Lá Para Dentro: Mourinho de regresso a Londres

Nesta edição, analisa-se aquela que foi a “bomba” futebolística desta semana: trata-se, claro está, da contratação do técnico português José Mourinho por parte dos ingleses do Tottenham Hotspur, fruto do despedimento do treinador argentino Maurício Pochetinno.

Os londrinos não começaram a época da melhor maneira, ocupando atualmente um modesto 14.º lugar na Premier League. A nível interno, acrescenta-se o fracasso que foi a participação na Taça da Liga Inglesa, em que os londrinos foram derrotados pelo humilde Colchester (que milita na League 2 – a quarta divisão inglesa) logo na primeira eliminatória. Para a Liga dos Campeões, apesar de ocuparem o 2.º lugar do grupo B (que dá acesso aos oitavos-de-final da prova), a humilhação sofrida em casa frente ao 1.º classificado Bayern de Munique (7-2) abalou bastante a confiança dos adeptos e dirigentes.

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A classificação atual do campeonato inglês, com o Tottenham a somar apenas 14 pontos em 12 partidas. Grafismo: SofaScore

Enquanto treinador dos Spurs, Pochettino fez com que se “esquecesse” a saída de Gareth Bale para Madrid com os londrinos a lutarem pelos lugares cimeiros da liga inglesa (destaque para o 2.º lugar alcançado em 2016/2017), acrescentando-se, ainda, a presença numa final da Liga dos Campeões (na época transata, os londrinos foram finalistas vencidos frente ao Liverpool, tendo perdido por 1-0). No entanto, o mau arranque da presente temporada prevaleceu, tendo sido determinante para os responsáveis do clube inglês que optaram, assim, por demitir o técnico argentino que orientava o clube desde 2014.

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Efusivo, Maurício Pochetinno celebra a vitória do Tottenham em Amesterdão na época transata sobre o Ajax, no jogo em que carimbou a presença na final da Liga dos Campeões. Fonte: Evening Standard

Para suceder ao argentino, uma surpresa: se em tempos disse que jamais treinaria o Tottenham, o treinador português José Mourinho (desempregado desde o ano passado, após o seu despedimento no Manchester United) aceitou o desafio e foi apresentado, de imediato, como o sucessor do argentino no comando técnico do Tottenham.

José Mourinho é, sem dúvida, um dos treinadores mais mediáticos a nível mundial, destacando-se no seu palmarés a conquista de duas ligas dos campeões (ao serviço do F.C.Porto e do Inter de Milão), assim como a conquista de duas edições da Liga Europa (ao serviço do F.C.Porto – na época, Taça UEFA – e, mais recentemente, pelo Manchester United). Na sua carreira, destacam-se as passagens pelos “dragões”, pelo Inter de Milão e pelo Chelsea (onde ganhou a alcunha de “Special One“).

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José Mourinho, após conquistar a sua primeira Liga dos Campeões na época de 2003/2004. Fonte: Sapo Desporto

O técnico português não terá tarefa fácil neste seu regresso a Londres: o Tottenham atravessa um período de grande instabilidade entre a direção e os adeptos, com o presidente Daniel Levy a ser o principal alvo das criticas. A insatisfação dos adeptos é gerada, sobretudo, pelo facto de três jogadores de grande qualidade poderem sair a custo zero no final da época: o dinamarquês Christian Eriksen e a dupla de defesas-centrais belga Toby Alderweireld e Jan Vertonghen terminam contrato em junho de 2020, sendo que a partir de janeiro já poderão negociar com outros clubes. A massa associativa dos Spurs entende que o clube deveria ter tido algum lucro com estes jogadores, sendo inadmissível a saída a custo zero destes atletas, que possuem um elevado valor de mercado.

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Os três atletas que podem sair a custo zero do clube londrino. Fonte: Daily Express

Em suma, o técnico português aceitou um desafio que muitos treinadores por esse mundo fora iriam, certamente, recusar. Apesar de a imprensa já especular os principais “alvos” que Mourinho pretende contratar, a verdade é que os reforços poderão, perfeitamente, estar em “casa”: as renovações destes três atletas, assim como a aposta em jovens jogadores da academia são hipóteses bastante viáveis que podem agradar não só ao técnico português, como também aos adeptos (podendo, inclusive, acalmar a tensão que se vive atualmente). Resta saber se o técnico português voltará a ser feliz em Londres como já foi em anos anteriores (ao serviço do Chelsea) ou se, por outro lado, os “fantasmas” de Manchester continuarão a assombrar o treinador português.

Encerra-se, assim, a rúbrica desta semana, com a certeza de que motivos não faltam para acompanhar mais uma aventura do “Special One” em terras de sua-majestade.

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O técnico português orientando o seu primeiro treino ao serviço do Tottenham. Fonte: Forbes.

Escrito por: Filipe Ribeiro

Editado por: Cláudio Nogueira

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