O Encontro Nacional de Estudantes de Relações Internacionais dá lugar no ISCSP este ano. O evento, que no ano passado se concretizou em Évora, arrancou hoje e terminará dia 10, apresentando a alunos de todo o país painéis temáticos e ciclos de conferências muito diversificados dentro da área.

Relações Internacionais, como o próprio termo indica, expõe temas que abrangem toda a sociedade internacional. Desde a crise na Venezuela à questão da luta climática e o papel que os jovens podem ter nela, vários oradores, nacionais e internacionais, vão dar corpo ao encontro.
Desta forma, adivinha-se que o evento ultrapasse a barreira nacional e manifeste um caráter internacional, à imagem do que é o campo de estudos de Relações Internacionais.
Neste primeiro dia, o encontro arrancou com a habitual sessão de abertura, na qual esteve presente o presidente do Núcleo de Estudantes de Relações Internacionais, o presidente da Associação de Estudantes do Instituto, a Professora Associada Teresa de Almeida e Silva como coordenadora do curso de Relações Internacionais e a Professora Associada Alice Trindade como Vice-presidente do Instituto. Nesta sessão foi apresentada toda a programação e temas a ser abordados durante o encontro.
Após o almoço, o encontro foi retomado por um painel composto pela Doutora Teresa Anjinho, o Doutor João Annes e o Professor José Tribolet, o qual abordou a Cibersegurança e as consequências para o Estado.
O ciberespaço foi apresentado como uma nova área da atuação política, extremamente suscetível a manipulações de diversos atores, sejam eles privados, o próprio indivíduo ou até os Estados. Esta manipulação surge, provavelmente, como foi dito pelos oradores, da dificuldade que a legislação demonstra em acompanhar a internet, as redes sociais, o ciberespaço em si, deixando, assim, “falhas” para os ditos atores explorarem. Para além disto, a eficácia, os fatores de risco e até como combater a manipulação do ciberespaço foram alguns dos vários temas discutidos ao longo das duas horas de conferência.
A última conferência do dia foi exposta por mais um painel composto por três oradores: a Professora Maria Isabel Tavares da Universidade do Porto, o Professor Borja de Aristegui da Universidade Francisco de Vitória de Madrid e o Coronel Nuno Lemos Pires. Desta vez, o tema em debate foram as Proxy Wars.
As Proxy Wars são conflitos armados no qual dois Estados se servem de terceiros, neste caso os proxies, como intermediários ou substitutos, de forma a evitar um confronto direto. Este tipo de confronto não é novo e são muitas vezes comparadas a uma caixa de pandora, já que os seus efeitos e consequências nunca se conseguem prever, como foi dito pelo Coronel Nuno Lemos Pires.
Na atualidade internacional, várias Proxy Wars marcam a agenda das grandes potências, como são exemplo os conflitos na Síria, no Iémen, no Sudão ou no Iraque.
O encontro irá prosseguir nesta quinta-feira, dia 9 de maio, com mais oradores internacionais.
Escrito por: Manuel Lopez
Editado por: Daniela Carvalho