Sendo esta a última edição da rubrica no presente ano, a mesma irá servir para se fazer um balanço do ano civil que agora termina.
Começando por Portugal, destaca-se a segunda volta que o Benfica realizou no campeonato da época transata. Depois de Bruno Lage ter assumido o comando técnico, as boas exibições regressaram ao Estádio da Luz e novos talentos revelaram-se (com destaque óbvio para João Félix, que posteriormente transferiu-se para o Atlético de Madrid a troco de 126 milhões de euros). Como consequência disso, a equipa do Benfica conseguiu recuperar os 7 pontos de atraso que tinha em relação ao FC Porto e sagrar-se, assim, campeã nacional pela 37ª vez na sua história.

A nível europeu, destaca-se a rivalidade Liverpool – Manchester City, que entusiasmou os amantes do futebol (e, em certa medida, continua a entusiasmar) por esse mundo fora. O titulo de campeão inglês foi disputado até à ultima jornada, tendo os “citizens” levado a melhor. No entanto, a época iria terminar da melhor maneira para os comandados de Jurgen Klopp, com a conquista da Liga dos Campeões.

Já na presente temporada, o Liverpool está a fazer uma campanha fantástica em Inglaterra e o Manchester City, em sentido inverso, tem estado aquém das expetativas. Entretanto, a equipa de Merseyside já conquistou, também, o Mundial de Clubes, continuando a praticar o futebol entusiasmante que encantou os adeptos ao longo da temporada passada.

Para lá do Atlântico, torna-se inevitável destacar o Flamengo pós-Jorge Jesus: se antes da chegada do técnico português a equipa brasileira atravessava graves problemas quer a nível de resultados quer na relação adeptos-clube, a verdade é que a chegada do “mister” alterou esse paradigma. A contratação de jogadores com experiência (Raphinha, Filipe Luís e Diego Alves, por exemplo) foram essenciais para ajudar na ascensão de uma equipa em que se destacaram, também, Gabriel Barbosa (Gabigol), Bruno Henrique, De Arrascaeta, entre outros.
Em suma, a época correu de feição para o “Mengão”, com a conquista do Brasileirão e da Taça dos Libertadores da América. Faltou apenas o Mundial de Clubes (que, como já foi referido, foi conquistado pelo Liverpool), em que a equipa orientada pelo técnico português foi uma digna vencida na final, tendo colocado muitas dificuldades à equipa britânica (que só alcançou a vitória no prolongamento).

Para concluir, fazemos um balanço da atual temporada nas principais ligas europeias: começando por Portugal: lidera o Benfica, com o FC Porto na perseguição. O Famalicão é a grande revelação até ao momento, enquanto que a época do Sporting ja ficou marcada pelo despedimento de Marcel Keizer (tendo Jorge Silas ocupado o seu lugar).

Em Espanha, a liderança disputa-se de forma bem acesa entre o Barcelona e o Real Madrid, sendo que a equipa da Catalunha soma atualmente mais dois pontos em relação aos “Merengues”. No entanto, o Sevilha (a par do “Atleti”), foi uma das equipas que mais investiu na presente temporada, justificando assim o 3ºlugar que ocupa atualmente. Por fim, é de salientar que a diferença pontual entre o primeiro classificado e o oitavo é de apenas 8 pontos, numa clara prova de equilíbrio/competitividade.

Na Alemanha, a hegemonia do Bayern de Munique está a ser fortemente contestada (sendo que o técnico croata Nico Kovac já foi, inclusive, demitido), naquele que é um dos campeonatos mais disputados na presente temporada. Em sentido oposto existem três equipas merecedoras de destaque: o líder RB Leipzig (equipa orienta pelo jovem treinador de 32 anos Julen Nagelsmann, conta com um forte investimento da RedBull e com muitas promessas do futebol internacional, com destaque para Timo Werner); o Borussia Monchengladbach, que apesar do insucesso na Liga Europa, tem sido uma das melhores equipas em território alemão; e, finalmente, o Friburgo: equipa que costuma militar nos últimos lugares da tabela classificativa ocupa um fantástico 6º lugar.

Em Itália, o Inter de Antonio Conte apresenta-se como um oponente muito capaz frente a uma Juventus que, por sua vez, tem sido uma das maiores deceções a nível exibicional. Num campeonato muito equilibrado até ao momento, a decisão do título irá depender de dois fatores: de uma eventual melhoria do futebol praticado pela Juventus (que tem plantel para isso) e na consistência da equipa de Milão (visto que o campeonato é uma prova de regularidade). Para já ambas as equipas têm 39 pontos, sendo que a Lazio “espreita” a liderança no 3º lugar, com menos 3 pontos.

Em Inglaterra, é líder incontestável o Liverpool (que, como já foi referido, tem feito uma campanha absolutamente fantástica). Pela positiva, destaca-se o Leicester (atualmente no top 3) e o Sheffield United (equipa promovida ao principal escalão de Inglaterra na presente temporada, luta pelos lugares europeus). Pela negativa, destacam-se as equipas de Manchester: o City (que, como o próprio Pep Guardiola admitiu, deixou “escapar” o Liverpool) e o United (equipa muito irregular, bem distante dos tempos de Sir Alex Ferguson); por fim, ainda pela negativa, a equipa do Arsenal: os maus resultados ditaram o despedimento de Unai Emery, numa época que se adivinhava de grande sucesso com as chegadas de Nicolas Pepe, Ceballos e David Luiz.

Termina, assim, a última edição do “Lá Para Dentro” de 2019, com os votos de um excelente 2020 para os nossos leitores. No que a futebol respeita, o novo ano revela-se muito animador, tal não fosse o equilíbrio dos campeonatos acima mencionados, os desafios das competições europeias e, claro está, o sempre emocionante EURO.
Escrito por: Filipe Ribeiro
Editado por: Cláudio Nogueira