A presente semana futebolística fica marcada pela conclusão da fase de grupos não só da Liga dos Campeões, como também da Liga Europa. Na rubrica desta semana, analisamos as equipas em destaque na principal prova de clubes a nível europeu (pela positiva e pela negativa), assim como o facto de os oitavos-de-final da “liga milionária” já estarem na história por só estarem presentes equipas das cinco principais ligas europeias.

Pela positiva destaca-se, em primeiro lugar, a Atalanta. A equipa italiana (estreante na Champions) que no final da 3ª jornada somava apenas derrotas, conseguiu garantir a qualificação com 7 pontos somados, em que se destacam o empate em Manchester frente ao City e, na última jornada, uma vitória por uns esclarecedores 3-0 em Donetsk, frente ao Shakthar orientado por Luís Castro.

De salientar, também, a prova do RB Leipzig: a principal equipa em que a Red Bull investe teve uma prestação irrepreensível na fase de grupos, somando apenas uma derrota (frente ao Lyon por 2-0). Venceu o grupo em que se inseria a única equipa portuguesa na prova (o SL Benfica) e conta com um plantel de grande qualidade, com o ponta-de-lança alemão Timo Werner a ser figura de destaque.

Das equipas que não se qualificaram para a ronda seguinte, existem duas que merecem uma nota de destaque pela prova realizada: o RB Salzburgo (mais uma equipa em que a Red Bull investe, conta com muitos jovens talentos que causaram problemas aos “tubarões” europeus Liverpool e Nápoles) e o Slavia de Praga (se na altura do sorteio ficou “icónica” a reação do representante dos checos, a verdade é que a sua equipa vendeu cara a derrota aos adversários tendo, inclusive, alcançado dois empates históricos: em Barcelona, no mítico Camp Nou; e em Milão, frente ao Inter).

Pela negativa, destaca-se primeiramente a equipa do Shakthar Donetsk: como já foi referido, a derrota por 3-0 frente à Atalanta deitou tudo a perder e a “queda” para a Liga Europa era perfeitamente evitável. Reunia todas as condições para continuar em prova e esta eliminação deve ser encarada como uma desilusão.

Outra desilusão foi a prova do Inter de Milão: uma equipa “reformulada” pelo experiente técnico italiano António Conte começou a fase de grupos com o “pé esquerdo” ao empatar em casa frente ao Slavia de Praga. A este resultado acrescenta-se a derrota em Dortmund (era importante somar os 3 pontos frente ao principal candidato ao 2º lugar mas, depois de estar a vencer por 2-0, a equipa italiana somou mais uma derrota, desta feita por 3-2).
Na última jornada, frente a um Barcelona com uma equipa totalmente alternativa (visto já ter garantido a vitória no grupo F), somou mais uma derrota. Se a prestação desta equipa está a ser formidável a nível interno (o Inter é o atual líder da Serie A italiana), a nível europeu a prestação ficou muito aquém das expetativas. Segue-se a Liga Europa, em que o Inter terá de ser encarado como um dos principais candidatos à vitória (mas apenas se conseguir praticar o futebol que pratica em solo italiano).

Por fim, existem duas equipas que, apesar de não terem tido uma boa prova, também nem tudo correu mal: referimo-nos aos holandeses do Ajax e ao Benfica. Os primeiros, entraram precisamente nesse posto para a última jornada da fase de grupos, mas a derrota caseira frente ao Valencia “mandou” a equipa de Amesterdão para a Liga Europa; Relativamente ao Benfica ficou a ideia de que podia ter feito muito mais: o empate concedido nos últimos minutos em Leipzig deixaram o indicador de que esta equipa era capaz de mais e melhor e tal ficou comprovado na receção ao Zenit, em que a lutar pela Liga Europa, as “águias” derrotaram os russos por uns esclarecedores 3-0 e “ajudaram” o Lyon em seguir em frente na Champions. Em suma, a prestação destas duas equipas não deve ser encarada como totalmente negativa, visto que se inseriam em grupos muito homogéneos.

Terminada a fase de grupos, já se conhecem as 16 equipas que continuam em prova e, nesta época, existe a particularidade de apenas estarem presentes equipas das cinco principais ligas europeias, a saber: Inglaterra, Itália, Espanha, França e Alemanha. E este mesmo assunto merece uma reflexão: estamos perante uma “super liga” europeia em que a Liga dos Campeões se destina apenas a equipas das principais ligas europeias (tendo as restantes a Liga Europa para disputar)? É uma questão que só pode ser respondida nas próximas temporadas e que pode, inclusive, merecer uma intervenção da UEFA de modo a reformular a prova (consoante o conceito/perspetiva que adotar).

Relativamente à presente temporada, aguarda-se o sorteio da Champions, sendo que os jogos apenas regressam em fevereiro. Até lá, apenas temos a certeza de que se avizinham grandes jogos e grandes noites europeias, que irão, certamente, deliciar todos os adeptos nesta caminhada até à final de Istambul.

Escrito por: Filipe Ribeiro
Editado por: Cláudio Nogueira