Par’a Crescer é preciso não ter medo

Par’a Crescer é preciso não ter medo de arriscar e de procurar novos desafios. O Jornal Desacordo foi conhecer um projeto que desenvolve o crescimento pessoal de jovens Escuteiros do Corpo Nacional de Escutas, numa atitude de serviço à comunidade e de combate aos principais desafios que nela identificam. Fomos entrevistar os dois coordenadores do PAR’a Crescer, Carolina Costa e Nuno Sousa, para descobrir mais sobre este projeto.

Falamos do PAR’a Crescer, um projeto de apoio aos refugiados que residem em Santa Maria da Feira, Aveiro, e região do Porto. O apoio é fornecido por jovens voluntários que assumem o compromisso de visitar regularmente as famílias de refugiados, contribuindo para o entendimento mútuo e inclusão social.

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O PAR’a Crescer ou Projeto de Apoio a Refugiados a Crescer, surgiu em 2017 no 4º Ciclo do Cenáculo Terras de Santa Maria. O Cenáculo é uma atividade organizada por e para jovens escuteiros, que possibilita a criação de um espaço de debate e partilha de experiências e temáticas da atualidade. Especificamente no 4ºCiclo foi debatida, precisamente, a crise dos refugiados e a sua chegada aos países de acolhimento. A pergunta surgiu: “de que forma seria possível apoiá-los?”.

A ideia persistiu e estava perto de se concretizar, com o aparecimento e sinalização de famílias de refugiados na área. A partir daí foi eleita uma equipa de jovens entre os 18 e os 23 anos para desenvolver o projeto – mais tarde com o nome de PAR’a Crescer. “Inicialmente só sabíamos que o nome devia integrar a palavra “Crescer”, exatamente porque ajudamos os outros a crescer e nós próprios crescemos também”, confessaram os coordenadores.

Sem esperarem por isso o projeto estava também ele a crescer, surgindo a necessidade de abrir candidaturas para novos jovens integrarem a equipa.

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Carolina Costa, Coordenadora PAR’a Crescer
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Nuno Sousa, Coordenador PAR’a Crescer

Alcançado o nome do projeto era necessário recolher informações sobre a população de famílias de refugiados da área. As necessidades verificadas não eram monetárias ou de ausência de bens materiais. A falta de recursos que permitem a inclusão social era o problema mais evidente. “A aprendizagem da língua e cultura portuguesa, bem como espaço para mostrarem a cultura deles” era fundamental para a inclusão e confiança. “Saberem que têm ali amigos com quem podem contar” afirmou Carolina Costa, coordenadora do projeto.

O primeiro contacto com as famílias foi através das associações de acolhimento em Portugal. “Fomos apresentados como amigos que queriam ajudar, o que quebrou automaticamente as barreiras”, disse Nuno Sousa, coordenador do PAR’a Crescer, “sem qualquer tipo de desconfianças a comunicação começou a fluir com a ajuda do google tradutor”, confessou.

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A continuação do projeto depende da participação ativa e adesão dos jovens. Atualmente a equipa conta com 22 caminheiros (jovens escuteiros entre os 18 e os 22 anos) e 2 dirigentes (chefes de escuteiros) de vários núcleos da região do Porto.

A Carolina e o Nuno falaram da sua maior motivação para continuarem com o projeto – “a consciência de que podemos fazer mais e melhor, o sorriso que recebemos sempre que nos abrem a porta, a confiança que têm em nós, o “sentirmo-nos em casa” na casa deles, o saber que as notas da escola estão a melhorar um pouco graças a nós, os abraços que recebemos quando menos esperamos, as mensagens de feliz natal e ano novo mesmo dos que não têm a mesma religião, (…) com eles aprendemos a ser pessoas simples e a encontrar a felicidade em tudo o que fazemos.”

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O PAR’a Crescer foi divulgado numa primeira fase pelos núcleos e clãs (grupos de caminheiros) da região de Aveiro e Porto. Entretanto foram expandindo os horizontes para outras cidades do país, participando no ano passado num Policy Lab, em Lisboa, onde foram debatidos aspetos da inclusão de migrantes em Portugal e onde apresentaram o projeto às cidades interculturais ligadas ao Conselho Europeu.

Este projeto sem fins lucrativos contribuiu para o crescimento individual de jovens adultos, na consciência da realidade social que os rodeia, auxiliando e contribuindo para a inclusão da população de refugiados em território nacional.

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Afinal PAR’a Crescer é preciso não ter medo de seguir em frente, trabalhando em conjunto para um mundo mais inclusivo, numa pequena escala que pode fazer toda a diferença.

Sabe mais sobre o PAR’a Crescer:
Facebook: https://www.facebook.com/paracrescer/
Instagram: https://www.instagram.com/paracrescer/

Escrito por: Ana Mendes

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