constituída por Andrey Karginov, Andrey Mokeev e Igor Leonov, pilotos da Kamaz. Karginov e Mokeev já tinham vencido em 2014 (Rosario – Salta – Valparaíso), pela mesma marca, também pilotada pelos segundos classificados deste ano.

Já nas quads, o título foi para um chileno, pelo terceiro ano consecutivo. Ignacio Casale, da Yamaha, que já tinha alcançado a vitória nos anos de 2014 e 2018, ganhou com uma vantagem de 18 minutos sobre o francês Simon Vitse, que ficou em segundo lugar, igualando assim o argentino Marcos Petronelli, que venceu o Dakar por três vezes na categoria de quads por três vezes, superando o seu irmão Alejandro Petronelli, que tem dois títulos.

Por fim, nos SSV, quem levou a melhor foram os americanos Casey Currie e Sean Berriman. A dupla da South Racing, que pilotou um Can-Am Maverick, conseguiu ultrapassar os russos Sergei Kariakin e Anton Vlasiuk e os chilenos Juan Vinagre e Francisco “Chaleco” Lopez, que já venceu o Dakar várias vezes.

Incidentes
Sendo uma competição de alto risco, o Dakar 2020 também ficou, infelizmente, marcado por alguns incidentes. Para além do motard holandês Edwin Straver, que se encontra em estado crítico depois de ter sofrido um acidente na décima primeira etapa, e do prestigiado Ferando Alonso, cujo carro capotou várias vezes durante a décima etapa, a edição deste ano teve como principal fatalidade a morte do português Paulo Gonçalves. O motociclista de Esposende sofreu uma grave queda ao quilómetro 273 que lhe provocou danos irreversíveis. Várias homenagens foram feitas, desde a declaração de luto municipal na sua cidade natal a um minuto de silêncio durante o jogo Benfica – Rio Ave.

Ainda não se sabe ao certo qual vai ser o percurso da próxima edição, em 2021. No entanto, tudo aponta para que seja outra vez no médio oriente, englobando não só a Arábia Saudita como também outros países.
Escrito por: Beatriz Gouveia Santos
Editado por: João Rego