Terminadas as festividades típicas desta época, a maioria dos campeonatos preparam-se para regressar depois de uma pausa. Todavia, houve uma competição que não esteve parada: em Inglaterra, jogaram-se os tradicionais encontros do Boxing Day e do dia de ano novo. Será essa medida benéfica e aplicável a diferentes campeonatos?

Em primeiro lugar deve-se ter em conta o que pensam os principais protagonistas: Jurgen Klopp, mais recentemente, manifestou a sua oposição ao calendário inglês, afirmando que são muitos jogos num curto espaço de tempo (que por vezes nem chega a 48 horas). Mas o pior acaba por ser o facto de tal não acontecer apenas nesta quadra: recorde-se que o Liverpool teve de disputar o jogo frente ao Aston Villa (a contar para a Taça da Liga) com juniores porque, no dia seguinte, teria o jogo da meia-final do Mundial de Clubes. À opinião do técnico campeão inglês poder-se-iam acrescentar as de José Mourinho, Nuno Espírito Santo, Pep Guardiola, entre outros, que já por várias ocasiões manifestaram a sua insatisfação perante o paradigma inglês.

Se já por várias vezes se elogiaram medidas provenientes de Inglaterra, neste caso a postura que iremos adotar será mais crítica, ao apoiar a posição defendida pela maioria dos técnicos de equipas inglesas. Entendemos, à semelhança destes, que o calendário inglês se encontra sobrecarregado. Apesar de ser um espetáculo tradicional, os jogos nesta quadra deveriam ter outro tipo de enquadramento, isto é, em vez de se disputarem três jornadas em uma semana, disputarem-se, no máximo, duas (no Boxing Day e no dia de ano novo).

Mas a grande questão que se coloca é: será esta ideia aplicável noutros países? A nosso ver, trata-se de uma questão cultural que tem impacto sobretudo no Reino Unido mas que poderia, perfeitamente, ser testada noutros países. Lembremo-nos, a titulo exemplificativo, que nas duas épocas anteriores houve “Boxing Day” na Serie A italiana (que não teve continuidade na presente época, fruto da insatisfação de alguns jogadores e treinadores).

Em suma, entende-se que só deverão ser disputados jogos nesta época quando tal não represente apenas desvantagens para as equipas em prova. Apesar da “rejeição” de que foi alvo em Itália, tal não deverá impedir que se experimente esta ideia noutros países, entre os quais se poderá incluir Portugal. Para já existe apenas uma certeza: é uma das quadras mais importantes da época em Inglaterra (falando no aspeto cultural), mas que necessita de ser reformulada tendo em conta o número de jogos que se tendem a acumular.
Escrito por: Filipe Ribeiro
Editado por: Cláudio Nogueira