Os robots Sophia e Han podiam ter-nos descansado, mas preferiram brincar com os nossos medos: terceiro dia de Web Summit

Mais um dia de Web Summit em Lisboa com o Desacordo presente. Hoje, falou-se muito da Inteligência Artificial, com a presença dos robots Han e Sophia, mas não só: o marketing também esteve em bastante destaque e até… a vida animal!

No PandaConf, numa conferência sob o tema “99 Problems? Meet the new problem-solvers“, Gail Heimann dá algumas dicas de como resolver problemas. O melhor conselho que pôde dar foi que, quando existe um problema, temos de verificar qual a origem deste e olhar para todas as possibilidades diferentes de resolução, ao invés de acharmos que existe apenas uma.

Ainda neste palco, Susan Credle (FCB Global), Sairah Ashman (Wolff Olins) e Alex Kantrowitz (BuzzFeed) conversam sobre “Criatividade, mas não como tradicionalmente a conhecemos”, discutindo que mais importante que a criatividade é o storytelling, visto ser da história que as pessoas se lembram, começando assim um esquema de passa-a-palavra. Perante uma pergunta do público, “Irá a Inteligência Artificial substituir o processo criativo humano?”, argumentam que nos dias de hoje, ainda somos mais criativos que robôs, mas num futuro próximo, possivelmente iremos trabalhar em conjunto com eles, ajudando-nos mutuamente.

De seguida, Mike Gunton, da BBC, presenteia a audiência com um vídeo do ainda por estrear programa da BBC, Dynasties. Afirma que a tecnologia tem um forte impacto nestes clipes da natureza, uma vez que, com esta, as pessoas podem entrar naquele mundo animal, sentido-se de facto lá, isto para além de que mostram, por vezes, coisas que o olho humano não consegue ver.

Este novo programa surgiu por se ter chegado à conclusão que os animais são indivíduos também e as pessoas querem saber a história que eles têm para contar. Até atribuíram um nome a cada animal, de modo a que a própria audiência possa acompanhar cada um e até reconhecê-los.

Enquanto Mike Gunton discursava no palco PandaConf, no Centre Stage decorria uma conversa descontraída entre Tony Blair, ex-primeiro ministro britânico (1997-2007) e Diretor Executivo do Institute for Global Change e Karen Tso, jornalista da CNBC. Tony Blair falou das eleições intercalares americanas, dizendo que o eleitorado americano está bastante dividido, não só na escolha entre democratas e republicanos, como também dentro dos próprios partidos.

Depois de almoço, uma das palestras mais esperadas do evento. Ben Goertzel, Chefe de Ciência da Hanson Robotics e CEO-fundador da SingularityNET subiu ao palco principal da Web Summit acompanhado pelos robots Sophia e Han. Ben Goertzel falou de acordo com o tema “How long until robots rule the world?” referindo que “em vez de nos preocuparmos com o facto de eles nos governarem, devíamos aguardar com esperança que eles cooperem connosco”.

Ben Goertzel mostrou os mais recentes avanços dos seus robots, como o reconhecimento das expressões faciais da parte de Sophia. À medida que o cientista exemplificava expressões contentes, tristes, assustadas ou enojadas, Sophia dizia exatamente como ele se sentia. Apesar do discurso e ambiente positivos, Sophia e Han foram protagonistas de alguns momentos de arrepiar a espinha aos mais desconfiados com a situação da Inteligência Artificial (IA). Han, por exemplo, proferiu frases como “Com o decorrer do tempo, o universo vai desconhecer a sua própria identidade”, “os humanos estão a fazer um trabalho horrível neste planeta, talvez um grande número de IA’s a governar seja a solução”, completando ao dizer “e desta vez, eu não estou a brincar!”. Também Sophia corroborou a teoria do seu companheiro reforçando “Ele não está mesmo a brincar!”.

Ainda no Centre Stage, Alexander Wang, fundador da marca de roupa sob o mesmo nome, explicou a Isabel Hilton, jornalista da chinadialogue.NET, como criar um produto que se aproxime o máximo possível daquilo que o consumidor pretende naquele tipo de produto e, ao mesmo tempo, que desperte um sentimento de intimidade e proximidade entre a marca e o cliente.

Houve tempo ainda para regressar ao palco PandaConf, onde Jessica Spence, Diretora Comercial da Carlsberg, nos presenteou com “Probably the best advertising campaigns in the world…”. Foram 25 minutos a explicar o poder do marketing criativo, usando três anúncios da famosa marca de cerveja, que alcançaram bastante sucesso. Um deles consistia na plantação de lúpulo, um dos ingredientes da cerveja, durante quatro meses dentro de uma estufa com iluminação vermelha, que era “bombardeada” 24 horas por dia com o som dos… jogos do Liverpool em Anfield Road. A Carlsberg fez um vídeo para promover a sua nova edição especial comemorativa da parceria com o clube de futebol inglês e a maneira como o decidiram fazer não podia ter sido melhor recebida.

Antes do término do terceiro dia, Sean Rad, fundador do Tinder, falou com Laurie Segall, correspondente sénior da CNN para a tecnologia, sobre o futuro do dating, tendo em conta o avanço tecnológico, principalmente da IA. Sean Rad mostrou-se bastante apreensivo com isso dizendo “não gosto de pensar que alguém, daqui a uns anos, se apaixonará sem querer por um robot…”. Apesar de fundador e antigo CEO, Sean Rad e alguns colegas decidiram avançar com um processo em tribunal contra a InterActive Corp e a MatchGroup, empresas donas do Tinder, em mais de 2 biliões de dólares.

O quarto dia da Web Summit será o de encerramento e podes contar com o Desacordo para não perderes nada!

 

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Escrito por: Daniela Carvalho e Bruno André

Fotografias de: Daniela Carvalho

 

 

 

 

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