Donald Trump é o terceiro presidente na historia americana a sofrer um processo de impeachment.

Na última quarta feira, a Câmara dos Representantes acabou por aprovar o julgamento de impeachment do atual presidente americano, o republicano Donald Trump. As acusações de abuso de poder e obstrução do Congresso são relativas ao escândalo no qual o governo americano é acusado de ter pressionado a Ucrânia a investigar Joe Biden, um dos seus principais concorrentes para as eleições que acontecerão no próximo ano.
A votação, que dependia de uma maioria simples dos deputados para ser aprovada, foi decidida graças a maioria democrata no plenário (233 contra 197 republicanos).
O processo de impeachment tem se mostrado bastante polarizado, tendo sido antecedido por um caloroso debate que durou mais de dez horas. Alguns deputados republicanos chegaram ao ponto de comparar a situação à crucificação com Jesus e ao dizer que o dia seria lembrado da mesma forma como o dia do ataque ao Pearl Harbor, durante a II Guerra Mundial.
Após a votação, o presidente escreveu em seu Twitter que o processo seria um ataque à América e ao Partido Republicano. Esse não é o primeiro ataque ao julgamento, que tem sido criticado pelo partido, que acusa a oposição de se comportar de maneira partidária. Em resposta a isso, a democrata Nansi Pelosi, presidente da Câmara abriu o debate ao dizer: “Hoje estamos aqui para defender a democracia do povo”.
Apesar dos ânimos exaltados, tanto o presidente como o Partido Republicano não demonstram grandes preocupações. Embora o impeachment tenha sido aprovado pelos deputados americanos, o presidente só será realmente retirado do cargo se for considerado culpado pelo Senado, em uma votação que depende de uma maioria de dois terços. Com uma maioria republicana (53 contra 47 democratas), seria necessário que 20 republicanos votassem contra Trump, o que parece pouco provável ao considerar o cariz polarizado que tomou conta da política americana nos últimos tempos e se mostrou presente ao longo de todo o processo.
O julgamento final deverá ser iniciado em janeiro de 2020, mas independente do resultado, é possível observar que a figura extremamente polémica de Donald Trump ainda conta com o apoio dos integrantes de seu partido, mesmo perante evidências de sua culpa.
Escrito por: Lucca Donassolo
Editado por: Cláudio Nogueira