Não há planeta B: A greve climática estudantil

Foi esta sexta-feira que se realizou uma greve climática como nunca antes vista. O movimento “Fridays for Future” chegou a 125 países, sendo Portugal um deles.

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“Eu acho que o que mais me preocupa é a irreversibilidade da situação. É chegarmos a um ponto em que não vai dar para andar para trás”. Estas palavras de Luís refletem a preocupação de todos os milhares de estudantes que se manifestaram ontem em Portugal.

Em Lisboa, a Praça Luís de Camões foi o ponto de partida da caminhada dos jovens. Ouviam-se cânticos desde as dez da manhã: “O que é que nós queremos? Mudar enquanto podemos!” “Oh senhor ministro, explique por favor, porque é que no inverno, ainda faz calor.” Estas e muitas outras palavras encheram, em conjunto com cartazes elaborados pelos manifestantes, as ruas lisboetas, até à Assembleia da República.

Este movimento, que pretende chamar à atenção dos Governos para a urgência da crise ambiental que estamos a viver, nasceu com a jovem Greta Thunberg, uma estudante de 16 anos sueca, que foi esta quarta feira nomeada para o Prémio Nobel da Paz. A sua decisão de fazer todas as sextas feiras greve em nome do planeta incentivou os estudantes de todo o mundo a lutarem por um futuro mais verde. Ao início, era só Greta, um cartaz acompanhado de uns panfletos feitos em casa e muita dedicação. Sete meses depois, eram mais de um milhão de protestantes com ela.

Em Portugal, aquando da divulgação da greve, eram três os pontos de encontro marcados – Porto, Coimbra e Lisboa, mas vários outros grupos se formaram e ontem foram mais de 25 os locais onde decorreram manifestações.

Várias escolas portuguesas comunicaram aos encarregados de educação que a participação na greve significaria faltas injustificadas, mas isto não foi um constrangimento para os alunos. “Nós falámos com a nossa diretora de turma para percebermos se a escola estava de acordo com a greve e percebemos que não estava, que não apoiava”. O grupo, composto pela Laura, Beatriz, Pedro, Rita, Joana, Marta e Diana diz “estar preparado para fazer a diferença, mas sofrer a consequência”.

O Núcleo Académico Para a Proteção Ambiental do ISCSP também marcou presença neste dia. Quando questionado em relação à forma como, num mundo cada vez mais consciente, se pode melhorar a educação ambiental, o co-coordenador Gonçalo Matos disse que a melhor forma “é estar em contacto com a natureza, entendê-la e só depois se está pronto para saber como a preservar, sendo este um processo contínuo.” Vários participantes da greve reforçaram esta ideia e expressaram a necessidade de um reforço do ensino nas escolas e na família, visto que as crianças e adolescentes não deveriam depender da internet para verem esclarecidas as suas dúvidas.

Por volta das 14 horas os jovens já tinham dispersado.  Elogiou-se o esforço e prometeu-se continuar a luta. Tinha acabado ali, mas continuaria em casa, porque a greve serviu para apelar à ação, mas a ação também é individual e todos temos algo que podemos melhorar. Porque esta não é uma luta esporádica, é uma luta constante e que precisa de uma solução o mais rápido possível.

Escrito por: Mariana Mateus

Editado por: Daniela Carvalho

Um pensamento sobre “Não há planeta B: A greve climática estudantil

  1. Muito bem. Apoio tudo o que estão a começar. Pressionem, levantem a voz, erguam cartazes, acelerem a mudança. Não aceitem ser herdeiros de um mundo moribundo.

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