Na passada semana, de 27 a 30 de setembro, realizou-se no Cinema São Jorge a quinta edição do festival Olhares do Mediterrâneo – Cinema no Feminino.
Este ano foram submetidos ao festival 355 filmes, tendo sido seleccionados 51 e separados em quatro categorias: “Competição Geral”, “Travessias”, “Começar a Olhar – Filmes de Escola” e “Mostra”. Existiram também quatro tipos de prémios, com diversos jurados para cada um destes: Melhor longa-metragem, melhor curta-metragem, prémio começar a olhar e prémio do público.
O festival consiste num projecto em colaboração do CRIA (Centro em Rede de Investigação em Antropologia) e baseia-se em trazer a Lisboa uma seleção cinematográfica de realizadoras e cineastas femininas provenientes de países do Mediterrâneo ou de outros países, desde que trabalharem no Mediterrâneo, divulgando assim o papel da mulher na indústria cinematográfica e apresentando temáticas diferentes, focando-se principalmente na celebração da diversidade trazida em cada filme.
Desde a terceira edição que o projeto oferece a secção temática “Travessias”, que se centra nas migrações entres as margens do mediterrâneo, fornecendo um olhar especial sobre essa problemática. Foi no ano passado que, na quarta edição, o festival lançou a secção para as escolas de cinema, este ano com 12 filmes selecionados de 10 países diferentes, valorizando os filmes criados em contextos de formação, lançando assim uma luz aos novos criadores.
O festival teve início na quinta feira, dia 27, e terminou no domingo seguinte, dia 30. Contou com a exibição dos 51 filmes, com quatro sessões (à excepção de domingo, em que só ocorreram três), entre as 14 horas e 30 minutos e as 21 horas e 30 minutos. Cada sessão podia contar ou com uma longa metragem, ou com uma seleção de duas a sete curtas e médias metragens. No final de algumas sessões ocorreram Q&A com membros da equipa de um dos filmes presentes no festival.
Para além da visualização dos filmes exibidos, ao longo do dia o público também pode participar em atividades paralelas. À entrada existia uma zona de acolhimento, em que de quinta a domingo, respetivamente, ocorreram as seguintes atividiades: Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável, Palavra de Viajante, SE-DI-MEN-TO e Espaço de Leitura; workshops e ateliers, que ocorreram sábado e domingo para crianças, jovens e adultos; debates sobre a iniciativa “Boycot, Divesment, Sanctions – BDS”, um movimento que trabalha a nível internacional contra a pressão exercida por Israel sobre os palestinianos, e sobre o documentário “Mr. Gay Syria”, um filme exibido em parceria com o Festival Queer.
A primeira sessão de abertura e a última sessão de encerramento foram gratuitas. Por outro lado, no final do dia de sábado e do dia de domingo tiveram lugar dois concertos: dos Olhares INATEL e da banda B’rbicacho, respetivamente.
Na última sessão foram anunciados os filmes vencedores. Pela categoria “Começar a Olha”, o filme “Even Horizon” ganhou uma menção honrosa e o vencedor foi “Layla Hasar Sahar (A Night With No Dawn)”, já na categoria “Travessias” o vencedor foi “Mr. Gay Syria”. O prémio do público de curta metragem foi para “Irioweniasi. El Hilo de la Luna” e o de longa metragem foi atribuído a “Mr. Gay Syria”. A melhor curta metragem foi “Areka”, tendo “Marlon” recebido uma menção honrosa. Por fim, a melhor curta metragem foi o filme “Rush Hour” de Luciana Kaplan.
Escrito por: Ângela Pereira
Editado por: Inês Queiroz