Projeções para um futuro melhor e mais evoluído no segundo dia da Web Summit.
“Criar valor para o consumidor de uma forma que tenha um impacto positivo na sociedade e no ambiente”. Foi assim que começou o segundo dia da maior cimeira tecnológica. Barbara Coppola (IKEA) e Kristin Lemkau (JPMorgan Chase) discutiram, pela manhã, a importância das empresas adaptarem-se à nova era digital, para isso, contratando pessoas não para fazerem um específico trabalho, mas sim, que saibam desenvencilhar-se sozinhos. Ambas afirmaram que estamos num mundo onde tudo é possível, permitindo uma inovação sem limites. E sendo duas mulheres à frente de grandes empresas não deixaram passar a urgência da igualdade de género. Lemkar referiu que tem de existir uma neutralidade – “se damos tempo à mulher para estar em casa com o filho, temos de fazer igualmente o mesmo pelo homem”.
Ainda sobre o tema do digital, David Eun (diretor da inovação tecnológica da Samsung) apresentou ao público presente na arena como serão as casas em 2025. O orador referiu que a conectividade entre eletrodomésticos é o que falta nos nossos lares, e vai ser essa a grande mudança para o futuro, que está mais perto do que parece. Casas inteligentes que proporcionam experiências que normalmente realizamos fora para dentro do nosso conforto.
O futebol também teve destaque neste segundo dia, com estrelas como o Ronaldinho, Pascal Chimbonda e Luisão que, em conversas diferentes falaram do seu percurso no ramo futebolístico e como este grande desporto pode ajudar em causas diferentes. Sobre a influência do futebol no mundo, Eric Cantona e Jurgen Griesbeck, fundadores da Common Goal explicaram os seus objetivos com a plataforma – “se cada jogador contribuísse com 1% do seu salário ajudava a mudar a vida de imensas crianças desfavorecidas”.
O Brexit foi mencionado ao longo do dia em debates ou conversas pelos vários palcos da Web Summit. Michel Barnier, chefe de negociações da União Europeia no Brexit, era um dos oradores mais esperados deste segundo dia. Esclareceu que as negociações entre ambos vão ficar para sempre na história, fazendo a comparação com os jogos de inverno de 1992. O negociador indicou que a principal prioridade é assegurar a manutenção de paz entre o Reino Unido e a Irlanda. Apesar de terem chegado a acordo há duas semanas atrás, ainda há muito caminho por percorrer, afirma Barnier.
Outro dos oradores esperados era Ian Somerhalder, ator e ativista, veio a Lisboa falar da dimensão das redes sociais. Comentou, em conjunto com Casper Lee (youtuber) e Jessica Ennis-Hill (medalhista olímpica), que a nova geração sofre muita pressão. Compara-se constantemente com outras utilizadores online e vive dos likes e seguidores que recebe. É preciso apelar todos, pais, jovens e empresários a tomarem noção do que os dispositivos estão a fazer à nossa vida. Os influencers tem a responsabilidade de guiar pessoas para um estado positivo, não carregá-las com pensamentos negativos.
O dia acabou com Katherine Maher (CEO da Wkipedia) sobre a forma como o futuro precisa de ser mais aberto. Tomando por base os fundamentos da marca, a oradora explica que existe uma profunda crise de confiança que nos mantém isolados e desunidos enquanto humanidade. Consequência disso, os problemas atuais acerca do ambiente, da política ou sociais. Maher sugere 3 aspetos que devemos ter em conta para contrariar a falta de confiança. Em primeiro, conexão com um propósito, “ter acesso a conhecimento faz com que o mundo seja um lugar melhor, ainda mais se esse conhecimento for partilhado”. Em segundo, criar espaço para soluções, “regras colocam as pessoas em lugares certos, mas os valores conseguem uni-las”. E em terceiro, partilha de poder. Ter conhecimento é ter poder e a Wikipedia responsabiliza-se por fazer com seja partilhado e para que todos tenham acesso. No entanto é preciso haver uma união da humanidade para mudar o mundo, afirma a CEO.







Escrito por: Mariana Rodrigues
Editado por: Cláudio Nogueira