Nos dias 11 e 12 de abril de 2018 realizou-se a segunda edição da National Geographic Summit no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.
De vários locais do mundo, seis oradores vieram até Lisboa para falar das suas experiências e projetos que desenvolveram.
O primeiro dia começou às 10h da manhã. Após o discurso do Presidente da Câmara de Lisboa e do representante da National Geographic de Portugal e da apresentação do evento pela Catarina Furtado entrou o primeiro convidado.
Terry Virts, astronauta da NASA e comandante da expedição 43, esteve 200 dias no espaço onde tirou fotografias da Terra na ISS (International Space Station – Estação Espacial Internacional). Virts explicou, enquanto mostrava as suas fotografias, o que foi ser um astronauta que esteve no espaço, o trabalho que desenvolveu e o que sentiu por realizar o seu sonho de criança.
A segunda oradora foi Mariana Van Zeller, jornalista portuguesa que reside na América e que contou algumas das suas aventuras, desde ser umas das primeiras jornalistas a enviar para Portugal, através SIC Notícias, informações sobre o atentado de 11 de setembro, isto quando tinha apenas 24 anos, até à exploração que fez no Brasil, mais concretamente na Amazónia, para ver algumas espécies notívagas.
A terceira e última oradora da parte da manhã foi Hyeonseo Lee, a norte-coreana que conseguiu fugir do regime de ditadura aos 17 anos para uma vida melhor. Hyeonseo ficou 11 anos exilada na China e 14 anos sem ver os seus familiares, que tinham ficado Coreia do Norte. Ela é a escritora da memoir “A Mulher Com Sete Nomes” e reside agora na Coreia do Sul.
Após a pausa de almoço, recomeçaram as palestras com o orador Charlie Hamilton James, um fotojornalista correspondente da National Geographic, conhecido por imensos trabalhos de fotografia selvagem, tendo cinco fotografias da sua autoria entre as escolhidas, no meio de duas mil, para a edição das 52 melhores fotografias de 2016 da National Geographic. Para além do trabalho antropológico que neste momento está a desenvolver, Charlie comprou um terreno no Peru para ajudar a aumentar a área protegida do Parque Nacional de Manú, lugar com a maior biodiversidade do planeta, contando, divertido, que depois de comprar o terreno descobriu que lá se encontrava uma plantação de cocaína que ele não esperava.
Adjany Costa, uma exploradora angolana, veio de seguida, contando sobre a sua viagem pelo rio Okavango, onde teve de enfrentar vários perigos, como passar por uma zona de minas, ou enfrentar hipopótamos e crocodilos que, nas zonas mais remotas, chegam a ser hostis, para além de ter de sobreviver num ambiente um pouco inóspito para humanos, onde as necessidades básicas praticamente não existem.
Para terminar as palestras de dia 11 veio Sylvia Earle, uma bióloga marinha exploradora e defensora dos oceanos, já nos seus 82 anos. Já escreveu mais de 150 publicações e foi a primeira mulher a ser nomeada chefe do NOAA (National Oceanic and Atmosferic Admistration – Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos). É exploradora residente da National Geographic desde 1998 e tem desenvolvido a iniciativa Mission Blue, que visa a proteger zonas marinhas dos oceanos chamadas de Hope Spots à volta do planeta.
Começando com o espaço, explorando zonas remotas e importantes do mundo, e indo até as profundezas do oceano, dá-se por terminado o primeiro dia.
No dia 12 desenvolveram-se três atividades. A primeira para escolas e estudantes mais jovens, a segunda um workshop de Will Storr e a terceira o FAMELAB com o British Council para uma sessão de pitching e comunicação científica.
Will Storr, jornalista, escritor e fotógrafo, no seu workshop “The art of storytelling – A arte de contar histórias” falou sobre as etapas de como contar uma história e de como esta é importante para transmitir as ideias, pois o cérebro humano processa assim melhor a informação. Ensina o quão importante é a surpresa para despertar atenção ao sujeito, como a estrutura e a simplicidade, até ao envolvimento social, em que as ideias podem ser demonstradas incluindo os sujeitos num grupo, visto que o ser humano se sente melhor se pertencer a uma certa comunidade.
A segunda edição da National Geographic Summit termina assim, com um sucesso maior do que o ano anterior, onde pôde contar com 3500 pessoas no primeiro dia, deixando a mensagem que, para o ano, voltará a Lisboa.
Escrito por: Ângela Pereira
Editado por: Daniela Carvalho