A Caparica foi abaixo com Mishlawi e Slow J no segundo dia do Caparica Primavera Surf Fest

Depois do primeiro dia do evento, marcado pela “onda” soul e por muita dança, com nomes como HMB, Enoque, MGDRV e Dj Glue a atuarem no palco do festival, foi a vez do hip-hop invadir a Caparica, com Mishlawi e Slow J. O dia de ontem estava esgotado e presumia-se uma noite quente, pelo menos dentro do recinto, ao contrário do imenso frio que se fazia sentir ao abandonar a tenda principal. Um serão iniciado pela banda natural de Coimbra, Os Quatro e Meia, seguidos do rapper luso-americano Mishlawi, que fez o aquecimento para o concerto mais esperado da noite: Slow J. O término da noite ficou entregue aos Bons Rapazes em formato DJ Set.

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O cenário era composto maioritariamente  por jovens, que vinham por Mishlawi e por Slow J. Os Quatro e Meia, que deram início a este dia do festival, sabiam-no. Por esse mesmo motivo, apostaram na interação com o público, dizendo que não se importavam que não soubessem as letras do que estava a ser cantado, mas que queriam ensinar. O público correspondeu, sempre a tentar seguir os passos da banda de Coimbra.

De forma a tentar coincidir com as expectativas da plateia, Os Quatro e Meia afirmam que também sabem fazer rap, mas não como Mishlawi ou Slow J. Intitulam-no de agro-rap, e apresentam, assim, a sua música Não Respondo por Mim, que levou a multidão a animar-se ainda mais.Apesar de tudo, Os Quatro e Meia superaram as expectativas, quer pela simpatia dos membros da banda, quer pelos variados instrumentos que compõem  a banda, que faz com que os ritmos sejam bastante distintos, interessantes e enérgicos.

Depois das melodias d’Os Quatro e Meia, foi a vez do rapper natural dos Estados Unidos, mas estabelecido em Cascais, Mishlawi, entrar em palco e literalmente, “rebentar” com as barreiras de segurança que guardavam o público assim que o seu DJ oficial, DJ Dadda, tocou o mais recente êxito de Drake, God’s Plan, minutos antes de Mishlawi entrar em palco. Assim que o fez, foi a loucura total.

Acompanhado de Filipe Fernandes dos Zanibar Aliens, Always on my Mind abriu um concerto bastante enérgico onde houve espaço para clássicos como All Night, Boohoo e Limbo, bem como para temas mais recentes como Turn Back, What’s Happening e Ignore. Curioso que antes de cantar esta última, Mishlawi fez questão de dizer “This one is the original one...”, lançando assim uma farpa ao rapper americano Russ, que há semanas atuou em Portugal, num concerto em que uma das músicas do seu reportório, Some Time, se assemelha bastante a Ignore. Houve ainda tempo para vários momentos tanto insólitos quanto emocionantes, como o momento de crowdsurfing do rapper ou a altura em que fez FaceTime com uma rapariga que falava com uma amiga presente no concerto através de vídeo-chamada.

Ambiente a ferver, o público ansioso e o frio a passar enquanto se aguardava pelo grande concerto da noite: Slow J. O rapper, que já conta com uma legião de fãs enorme, não desiludiu e proporcionou, mais uma vez, um concerto rico em novidades, convidados e energia. Acompanhado pelo baterista Fred, dos Orelha Negra, Slow J entrou em palco a tocar guitarra, para delírio do público, apresentado uma versão mais slow de Arte, para abrir um espetáculo que se avizinhava épico.

Entre músicas como Comida ou Portus Calle, houve tempo para alternar com músicas do último álbum T.A.O.S.D. (The Art of Slowing Down) tais como Casa, Biza e Às Vezes, embora sem a presença de Nerve. A grande surpresa da noite foi mesmo a estreia ao vivo da nova música de Papillon, Imbecis/Íman que conta com a participação de Slow J, tanto na voz como na produção. Momento inesquecível na Caparica. Depois de cantar o êxito Vida Boa e terminar como termina sempre, cantando Sado e deixando Mun’dança a tocar nas colunas, Slow J faz um encore de luxo. Pisa novamente o palco do Caparica para cantar Fome e ainda Pagar as Contas que contou com a presença em palco de Papillon, que já tinha entrado antes, e ainda a última surpresa da noite, Gson. Finalizou repetindo Vida Boa, numa Caparica cheia de jovens a saltar e a absorver toda a energia que é emanada nos concertos de Slow J.

Para terminar a noite, Bons Rapazes fecharam o segundo dia de Caparica Primavera Surf Fest, com um Dj Set que não deixou ninguém indiferente à dança e ao movimento.

Esta noite a festa continua, desta vez com Valete, Orelha Negra, GROGnation e Noite Copenhagen

Escrito por: Bruno André e Daniela Carvalho

Fotografias de: Ricardo Marquês

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